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domingo, 11 de dezembro de 2022

Natal em Londres



O Natal é uma época mágica e no nosso imaginário existem cidades que levam esta época a um nível muito exigente. É o caso da cidade de Londres e por esta razão queríamos ir confirmar isto in loco pois achamos que valia a pena ver pelo menos uma vez na vida.

O objetivo era andar pelas ruas, ver as decorações de Natal da cidade assim como os mercados de natal principalmente o Winter Wonderland.

Para isto foram necessários 3 dias muito intensos e com muito frioooooo e por mais duvidoso que seja com muito sol....

O mais difícil na viagem foi escolher o alojamento pois estes são muito acima dos nossos valores e de qualidade duvidosa. Depois de alguma pesquisa encontramos um sitio um pouco fora da cidade, na zona de Neasden, mas bastante acessível por metro.

Os transportes de Londres são super eficientes e isso deixou-nos mais tranquilas.

O que visitámos:

1 - Piccadilly Circus e sua iluminação
Passamos os dias a percorrer as principais ruas de comércio – Piccadilly Circus, Bond Street, Regent e Oxford Street, Carnaby Street e muitas outras.
Passear por todas estas ruas sob as luzes de Natal é uma delícia. Parece que estamos num filme!

2 - Winter Wonderland no Hyde Park
Um dos planos imprescindíveis era visitar o Winter Wonderland no Hyde Park - a maior feira de Natal da cidade e por isso compramos os nossos bilhetes online e com alguma antecedência. 
O mercado é gigante com várias bancas de comida, com pista de gelo e várias diversões para adultos e crianças.
Claro que fizemos tudo a que tínhamos direito como comer um crepe de chocolate, beber um chocolate quente e andar na roda gigante! Fantástico! Foi dos locais onde mais nos divertimos em Londres.

3 - Covent Garden
O mercado torna-se outra atracão imperdível no natal com as suas decorações. O edifício principal do mercado é rigorosamente decorado com luzes coloridas e com uma árvore de natal à altura. 

4 - Patinagem na Somerset House
As músicas de Natal animam o ambiente ao mesmo tempo em que se patina no gelo. Aqui vive-se um mágico ambiente natalício que encanta quem por lá passa.

5 - Decoração da Fortnum & Mason
Na decoração deste ano, este luxuoso shopping decorou a sua fachada como um Calendário do Advento onde cada janela da loja representa os 24 dias até o natal, iluminando cada dia correspondente. Deslumbrante!

6 - Mercados de natal
Os mercados de Natal são bastante parecidos aos nossos com casinhas em madeira onde se vende um pouco de tudo, comida, artesanato, bebidas quentes.

Visitamos os mercados
- Christmas By The River que fica na margem sul do rio Tamisa, perto da London Bridge e que se estende até a Tower Bridge. É um local muito agradável para passear ao mesmo tempo que se veem as barraquinhas e se ouvem as músicas de natal
- Natal na Leicester Square onde a famosa praça se transforma num pequeno mas acolhedor mercado de Natal com várias barraquinhas.
- Natal na Trafalgar Square que fica na mítica praça transforma este local num ambiente bastante agradável para comer qualquer coisa a apreciar as decorações e todo o ambiente natalício. 

7 - Camden Market
Foi surpreendente visitar este mercado com a sua arquitetura estilo industrial e as suas lojas e cafés com estilos diferentes. É uma zona bastante jovem e alternativa. Aqui aproveitamos para comer e ver as suas inúmeras lojas super diferentes. 


Andar pelas ruas de Londres e ver as suas decorações de natal é realmente algo imperdível!
Existem muitas outras ruas e praças que, nesta época natalícia, se “vestem” a rigor e que também são merecedoras de uma visita. No entanto, a duração da nossa estadia não permitiu ver tudo.
Contudo, o importante foi mesmo andar pelas ruas movimentadas de Londres e surpreender-nos com o que íamos encontrando.
Valeu mesmo a pena!

domingo, 30 de outubro de 2022

Visita aos Passadiços do Paiva e à Ponte Suspensa



Se há percurso pedestre que dispensa apresentações em Portugal, são os Passadiços do Paiva. São um dos percursos pedestres mais populares no nosso país e a sua fama já chegou além fronteiras, tendo inclusivamente ganho vários prémios nos World Travel Awards, os Óscares do turismo. E o que já era bom ficou ainda melhor com a abertura da vertiginosa Ponte Suspensa 516 Arouca, a maior ponte pedonal suspensa do mundo.

Os Passadiços do Paiva e a Ponte 516 Arouca fazem parte do território Arouca Geopark que é reconhecido pela UNESCO como Património Geológico da Humanidade.

É discutível a massificação de passadiços de madeira em Portugal, mas a verdade é que se não fosse esta construção feita pelo Homem, este magnífico vale estaria provavelmente inacessível à maioria de nós.

Por todos este motivos e mais alguns, estava já na hora de conhecer este soberbo destino natural e de descobrir os seus encantos.

Localizados na margem esquerda do Rio Paiva, estes 8,7 quilómetros de passadiços fazem-se de forma é linear e tem o seu início/fim na praia fluvial do Areínho ou na praia de Espiunca.

Iniciamos a caminhada na Praia Fluvial do Areínho pois assim enfrentamos a maior subida de escadaria logo no início do percurso, quando ainda estávamos fresquinhas.

Passado poucos metros do inicio, deparamo-nos com a Ponte Suspensa de Arouca. Decidimos incluir a travessia da ponte na nossa visita. Esta ponte com uns impressionantes 516 metros de comprimento e uma elevação de 175 metros, oferece vistas de cortar a respiração sobre a Garganta do Paiva e a Cascata das Aguieiras. O preço não é barato mas atravessar a Ponte Suspensa é sem dúvida uma experiência ímpar cheia de adrenalina.

O bilhete que adquirimos dá direito a percorrer os Passadiços do Paiva e atravessar a ponte nos dois sentidos.

De seguida, retomámos a caminhada pelos passadiços junto ao rio, caminhando ao longo do vale. O percurso é verdadeiramente impressionante com uma beleza única onde os passadiços estão inseridos num autêntico santuário natural. A simbiose entre a construção do Homem e a natureza está simplesmente perfeita e harmoniosa.

As paisagens são de cortar a respiração com extraordinárias formações rochosas, vida selvagem ímpar e praias fluviais muito apetecíveis.

Fizemos os passadiços num só sentido e terminámos em Espiunca onde voltamos de táxi ao ponto de partida.

Fomos no Outono, apesar da chuva foi uma boa opção, pois implica menos gente e por isso tivemos os passadiços praticamente só para nós, desfrutando em pleno do silêncio e da tranquilidade da natureza.

Sem dúvida que regressamos a casa de coração cheio e com uma sensação relaxante única.
Podemos afirmar, que a fama mundial não é de todo à toa e que, nós portugueses, somos uns privilegiados por ter esta maravilha mesmo “à porta de casa”.

terça-feira, 11 de outubro de 2022

Roadtrip pela Extremadura Espanhola


Fazer uma roadtrip na vizinha Espanha é sempre uma excelente escolha para um passeio de fim de semana em família. A nossa roadtrip passou por Mérida e Cáceres. A Extremadura tem muito mais para ver, mas dado o curto tempo decidimos visitar apenas estas duas cidades.

Começamos por Mérida. Chegámos na sexta-feira à noite ao nosso alojamento e ainda deu para fazer um passeio à beira rio pela proximidade e a temperatura também estava convidativa para andar na rua.

