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sexta-feira, 26 de julho de 2013

Crónica de uma viagem a Malta


Este ano decidi que tiraria férias no meu aniversário, ou seja na época alta e num destino com praia. O destino escolhido foi a ilha de Malta que junta praia a uma riqueza cultural e histórica.

Malta é uma ilha pequena mas tem no seu território imensos lugares interessantes. A forma ideal de explorar a ilha é de autocarro, pois para além das viagens serem muito baratos, a rede de autocarros percorre toda a ilha, de uma ponta a outra. Por vezes tem que se esperar um pouco mas nada de desesperante.
Ficamos alojadas na costa este da ilha de Malta, onde a costa é bastante recortada formando várias baías- St. Julian´s Bay. É uma zona cheio de bares e pubs, com uma actividade nocturna muito forte, muito parecido com o Algarve.

Uma das visitas foi a cidade de Mdina, que foi a capital de Malta até ao século XVI. Esta cidade está rodeada por uma muralha muito bem preservada, e o centro histórico conta com influências romanas, islâmicas e medievais. Deambular por Mdina é como viajar no tempo, com ruas empedradas, varandas trabalhadas, casas senhoriais, candeeiros antigos, palácios ancestrais e igrejas carregadas de história.
A próxima paragem foi Rabat onde visitámos a gruta de São Paulo e as Catacumbas de Santa Ágata. Malta é um dos países mais católicos do mundo e deve-o a São Paulo. No ano 60 Paulo naufragou junto à ilha quando se dirigia a Roma, onde viria a ser morto. Segundo a tradição foi nesta gruta que Paulo terá vivido durante os três meses que esteve a ilha.
Em redor desta gruta foram durante os anos seguintes escavadas catacumbas pelas primeiras comunidades cristãs da ilha.
Para além dos subterrâneos o museu tem ainda um restaurante-bar no pátio, que é muito acolhedor.

Num dos dias rumámos a Marsaxlokk de autocarro. No entanto, antes de lá chegar fizémos um desvio à Gruta Azul. Aproveitámos para apreciar esta formação rochosa calcária do miradouro. 

Chegámos a Marsaxlokk e a aldeia estava praticamente vazia. Marsaxlokk é a principal aldeia piscatória de Malta, e esse lado piscatório transmite-lhe um ambiente muito peculiar. A aldeia em si não tem atracções emblemáticas para visitar e por isso o que fizémos foi passear pela marginal e porto de pesca. Aí encontramos os barcos de pesca, denominados luzzu e que são barcos tradicionais, regra geral pintados com cores garridas. Passamos pelo mercado originalmente conhecido pelo mercado do peixe mas onde encontramos tudo um pouco.

Fomos alternando dias a visitar sítios históricos com dias de praia. De entre as praias que visitámos destaco as praias da região norte da ilha: Golden Bay, Anchor Bay e Mellieha Bay.  A nossa favorita a foi a baía de Mellieha, pois é a maior praia de areia da ilha.

Um dos sítios que não poderíamos perder de forma alguma era a Lagoa Azul na ilha de Comino por isso tivemos que inclui-la no nosso roteiro. Na parte norte da ilha apanhamos o barco para a Ilha de Comino. O barco demora mais ou menos 10 min. a chegar ao destino. Assim que o barco entra na lagoa imediatamente se percebe qual o motivo de tanta fama. Começamos a ver as águas azuis turquesa, completamente transparentes, a brilhar com os raios solares, rodeadas de escarpas. Sem duvida que formam um cenário arrebatador. O que mais apetece é dar um mergulho naquela água cristalina.
Havia imensa gente na praia e quase que não havia espaço para tanta gente. O areal é quase inexistente e há apenas rochas onde colocam espreguiçadeiras encostadinhas umas nas outras e que são a pagar!! O Homem a tirar partido da Natureza!!
Passamos lá o dia entre mergulhos, sol e fotografias. Apesar de haver muita gente, tentamos abstrair-nos e aproveitar ao máximo aquele pedacinho de paraíso.

Outro destino imperdível é a Ilha de Gozo, que é a segunda maior ilha do arquipélago de Malta e para os malteses um belíssimo destino de férias. Mais uma vez apanhamos o ferry para a ilha em Cirkewwa. A viagem de barco demora cerca de 30 minutos e a viagem é muito bonita passando ao lado da Ilha de Comino e depois ao chegar a Gozo a costa da ilha é muito bonita.
Já na ilha de Gozo apanhamos o autocarro hop on-hop off que deu a volta à ilha e assim podemos ver toda a ilha e sair onde quiséssemos.
Passamos pelo Templo Ggantija, que integra a lista de Património Mundial em Malta, mas não entramos.
Almoçamos no centro histórico de Victoria. Aqui nesta ilha tudo parece mais autêntico, com menos turistas e um ambiente mais tradicional. Passamos aqui o dia até que regressamos novamente de ferry para a ilha principal.

Deixamos o melhor para o fim, que é a capital Valletta. Passamos o dia inteiro a visitar a cidade.
A cidade é arquitectonicamente muito bonita e isso deve-se à Ordem de Malta, que era responsável por proteger os peregrinos que se dirigiam a Jerusalém, e consequentemente dotou este porto estratégico do Mediterrâneo, com impressionantes fortalezas. 

Percorremos as ruas e ruelas do centro histórico e aí podemos comprovar a forte fé dos malteses, pois em cada esquina há umaigreja e estátuas de santos, assim como por cima da porta de cada casa. Visitamos a incrível Co-catedral de São João e o Teatro Manoel. Em 1731, António Manoel de Vilhena, cidadão português e Grão-Mestre dos Cavaleiros de Malta, encomendou e financiou a construção do edifício, com o objectivo de servir como um teatro de acesso público. Muito interessante!! 
Terminamos o dia andar pelos jardins do Lower e Upper Barrakka, que têm uma vista magnifica sobre a baía para as Três Cidades (Vittoriosa, Cospicua, Senglea).
La Valletta é sem duvida imperdível e no final de contas, Malta vale mesmo a pena!!