Passámos o dia seguinte a visitar a cidade que tem uma importância histórica gigante assim como um legado arqueológico imenso e por isso considerada Património da Humanidade pela UNESCO. 

Emerita Augusta, atual Mérida, foi fundada pelo imperador romano Octávio Augusto no século I a.C. tendo sido capital da Lusitânia romana. O Conjunto Arqueológico de Mérida tem uma das mais bem preservadas ruínas romanas do tempo da província hispânica sob o domínio de Roma.

Começamos a visita do dia pelo Anfiteatro Romano, uma arena onde se realizavam os jogos de gladiadores e lutas entre animais, ou mesmo entre homens e animais. Vale bem a pena uma volta pela arena sendo, muito fácil viajar no tempo.

Logo ao lado entrámos no Teatro Romano, uma obra verdadeiramente monumental à qual se soma outra particularidade: é o único edifício que, após o seu restauro, voltou a ter a sua função original, acolhendo desde 1933, o Festival Internacional de Teatro Clásico de Mérida. É imperioso subir até ao topo das suas bancadas, passear pelos estreitos corredores que davam acesso ao palco.

Ao longo das ruínas é possível ver algumas casas onde restam ainda os pátios, corredores e divisões, algumas com os típicos mosaicos romanos no pavimento.

Aproveitámos também para visitar o Museu Nacional de Arte Romana que era gratuito e que vale bem a pena. Aqui encontrámos vestígios da ocupação romana como esculturas, pinturas, mosaicos, moedas e utensílios gerais que exemplificam bem o quotidiano da Mérida romana.

Ao caminharmos pelas ruas e ruelas deparamo-nos com alguns monumentos. É o exemplo do Arco de Trajano e o Templo de Diana que é um dos edifícios mais antigos da cidade e é o único exemplar da arquitetura religiosa romana que tem perdurado em Mérida. É bastante semelhante ao que podemos encontrar em Évora mas a grande diferença é o seu estado de preservação. Supõem-se que foi construído no final do século I a.C. ou no início do século I d.C.

Passámos pela Alcáçova de Mérida que é o único edifício mouro que se conservou até aos nossos dias. Logo ali ao lado vimos a Ponte Romana. A ponte é exclusivamente pedonal e é agradável cruzar o Guadiana caminhando por ela.

Continuámos a caminhada junto ao nosso bem conhecido Rio Guadiana. Pelo caminho, passamos por um simpático e agradável jardim.


Terminámos a visita no Aqueduto dos Milagres que é uma obra extraordinária, não só pelas suas dimensões mas pelo seu estado de conservação.

Mérida não é uma cidade muito grande e por isso um dia foi suficiente para visitá-la com calma assim como as suas principais atracões.

No dia seguinte de manhã, rumámos em direção a Cáceres.

Cáceres é conhecida como a cidade medieval mágica da Extremadura. É por isso que é considerada como Património da Humanidade pela UNESCO.

Assim que chegámos à cidade, estacionámos o carro e andámos a deambular pelas ruelas e praças de Cáceres. Tudo é incrivelmente belo e harmonioso, perfeito para explorar a pé.

Começámos pela Plaza Mayor de Cáceres que fica fora da cidade amuralhada. De seguida entrámos no centro histórico pelo Arco de La Estrella, dando inicio à nossa viagem no tempo. 

Deambulámos pela cidade sem rumo, passando por igrejas, praças e pracetas com os seus palácios monumentais. É fascinante os diferentes estilos arquitetónicos presentes pela cidade desde o período romano à ocupação árabe.

Chegados ao Bairro Judeu entrámos no Museu de Cáceres ao acaso pois a entrada era gratuita e acabámos por ter uma bela surpresa. No sub-solo conhecemos a cisterna hispano-árabe, que foi surpreendente. O museu é pequeno mas bem conseguido.

Terminámos a visita novamente na Plaza Mayor e como queríamos ganhar tempo, já que a estrada de regresso a Portugal era longa, compramos um lanche e comemos no caminho. 
É fácil visitar a cidade num dia. Parte do encanto da visita a Cáceres é precisamente calcorrear as ruas e apreciar as suas fachadas.

Foi uma viagem bastante agradável onde visitámos duas cidades bastante pitorescas e fascinantes. Viajar pelas estradas de Espanha é sempre fantástico pois são quilômetros e quilômetros de excelentes rodovias. A paisagem, porém, é que é um tanto monótona, quase sempre com a mesma paisagem mas vale sempre a pena!

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

15 dias pela Turquia



Depois de 2 anos de pandemia finalmente senti-me à vontade para explorar novamente o mundo de mochila às costas, como antigamente.
Desta vez escolhemos a Turquia por ser um país imenso e à medida que íamos lendo mais sobre ela, a lista de locais a visitar ia aumentando.

A Turquia é um dos poucos países do mundo que abrange mais do que um continente, 96% do seu território é asiático e 4% europeu. É um país cheio de história pois foi o berço de muitas civilizações e viu nascer e morrer mais do que um império, havendo sempre algo novo para explorar e uma multitude de segredos por desvendar.

O nosso roteiro foi de 15 dias pela Turquia, onde fizemos a maior parte das viagens de bus, no entanto, voamos de Istambul para a Capadócia. Usamos muito as rodoviárias que se chamam "Otogar", pois é um meio de transporte barato e que funciona muito bem.

O roteiro:

Istambul – Capadócia - Fethiye - Pamukkale - Selçuk (Eféso) – Istambul


1 - ISTAMBUL E OS SEUS BAIRROS
Não é a primeira vez que visitei esta cidade, mas se há locais onde não me importo de voltar, Istambul é seguramente um deles pois é uma cidade fantástica. É sem dúvida um ponto de paragem obrigatório em qualquer roteiro da Turquia.
Antiga Bizâncio e Constantinopla, Istanbul situa-se no estreito entre o Mar de Mármara e o Mar Negro. Esta cidade é conhecida como o ponto onde o oriente encontra o ocidente, tanto geograficamente como culturalmente.
Istambul é uma cidade grandiosa com imensas coisas para ver e viver.

SULTANAHMET
Nós ficamos aqui alojadas pois é aqui onde se concentram a maior parte das atrações para ver. É a parte mais antiga de Istambul e o coração da antiga Constantinopla. Fica no lado Ocidental...

Aqui visitamos:
✔️Blue Mosque
✔️Hagia Sophia
✔️Mesquita Süleymaniye
✔️Grand Bazaar
✔️ Arasta Bazaar
✔️Spice Bazar
✔️Yerebatan Sarayi - a Cisterna da Basílica
✔️ Gulhane Park

TASKIN &BEYOGLU
Fica do lado Ocidental e tem igualmente muitos sítios para visitar...
✔️Ponte de Galata
✔️Taskin Square
✔️Caminhar pela Istikal Street
✔️Bairro Beyoglu

BESIKTAS
Está do lado Ocidental. Nós gostamos muito daqui... pois tem muitos restaurantes, cafés e bares com muito bom ambiente! É vibrante, com muita gente jovem e bonita!
Dicas em Besiktas...
✔️Besiktas Bazaar
✔️Andar pelas ruas super movimentadas e perceber o modo de vida dos turcos

PASSEIO PELO ESTREITO DE BÓSFORO
Nós apanhamos um ferry e fomos de Eminönü ate Besiktas pelo Estreito de Bósforo.
Noutro dia apanhamos outro ferry de Eminönü até Kadikoy, o lado asiático e atravessamos o mar de Marmara.
Das 2 vezes a viagem foi feita ao fim do dia e no regresso a Eminönü vimos o por-do-sol na linha da cidade sobre as suas cúpulas e mesquitas. Foi um momento muito bonito! assistir ao pôr do sol enquanto se navega pelas águas do Bósforo, com a Europa de um lado e a Ásia do outro, é simplesmente inigualável.
Pode-se fazer este percurso num cruzeiro mas escolher os ferries públicos para além de bons e acessíveis são eles próprios uma parte integrante de Istambul.

Istambul é uma cidade enorme, frenética, cheia de contrastes e com imensos recantos para descobrir.
Ficámos aqui 3 dias mas seriam precisos muitos mais para a conhecer melhor. 

Daqui partimos de avião para Nevsehir Airport (NAV) na Capadócia. Ter em atenção ao aeroporto pois existe mais do que 1 em Istambul e o engano pode acontecer!!....

2 - CAPADÓCIA
Chegámos à Capadócia com as expetativas elevadas e estas não foram defraudadas pois esta região tem uma paisagem muito diferente de tudo e isso deve-se a fenómenos geológicos de erosão ao longo dos anos, esculpindo as rochas em variadas formas. E por isso é Patrimônio Histórico Mundial da Unesco.
A região tem um cenário único e belo, diferente de tudo e muito surpreendente.

Ficámos na cidade de Gorëme alojadas no Olivia Cave Hotel que recomendamos. Aproveitamos os 3 dias que aqui ficámos para conhecer bem a região.

A Capadócia é muito provavelmente, o lugar mais popular do mundo para fazer um passeio de balão de ar quente e nós não podíamos deixar de o fazer.
A experiência não é barata mas vale a pena pois andar de balão foi magnifico!! Um verdadeiro sonho!! Todos os dias mais de 50 balões decolam, sempre ao amanhecer, por volta das 5h da manhã, pintando o céu da capadócia em variadíssimas cores. A experiência durou cerca de 1h e entrou para aquelas coisas inesquecíveis que fiz na vida. Do balão vimos os maravilhosos vales e paisagens com as suas rochas peculiares que até parece que estamos noutro planeta.

No outro dia optamos por ver da terra os coloridos balões a pintarem de mil cores os céus de Gorëme e é também muito bonito mas a sensação não é de todo parecida.

Esta região também é conhecida pelos vestígios deixados pelos primeiros cristãos que a habitaram, em rudimentares habitações escavadas na rocha macia, e as suas igrejas decoradas com frescos. Visitamos o Open Air Museum, o local que era o centro da antiga comunidade cristã da região, com impressionantes frescos pintados nas igrejas escavadas na rocha.
Fizemos também um tour - Green tour, que inclui viagem de autocarro, almoço e visita a vários locais de interesse como a cidade subterrânea - Derinkuyu, o Vale de Ihlara e o Mosteiro de Selime.

Ao final dos 3 dias fomos de bus noturno de 12h para o sul da Turquia - Fethiye.

3 - FETHIYE
A região do mediterrâneo da Turquia é surpreendente. Considerada a Riviera Turca esta região tem praias fantásticas banhadas pelas águas quentes do mediterrâneo.
Nós escolhemos ficar em Fethiye mas a escolha não foi fácil, pois são tantas as possibilidades.

Fethiye é uma cidade muito agradável, vibrante, quente e com muitos turistas turcos. Passámos aqui 4 dias a relaxar e a mergulhar nas suas águas quentes.
Existem 2 sítios possíveis para ficar em Fethiye, uma delas é na parte mais turística, que se encontra próximo da marina e a outra é na Çalis Beach.
Nós optámos por ficar na praia de Çalis, que fica a 7km do centro de Fethiye. A praia é calma e muito agradável com um paredão cheio de restaurantes, hotéis e bares. Muito parecido ao nosso Algarve.

Nesta região os passeios de barco são famosos e nós não conseguimos resistir e fizemos o passeio de barco às 12 ilhas. O passeio tem duração de 8 horas, inclui almoço e visitámos várias ilhas e praias com direito a mergulho em todas elas. Foi um dia maravilhoso!

Noutro dia fizemos também outro passeio de barco mas desta vez na famosa praia de Oludeniz. Oludeniz é considerada a praia mais bonita da Turquia que fica entre montanhas que chegam aos 1900m de altura e que tem um mar azul turquesa incrível.
Esta praia fica a 16km de Fethiye e nós passamos lá um dia inteiro num tour de passeio de barco onde visitámos mais ilhas e praias e a famosa Butterfly Valley. Este vale que fica entre montanhas tem uma praia quase deserta de águas azuis e cristalinas e o seu nome deve-se ao facto de ficar repleto de borboletas nos meses da primavera e por isso é uma área protegida. Nele não existem construções, pois não são permitidas e a única forma de lá chegar é de barco ou de carro numa viagem sinuosa a contornar a montanha.
Vale muito a pena, pois é um verdadeiro paraíso na terra.

Queríamos muito ir também a Dalyan, a Kaş e a Bodrum, que são outras praias do sul, mas não tivemos oportunidade de lá ir.

Chegadas ao fim dos 4 dias despedimo-nos do sul e das praias e decidimos aprofundar melhor a parte mais histórica da Turquia e, por isso, seguimos para Pamukkale. Fomos de bus até Denizli que demorou 4,5h e de lá apanhámos outro bus para a vila de Pamukkale.

4 - HIERAPOLIS/PAMUKKALE
Pamukkale, era conhecida no passado como Hierápolis, uma cidade antiga construída durante o Império Romano, no século II a.C.
A cidade situa-se no cimo da montanha, hoje famosa e muito visitada devido às piscinas naturais. Na antiguidade, desde a época dos romanos, as pessoas escolhiam este local para se tratar, nas águas com grande poder medicinal, devido às propriedades terapêuticas destas fontes de água.
Por isso, eram consideradas um spa pelos romanos, ainda na Antiguidade, quando até Cleópatra se banhava nas suas águas.

Nós escolhemos pernoitar na vila de Pamukkale e no dia seguinte passámos o dia inteiro no parque, onde visitámos em 1º as ruínas greco-romanas e bizantinas da cidade antiga de Hierápolis, incluindo o seu anfiteatro que está muito bem conservado e que tinha capacidade para 12 mil pessoas. 
Visitámos também o Museu Arqueológico, almoçamos no parque pois existe uma zona de restauração. Para além disso o recinto tem também bastantes locais para nos sentarmos à sombra (e que era bem preciso!!), sendo possível levar almoço.

Da parte da tarde visitámos os travertinos. Quando lá se chega a primeira impressão é que o branco da montanha parece ser neve ou algodão. Mas não, o branco que vimos é formado por águas termais que contêm cálcio e que emergem da terra a 35ºC formando terraços de calcário, que se chamam travertinos. É um dos fenómenos mais originais encontrados na natureza. Um lugar diferente de tudo que já vimos...
Hoje o parque é protegido e para aceder à zona dos travertinos é proibido andar calçado e apenas se pode entrar em algumas piscinas.

Pamukkale é sem dúvida uma das mais belas paisagens naturais da Turquia. Daqui fomos para Denizli e apanhamos um autocarro para Selçuk.

5 - SELÇUK/ÉFESO
Selçuk é uma cidade pouco conhecida que fica junto à costa do mar Egeu, e que pela sua proximidade à cidade antiga de Éfeso, serve de base para muitos turistas.
Escolhemos ficar alojadas nesta cidade para visitarmos as ruínas mas também para conhecer a costa ocidental da Turquia.
Aqui ficámos 3 dias, alojadas no Hotel Nicea que localiza-se no centro da cidade. Gostámos muito da cidade, pois é uma cidade pequena mas encantadora com poucos turistas, pois a maioria fica em Izmir ou na praia.
No entanto, Selçuk também tem algumas atracões que valem a pena como o Museu de Éfeso, as ruínas da basílica de S. João, onde se encontra o túmulo do Apóstolo e o pilar que resta de uma das 7 maravilhas do mundo antigo: o templo de Artemisa.

Num dos dias visitámos as ruínas de Éfeso, que ficam nos arredores de Selçuk a 2km e são um dos locais imperdíveis numa visita à Turquia.
A cidade foi fundada pelos gregos no século X antes de Cristo e floresceu durante o império romano tendo-se tornado a segunda maior cidade do Império, apenas atrás de Roma.
As ruínas apresentam um extraordinário estado de conservação, e da imensa cidade destacamos:
- O Teatro - que está em muito bom estado de conservação, e foi o maior teatro do mundo na época, com capacidade para 25 mil espectadores.
- A Biblioteca de Celso - concluída em 135 dc é a principal atração da cidade. O monumento impressiona pela fabulosa fachada em mármore e chegou a albergar 12 mil rolos de papiros. Ostenta colunas com dez metros de altura e tem na sua fachada as estátuas que representam a sabedoria por Sofia, o conhecimento por Episteme, a inteligência por Ennoia e a virtude por Arete, mas são elas, cópias das originais, que se encontram no Museu de Éfeso, em Viena.
- Rua do Porto - a principal passagem e entrada da cidade que desperta atenção, com 800 metros de extensão e hoje restam apenas 500 metros, com piso e colunas de mármore. Segundo a história, Éfeso recebeu a visita do imperador romano Marco António e Cleópatra que entraram na cidade, pela então Rua do Porto.

Visitar esta cidade é verdadeiramente deslumbrante pois é um lugar especial que faz-nos recuar aos tempos áureos do império romano. O único senão é que por ser Verão o sol e o calor era tão forte que se torna insuportável pois praticamente não havia sombras durante todo o passeio.
Aqui passámos cerca de 6h. No final da visita fomos à Casa da Virgem Maria.

Nas montanhas próximas de Selçuk e das ruínas da cidade romana de Éfeso, encontra-se uma casa na qual se crê, que foi a morada da Virgem Maria, mãe de Jesus: Meryemana, após a morte de Jesus.
A casa encontra-se no topo duma montanha. e para lá chegar não há autocarros, o que torna difícil a ida para lá. A única forma de lá chegar é de táxi, ao qual se aproveitam bem da situação. Nós tivemos que negociar com um táxi à saída das ruínas, que nos levou até lá, aguardou meia hora, o que é suficiente para uma rápida visita e levou-nos de volta a Selçuk.

Lá dentro, pode-se visitar a casa, mas não se pode fotografar, à saída pode-se beber água da fonte milagrosa e deixar os seus desejos num papelinho enfiado na parede.
Há ainda um pequeno recinto ao ar livre onde os grupos de peregrinos costumam celebrar missa.
Ninguém sabe ao certo se foi mesmo aqui que Maria morou, no entanto, sabe-se que ela esteve nesta região escondida, por isso vale a pena pela historia e pela simbologia do lugar. 
 
No último dia, por sugestão do rapaz da receção fomos passá-lo na praia de Yoncakoy que fica perto da cidade. Apanhámos um bus para lá e passámos lá o dia inteiro.
Aqui o mar é Egeu e não é tão quente nem tão azul como o mediterrâneo, no entanto, as águas são igualmente cristalinas e muito pacificas que mais parece um lago do que uma praia.

No mesmo dia apanhámos um autocarro noturno de volta à cidade onde iniciámos esta viagem pela Turquia - Istambul e que demorou 8h.



Depois de 15 dias a viajar pelo país, a Turquia revelou-se um país extenso e de uma beleza fantástica com múltiplos contrastes. Ao longo desta viagem conseguimos fazer um pouco de tudo, praia, turismo de natureza e turismo histórico-cultural pois o país tem uma quantidade imensa de ruínas gregas e romanas espalhadas por seu território.
É um país limpo, desenvolvido e espetacularmente diverso com um povo simpático! Outro grande incentivo é que é um país barato, bem mais barato que a Europa em geral e com boa comida.

Viajamos por vários sítios e a melhor forma de o fazer é de autocarro. As viagens são relativamente baratas, os autocarros são novos e bastante confortáveis com hospedeiros que servem agua ou sumos e snacks em cada viagem. Ficámos fãs!

Fomos embora com uma ponta de tristeza em deixar este país, pois foi uma experiência incrível. A Turquia é sem dúvida um destino de viagem verdadeiramente interessante. A Turquia e os Turcos encantaram-nos!!!

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Caminho Português de Santiago



Comecei a pensar em fazer o Caminho de Santiago há já algum tempo, mas nunca tinha surgido a oportunidade até que este ano fui desafiada por uma amiga para ir com ela. Quando ela me desafiou comecei a pensar se teria capacidade de percorrer centenas de km a pé com tudo o que isso implicava. Até que concluí que claro que conseguiria e por isso aceitei o desafio.
Decidimos então fazer, nas nossas férias de junho, o Caminho Português de Santiago, a começar em Valença do Minho (120km). Para ela seria a 3a vez, o que facilitou a organização do itinerário e dos alojamentos.

A minha preocupação seguinte foi decidir o que levar na mochila. A regra básica é só levar o indispensável, ou seja, reduzir e simplificar. Outra regra é que só se deve carregar até 10% do peso do corpo.
Uma das coisas mais prementes que se deve incluir na mochila é o kit de primeiros socorros. Este deve ser leve mas deve conseguir dar uma resposta imediata a uma pequena emergência como feridas, lesões nos pés, queimaduras, picada de insetos, etc.
Assim, consegui levar tudo numa mochila de 20L com cerca de 6kg. O peso ideal para carregar às costas.
Outro item bastante importante é o Cartão Europeu de Saúde que permite o acesso a cuidados de saúde e assistência médica na grande maioria dos países europeus.

Partimos dia 10 de junho na nossa aventura...

1ª etapa - Valença do Minho a Porriño (24km)
Chegamos a Valença do Minho de expresso por volta das 5h da manhã. O plano inicial era chegar de comboio, mas a greve da CP fez-nos alterar os planos e por conseguinte acabamos por ter que fazer uma direta!!!
Bom, chegadas a Valença, a etapa começa com a travessia da Ponte Internacional sobre o Rio Minho. O Caminho está muito bem marcado ao longo de todo o percurso, basta seguir as setas amarelas para chegar a Santiago de Compostela.
Depois da ponte, já estamos em Espanha e pouco tempo depois chegamos ao centro histórico da cidade de Tui.
Depois de sair de Tui, o Caminho conduz-nos até Porriño por um misto de bosques e áreas pedonais.
A melhor parte da etapa foi quando chegamos a um café em Ponte de Febras. Foi um verdadeiro oásis! Aqui restabelecemo-nos e recuperamos energias, pois já estávamos a precisar!!
A pior parte do troço é a chegada a Porriño porque o caminho é feito pela estrada, e como chegamos tarde (por volta das 16h) estava muito calor!!! Esfomeadas e cansadas, mal entrámos na cidade, procurámos logo um restaurante para comer, hidratar e descansar as pernas!
De seguida fomos arrastar-nos até o albergue. Chegamos ao albergue rotas! Instalamo-nos e preparamo-nos para o dia seguinte. Ainda deu para conviver com um grupo de peregrinos, com quem mantivemos o contacto até o final do Caminho.

2ª etapa - O Porriño a Redondela (18km)
Nós aprendemos logo no final do primeiro dia que íamos apanhar dias de muito calor e por isso tínhamos de acordar bem cedo. Quanto mais madrugássemos, menos calor íamos sentir ao longo da etapa. Para além disso é importante terminar a etapa cedo, para poderemos encontrar o alojamento, almoçar e descansar durante a tarde.
Decidimos então acordar pelas 5h30 e saíamos do albergue pelas 6h00. Dependendo dos dias, entre as 13h00 e as 14h00 estávamos a terminar a etapa.

Esta 2ª etapa foi uma das mais fáceis do Caminho, passámos por muitas estradas secundárias e atravessamos várias aldeias. Saímos de Porriño e passamos por Mós, uma aldeia bonita. Aqui paramos para comer qualquer coisa. O resto do caminho teve algumas subidas mas que se fizeram bem.
Chegámos cedo a Redondela. Ainda tivemos que fazer tempo para entrar no albergue, pois o check-in era só a partir das 14h.
Apesar do calor intenso, pois estava um dia atípico de calor, à tarde aproveitamos para fazer um almoço tardio, dar um passeio pela cidade, ir ao supermercado e descansar o resto do dia.

3ª etapa - Redondela a Pontevedra (21km)
Esta etapa é uma das mais bonitas, pois a maior parte do percurso é feito por terra batida e pelo meio de bosques e serrados. 
Logo no inicio, passamos pela ria de Vigo onde as vistas são soberbas. De seguida, fizemos uma paragem junto à ponte medieval de Pontesampaio para tirar fotos, descansar um pouco e para admirar o dia que estava lindo. O resto do caminho foi igualmente bonito mas exigente fisicamente.
Chegámos a Pontevedra pelas 14h00. Fomos diretas para o hotel que fica mesmo à entrada da cidade. Depois de nos instalarmos, fomos de táxi para o centro da cidade. Aqui almoçamos num restaurante muito agradável. Era domingo e estava calor, por isso os galegos estavam todos na rua a conviver.
De seguida, ainda nos sentimos com energia para explorar o centro da cidade, pois Pontevedra é considerada a capital e a mais bonita do Caminho Português de Santiago. E é realmente muito bonita!

4ª etapa - Pontevedra a Caldas de Reis (26km)
Esta é uma das etapas mais longas do nosso trajeto. Como estávamos alojadas um pouco longe do centro demorámos algum tempo atravessar a cidade e acabamos por nos atrasar um pouco. 
Ao longo do dia atravessámos muitas vinhas e bosques. No final da etapa, o Caminho entra pela estrada, onde as sombras são nulas. Um deserto de asfalto. 
A certa altura o cansaço atacou-nos de rompante, em sintonia com o sol implacável, e arrastámo-nos até ao final desta etapa. Tivemos que fazer mais paragens do que o habitual.
Mesmo na parte final passamos por um caminho entre vinhas, mas o calor era tanto que não nos deixou desfrutar do caminho.
A etapa termina na bela cidade termal de Caldas de Reis. Chegámos exaustas à cidade por volta das 16h com 33ºC!!
Depois de recuperadas fomos visitar a Catedral, demos um pequeno passeio à beira rio e aproveitamos para mergulhar os pés nas quentes águas termais da fonte pública de Las Burgas. Lá tivemos um excelente momento de convívio com mais peregrinos que foi bastante reconfortante.

5ª etapa - Caldas de Reis a Padrón (23km)
Apesar do dia anterior ter sido muito duro e o cansaço acumulado já ser algum, iniciámos esta etapa animadas e motivadas para mais um dia de caminhada.
Esta é mais uma etapa maravilhosa do Caminho de Santiago, pois segue pela floresta, com bastante sombra e entre riachos.
O final da etapa é em Padrón, cidade conhecida pelos pimentos Padrón. Chegámos a Padrón pelas 12h00. Assim que chegamos à cidade fomos encontrando caras conhecidas e acabámos todos juntos a comer no tasco do "Pepe". Uma verdadeira animação.
Depois de nos instalarmos no albergue (para mim o melhor do caminho) fomos descansar pois o cansaço do corpo já se começa a notar.
À tarde fomos visitar a Igreja de Santiago de Padrón. Segundo a lenda, foi em Padrón que aportou a barca que transportou os restos mortais do Apóstolo Santiago desde Jaffa, no Médio Oriente (onde foi decapitado), até à Península Ibérica no ano de 44. A pedra – ou padrão – a que foi presa a barca está presentemente colocada por baixo do Altar da Igreja, ponto de paragem obrigatório para todos os peregrinos que seguem pelo Caminho Português de Santiago.
De seguida, percorremos a cidade por um supermercado e terminamos o dia a comer num restaurante numa praceta encantadora.

6ª etapa - Padrón a Santiago de Compostela (28km)
Última etapa do Caminho de Santiago e é a etapa menos bonita. Passámos por alguns bosques mas à medida que nos aproximamos do final o caminho faz-se mais por estradas.
Ao aproximarmo-nos de Santiago de Compostela vamos ficando cada vez mais ansiosos e somos inundados por um sentimento de superação.
Chegámos a Santiago às 14h30. Fim do Caminho! A sensação de vitória é imensa! Os peregrinos estão estendidos no chão, na Praza do Obradoiro extasiados e a comemorar. O ambiente é de festa!

Apesar de termos partido sozinhas nesta aventura, todos os dias fomos conhecendo pessoas pelo caminho. A certa altura, já quase que nos conhecíamos todos uns aos outros.
Fizemos esta última etapa sempre acompanhadas por 3 raparigas que conhecemos pelo caminho e com quem fizemos amizade. A certa altura da etapa juntaram-se mais pessoas a nós e quando terminamos o caminho eramos um grupo grande.
Já em Santiago na praça fomos encontrando muitas caras conhecidas do Caminho e que nos cumprimentavam com um abraço de missão cumprida. Afinal de contas, é isto o Caminho!

Recompostas com a chegada, fomos para o Centro do Peregrino para obter a Compostela que é um certificado que garante que cumprimos a peregrinação, de pelo menos 100km. Para obtê-la é necessário apresentar a Credencial do Peregrino que fomos carimbando ao longo do caminho nos albergues e estabelecimentos que cruzamos. Esta tem que ser carimbada no mínimo duas vezes por dia ao longo do caminho.
Depois de termos a Compostela, fomos todos juntos comemorar, a comer e a beber. Um momento de convívio maravilhoso.
De seguida, cada um foi para o seu alojamento. Aqui optamos por ficar num hotel pelo conforto e comodidade. Depois de instaladas regressamos à Catedral para para assistirmos à missa do peregrino. 
O dia terminou num restaurante a convivermos com o nosso grupo da chegada. Um final maravilhoso!

"O motivo que nos leva a percorrer o Caminho de Santiago é pessoal. Não existe um motivo certo ou errado, adequado ou não, existe o nosso motivo, aquele que é o verdadeiro para nós!"
                                                                                             Espaço Jacobeus


Dicas para o Caminho:
  • As infraestruturas de apoio ao peregrino, contando com albergues, cafés e restaurantes vão aparecendo ao longo do caminho. Há também uma vasta oferta de supermercados ou mercearias onde o peregrino se pode abastecer.
  • Em termos de alojamento existem várias opções. Nós optamos por ficar 3 noites em Albergues privados e 3 noites em Hotel. Os albergues quer públicos quer privados oferecem condições básicas para o apoio à caminhada: cama e dormitórios, cobertor, balneários, lavandaria em alguns casos e cozinha onde se podem preparar refeições. Optámos por dormir nalguns hotéis pela privacidade e por um pouco mais de conforto. No entanto, todos os albergues onde ficámos eram excelentes.

Estes foram os meus alojamentos ao longo do caminho:


Sem dúvida que foi uma experiência fantástica! No inicio quando comecei a pensar em fazer o Caminho achava que talvez não estaria fisicamente capaz para o fazer. No entanto, aprendi que apesar do treino físico ser importante se a mente não estiver preparada para as exigências do Caminho, pouco ou nada vai servir. Dizem que para percorrer o Caminho com sucesso 25% é trabalho físico e 75% é trabalho psicológico. Não sei se serão bem estas as percentagens, mas da minha experiência posso garantir que o psicológico supera o físico quando se percorre o Caminho de Santiago.
No final do Caminho, fiquei surpreendida com a minha resiliência e descobri que tinha mais força do que sabia. E no final o sentimento que fica é uma sensação arrebatadora de liberdade. 

terça-feira, 7 de junho de 2022

Ilhas Ciès - as Ilhas Selvagens




Mais umas férias e mais um programa inesquecível! Já algum tempo ouvi falar nas Ilhas Cíes e ao ver as fotos das ilhas fiquei com uma vontade desesperada para as visitar. Assim que vi que a Wildest estava a organizar uma visita às ilhas nem pensei 2 vezes e inscrevi-me. Ir num tour de ida e volta com tudo organizado foi o ideal pois para além das ilhas terem um número limite de visitas diárias também é necessário uma autorização para entrar. Assim, não tive que me preocupar com nada, pois trataram de tudo.

Considerada o “Caribe da Galiza” as ilhas ficam a apenas 150 km de distância do Porto, chegando-se a Vigo em menos de duas horas. Então, pela proximidade com o Porto decidi passar o fim de semana na cidade, pois conheço pouco o Porto e já há algum tempo que tinha vontade de fazer uma escapadinha por aqui

A saída para as Ilhas foi por volta das 6h do Porto. Partimos de autocarro para Vigo onde apanhámos o ferry que demora cerca de 45 minutos até as Ilhas Cíes. Fomos com o Mar de Ons que correu tudo lindamente uma vez que navegamos em ria (sem ondas) e não em mar aberto.

Desembarcámos na ilha de O Faro, uma das três que compõem as Cies. Desembarcámos mais precisamente na joia da coroa das Ilhas Cíes - a paradisíaca Praia de Rodas: uma extensa baía de areia branca, no meio de um mar turquesa cristalino e que une a ilha de Faro à de Monteagudo. É a praia mais longa e a mais bonita do arquipélago.

Nas Cies, não há hotéis nem carros nem casas. É uma tranquilidade sublime. As duas principiais atividades para se fazer são estar na praia e fazer caminhadas. É difícil resistir à sedução dos banhos de sol estendido na areia, mas explorar cada canto das ilhas é igualmente tentador.

Optei por acompanhar o grupo na caminhada. Existem 4 percursos possíveis para fazer e todos estão devidamente marcados. O mais longo e exigente é a Rota do Monte Faro que fizemos. O trilho tem vistas espetaculares das Ilhas Cíes e tem também uma subida ziguezagueante exigente até ao Farol de Cíes, que com calor pode tornar-se um pouco difícil.

Outro trilho que fizemos foi o Alto do Príncipe. Uma caminhada relativamente fácil, com cerca de 3 km ida/volta. A panorâmica do Mirante do Príncipe é, provavelmente, a vista mais bonita do arquipélago. No topo encontra-se uma rocha esculpida naturalmente em forma de cadeira, chamada o trono da rainha. Imperdível!

Qualquer um dos trilhos são magníficos com vistas soberbas das Ilhas e das suas praias incríveis.

No final, a recompensa maior é aproveitar a praia paradisíaca, pois a comparação destas ilhas com o caribe é credível no que toca à cor turquesa das águas cristalinas e às areias finas de cor branca. Quanto à temperatura da água, esta é fria, mas não é tão fria como dizem! A temperatura assemelha-se às temperaturas do nosso mar mais a norte. 

Para quem quiser pernoitar na ilha, existe um parque de campismo muito apetecível, com vista para a praia. Uma verdadeira tentação!! E também existem alguns restaurantes. Um no local de desembarque do barco, outro dentro do parque de campismo e outro nas redondezas do parque de campismo. Por isso, existem todas as condições para passar uns dias fantásticos nestas ilhas paradisíacas! 

Vale mesmo a pena visitar as Ilhas Cíes pois significa desfrutar do paraíso. E não é exagero!

segunda-feira, 6 de junho de 2022

Fim de semana no Porto


Já tinha estado algumas vezes no Porto, mas a maioria das vezes de passagem e sem nunca ter tido oportunidade de visitar a cidade com a merecida atenção. Então, desta vez resolvi descobrir mais esta cidade.

Durante a minha escapadinha no Porto visitei alguns dos pontos principais da cidade que ainda não conhecia.

Fiquei no Stay Hotel Centro Trindade, em pleno coração da baixa, com uma excelente localização, pois fica perto da estação Trindade e com uma boa relação qualidade/preço.

Comecei pelo centro da cidade, ou seja, a Praça da Liberdade, mais conhecida como Avenida dos Aliados.
Seguindo o passeio fui encontrando igrejas com fachadas forradas a azulejo que se destacam pela sua beleza. A Igreja das Almas é uma delas. Localizada na esquina entre a Rua de Santa Catarina e a de Fernando Tomás, esta capela possui uma das paredes mais instagramáveis da cidade, pois é considerada por muitos a mais bonita da cidade do Porto.
Outra igreja deslumbrante no Porto é a Igreja do Carmo, igualmente forrada com azulejos e que se destaca também pela sua beleza singular.
Estação Ferroviária de São Bento é outro edifício igualmente imperdível, considerada uma das mais belas do mundo. É claro que aqui aproveitei para entrar e apreciar os magníficos painéis de azulejos que decoram o átrio de entrada.
Seguiu-se a Sé Catedral do Porto que domina a parte velha da cidade. Do terreiro da Sé pode-se apreciar as magníficas vistas sobre os telhados do casario portuense, a Torre dos Clérigos, o rio Douro e Gaia.
Passei também pela Ponte D. Luís I, uma das pontes mais bonitas do mundo e o verdadeiro cartão de visita da cidade. A ponte tem uma passagem superior e uma inferior, a superior destina-se à passagem do metro do Porto e a inferior à circulação rodoviária. Tanto na parte superior como inferior existem passagens pedonais. Atravessei o rio pelo tabuleiro superior onde as vistas sobre o Rio Douro e sobre a ribeira do Porto e Gaia são soberbas.
Segui o tabuleiro passando pelo Miradouro da Serra do Pilar e fui dar ao Jardim do Morro, onde o ambiente é absolutamente descontraído e delicioso. Terminar aqui o dia e assistir ao pôr-do-sol é indescritível.

A cidade do Porto é realmente uma cidade bonita e descontraída. Ficou ainda muito por descobrir, pois há ainda muito por desvendar acerca do Porto...mas terá que ficar para uma próxima escapadinha.

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Páscoa em Roma



Diz-se que todos os caminhos levam a Roma e desta vez os caminhos levaram-me novamente a Roma. 

Conheci Roma pela 1a vez em 2006 na minha primeira viagem de mochila às costas num interrail pela Itália, Grécia e Turquia. Visitei nessa altura a cidade de Roma assim como várias cidades da Itália. 16 anos depois os caminhos levam-me de volta a Roma. 

A capital italiana merece uma visita em qualquer altura do ano, mas visitá-la na altura da Páscoa é uma experiência única. E assim foi! Este ano decidi passar a Páscoa com a minha família em Roma. Ficamos 5 dias em Roma e achamos que foi suficiente para conhecer a maioria das atrações com calma.

Roma está envolta em historias e lendas, e de facto é o berço da civilização ocidental. O seu património de igrejas, museus e ruínas é inigualável. Roma é sem duvida uma das cidades que mais coisas tem para ver no mundo!

Mas digamos que entre as centenas de coisas que há para ver, a cidade definitivamente tem um Top 10 de atrações imperdíveis:

1 - Vaticano - A Páscoa é um tempo muito especial em Roma e no Vaticano. Realizam-se nesta época várias cerimónias importantes. Um dos nossos desejos era assistir à missa da Páscoa e conseguimos. Tínhamos lido que estas cerimónias seriam gratuitas no entanto seriam necessários bilhetes para assistir e que deviam ser solicitados com antecedência porque são difíceis de obter. Apesar do nosso esforço para obter esta autorização, esta nunca chegou. No entanto, ao contrário do que pensávamos, conseguimos entrar facilmente na Praça de São Pedro, assistir à missa da Páscoa, ver o Papa de perto e assistir à Bênção “Urbi et Orbi”. Foi um momento emocionante!

Da parte da tarde fomos visitar a Basílica de São Pedro. Entrar na Basílica não é das missões mais fáceis, pois a fila é enorme, mas com fila ou sem fila, a Basílica de São Pedro é imperdível e vale a pena a espera! Esta Basílica foi erguida no local onde foi enterrado S. Pedro. Desde sua morte, inúmeros templos e igrejas foram construídos em sua homenagem, mas nenhum com a imponência da basílica atual. A Basílica de São Pedro foi terminada em 1626, levando 120 anos para ficar pronta. Sua construção reuniu os maiores artistas renascentistas do mundo e hoje é património mundial da UNESCO. A Basílica foi construída, parcialmente, com projeto de Michelangelo, e a praça em frente é obra de Bernini. Ao entrar na Basílica, é impossível não ficar de boca aberta com tamanha grandiosidade. Por dentro o tamanho é descomunal, um enorme espaço aberto e arejado… com uma enorme sensação de paz. O seu teto é altíssimo e seu interior é completamente adornado em mármore e tons dourados. Está recheada de obras de arte e historia por todos os lados. É simplesmente perfeita!

2 - Museu Vaticano - O Museu do Vaticano é um dos museus gigantescos e mais  incríveis do mundo. São corredores e corredores forradas de obras de arte da mais alta qualidade. Chega a ser surreal! Vale a pena passar algumas horinhas dentro do museu e passear por algumas das áreas mais populares do museu, como o Musei Egizio, com inúmeras peças Egípcias “confiscadas” pelas missões e expansões dos Cruzados da Igreja Católica, e alguns dos apartamentos Papais, como por exemplo a Stanze di Rafaello, que era o apartamento privado do Papa Júlio II e foi todo decorado por Rafaello. Mas a principal atração do museu é mesmo a Capela Sistina, que construída em 1473 é até hoje uma das áreas mais importantes do complexo do Vaticano, sendo a capela escolhida para sediar o Conclave Papal, onde os Papas são eleitos. Lá dentro as fotos são expressamente proibidas e é TÃO lotada que mal se consegue ver direito… mas vale a pena… é impressionante imaginar como todos aqueles painéis foram pintados à mão, e tentar perceber o seu significado. 
Almoçamos no museu, pois este tem um restaurante e pizzaria com preços agradáveis.
Compramos o ingresso para os Museus Vaticanos com antecedência e online, pois as filas são enormes. Até porque, mesmo com antecedência os bilhetes online esgotam rápido, o nos aconteceu e por isso tivemos que recorrer a uma agência online, o que ficou ligeiramente mais caro, mas que aconselho quando esgotam os bilhetes oficiais.

3 - Castello Sant’Angelo - fortaleza construída pelo Imperador Adriano (em 138 d.c.), tendo servido como fortaleza Papal, prisão e palácio alem de até hoje servir como forte das joias Papais e do Vaticano. Hoje é um dos museus mais visitados da cidade, no entanto nós não entramos. Percorremos o castelo por fora, o que por si só já é uma atração. Atravessamos a ponte Dei Angeli sobre o rio Tevere, delineada por 12 anjos de mármore o que a torna muito bonita. 

4 - Fontana de Trevi - é um dos lugares mais bonitos e românticos de Roma. A beleza da fonte resulta de um conjunto harmonioso de esculturas que concedem à obra singularidade. O único problema é que a cidade cresceu de uma tal maneira em volta da praça, que acabou por não sobrar espaço nenhum em volta da fonte. Consequência: a praça em frente à Fontana está constantemente lotada de gente.

5 - Piazza di Spagna - localizada em uma das melhores áreas para passear em Roma, com vários palácios, a Praça de Espanha chama a atenção pelas monumentais escadarias da Igreja Trinità dei Monti, com 135 degraus. O nome Piazza di Spagna (Praça da Espanha) resulta do facto de que no início do século XVII, o lugar passou a ser propriedade da embaixada espanhola. É um lugar muito visitado! Depois de se visitar a igreja e a praça caminhamos pela famosa Via dei Condotti, uma das ruas mais elegantes de Roma.

6 - Piazza del Popolo - em português a Praça do Povo, uma das mais célebres piazzas de Roma. É uma praça bonita, com um obelisco egípcio no centro e duas igrejas gêmeas em uma das suas extremidades, Santa Maria dei Miracoli e Santa Maria di Montesanto. Outra das atracões imperdíveis nesta praça é a Igreja Santa Maria del Popolo, que abriga obras-primas de artistas famosos, como Caravaggio em seu interior e vale a visita. De seguida, subimos a escadaria que levam ao Parque Borghese. De cima do Terrazza del Pincio tem-se uma vista incrível da Piazza del Popolo e uma vista panorâmica dos telhados da cidade de Roma. O Parque Borghese é lindíssimo e vale a pena dar um passeio por lá e apreciar como os romanos usufruem deste espaço verde e agradável.

7 - Panteão - considerada a mais antiga Igreja do mundo, pois na verdade foi construída em 27 a.c. como um templo pagão a todos os Deuses. Apenas em 609 d.c. o Papa Bonifacio IV converteu o templo a uma igreja católica dedicada a Virgem Maria, e onde foram sepultados varias personagens ilustres da historia Italiana. É o monumento mais bem conversado da Roma antiga. É tão imponente e diferente que não tem como não ficar de queixo caído. É o meu ponto preferido de Roma. Não conseguimos entrar, pois os bilhetes estavam esgotados o que me deixou com um sabor amargo na boca, pois é a 2a vez que cá estive e mais uma vez não consegui entrar...

8 - Piazza Navona - praça composta por inúmeros cafés e restaurantes mas o que sobressai são as 3 lindas fontes construídas por Bernini e seus alunos. A central, e principal, é a Fontana dei Fiumi que representa os 4 grandes rios do mundo: Ganges (Asia), Nilo (Africa), Danúbio (Europa) e Prata (Américas). Em cada uma das pontas da praça estão as fontes Del Nettuno e Del Moro.
Aqui perto aproveitamos para comer um gelado delicioso enquanto íamos a caminho do Campo dei Fiori - outra paragem obrigatória. Aqui espreitámos o mercado que acontece regularmente. 

9 - Coliseu - É o grande símbolo do que um dia foi o Império Romano. O Coliseu é gigantesco, tanto em suas proporções quanto em intensidade. Foi um projeto do imperador Vespasiano, tendo sido inaugurado por seu filho, Tito e depois terminado por seu irmão mais novo, Domiciano – todos da dinastia Flávia, de onde recebeu seu nome: o Anfiteatro Flávio. Era parte da política do “pão e circo”, onde a população se distraía assistindo aos espetáculos e comendo o que era servido lá. O Coliseu romano sediou jogos com gladiadores, animais exóticos e, depois do surgimento do cristianismo, com fiéis da recém-criada religião, onde os espetáculos terminavam sempre em carnificina.
Como tudo em Roma a entrada para o Coliseu tem fila e exige paciência. Por isso compramos antecipadamente o bilhete online. Assim, a entrada foi fácil. Tivemos é que ir à hora marcada no bilhete. Visitámos o piso térreo e o segundo anel. Caso queira visitar o subsolo e o terceiro anel, é preciso comprar um ingresso mais caro.
Este colossal monumento deixa-nos de boca aberta pela sua grandeza. É incrível fazer uma visita ao Coliseu e caminhar por aqueles corredores, cercados de arcos e pedras que já foram tocados por pessoas de todas as épocas.

10 - Forum Romano - Visitar esta cidade que outrora foi o centro da vida romana, faz-me sentir pequena e insignificante pensando na sua importância e o que significa para a humanidade. São dezenas de ruínas que se espalham por quilómetros colina acima. Ali existiam as praças, com as suas feiras, prédios importantes do governo, termas, palácios, jardins e muitas outras edificações. É um lugar fantástico! O bilhete do Fórum Romano e do Monte Palatino, é o mesmo do Coliseu.


Detalhes Práticos:
  • Roma tem dois aeroportos: O Fiumicino é o principal, e o Ciampino é ligeiramente afastado da cidade. A Easyjet voa para os dois, mas a Ryanair viaja via Ciampino. Nós fomos pela Ryanair e por isso aterrámos no aeroporto Ciampino. Chegámos por volta das 0h e pelo adiantar da hora foi difícil arranjar transportes públicos para a cidade, por isso arranjamos um "taxi", ao qual fomos logo enganados, pois nem taxímetro tinha e tivemos que aceitar o preço que ele ofereceu! Já a partida foi mais fácil, pois foi durante o dia, e conseguimos arranjar facilmente comboio e bus para o aeroporto. E barato!
  • Ficamos alojados num apartamento impecável extremamente confortável e bem decorado, com todas as comodidades necessárias para quem quer ter um cantinho em Roma - Monstera House. O apartamento é um pouco afastado do centro da cidade mas tem transportes públicos logo ao virar da esquina, como a estação Roma Trastevere, o que facilitou um acesso rápido ao centro da cidade.
  • Roma só tem duas linhas de metro, porque cada vez que começam a fazer um novo túnel, eles descobrem novas relíquias. Por isso, é muito fácil andar de metro. Não tem é muitas opções e por vezes tem que se andar mesmo a pé. Mas para além de metro também há tram.
  • Com o número elevado de visitantes que Roma atrai, as filas para aquisição de ingressos nos monumentos são enormes e a espera pode levar horas sem fim, por isso o melhor é reservar antecipadamente os bilhetes de entrada nos monumentos que deseja visitar. Nó reservamos bilhetes antecipadamente online para o Museu Vaticano e Coliseu.

Pode parecer loucura ir para Roma em plena Páscoa, mas sem dúvida que vale muito a pena! Roma é uma cidade que está sempre lotada e na Páscoa, ela só fica um pouco mais. Muito gente nas ruas, nos museus e monumentos. A verdade é que por vezes chega a ser desesperante mas nós somos persistentes e não desistimos!

terça-feira, 29 de março de 2022

Viagem da Esperança



Um grupo de pessoas, imbuído do espirito solidário que a todos habita, neste momento de dor e incredibilidade perante a guerra, resolveu levar um autocarro de Coimbra até à fronteira da Polónia com a Ucrânia, para resgatar deslocados e trazê-los para Portugal, em segurança.

Em articulação com a JRS -Serviço de Jesuítas aos Refugiados, este grupo de pessoas assegurou o alojamento das pessoas e contaram com ajuda de várias pessoas e vários apoios através de donativos e recolha de bens.

No dia 26 de março 44 pessoas chegaram a Coimbra, rumo a uma nova casa. 

Foi neste ambiente de solidariedade que me vi envolvida no acolhimento deste grupo de recém-chegados. Juntamente com alguns médicos e enfermeiros, formámos uma equipa de profissionais de saúde responsáveis pela monitorização do estado de saúde destas pessoas. No meu caso, em particular, as crianças, que eram em maior número.

Foi assim que passei 2 dias, a colaborar nesta missão da melhor forma que sei, a cuidar. A língua é sem dúvida uma barreira difícil de ultrapassar mas tinhamos tradutores que nos auxiliaram. 

Foi um pequeno contributo que dei mas que me encheu a alma, por poder ajudar estes ucranianos que fogem das atrocidades da guerra. E a recompensa final, é sem duvida a gratidão espelhada nos sorrisos de todos.

Obrigada por esta oportunidade de participar em mais uma missão de vida.

domingo, 6 de março de 2022

Ucrânia Em Tempos de Guerra

O inimaginável aconteceu...a Rússia decidiu invadir a Ucrânia a 24 de Fevereiro, provocando mortes, sofrimento e um êxodo enorme apenas visto na 2a Guerra Mundial.

Enquanto cidadã do mundo não consigo ficar indiferente à escalada dos combates e ao sofrimento de um povo que preza a sua liberdade.

Os apelos de ajuda a este povo têm sido muitos e o mundo inteiro tem respondido. Tem havido campanhas, de âmbito nacional, de recolha de bens para apoiar o povo ucraniano. Os bens recolhidos são entregues aos refugiados que se encontram na Polónia e na Roménia e à população ucraniana que permanece no país.

Assistir diariamente ao rasto devastador com que a Rússia atinge a Ucrânia e ver a angústia nos olhos do povo ucraniano é muito penoso, revoltante e angustiante. Faz me sentir muito impotente...

 

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Las Médulas



Visitar Las Médulas em Espanha, andava já há algum tempo nos meus planos. Sabem quando veem a fotografia de um local e ele não vos sai da cabeça, e começam logo a magicar a melhor forma de lá ir? Foi o que me aconteceu.

Assim que vi que a Borealis estava a organizar uma viagem até lá, inscrevi-me no evento. 

Foi 1 dia inteiro de viagem, com saída do Porto às 6h da manhã e regresso no mesmo dia por volta das 23h. Foi realmente um dia em cheio!

Chegámos ao nosso destino por volta das 12h (hora local) e iniciámos a nossa caminhada na povoação Las Médulas. 

Trata-se de um trilho circular com cerca de 12 km de extensão. É possível visitar este espaço gratuitamente.

Estes pináculos alaranjados que sobressaem na paisagem são obra da mão humana, pois resultaram da exploração de ouro pelos romanos, através da técnica ancestral “Ruina Montium“, dando assim origem a uma paisagem única, de tal forma, que a UNESCO a considera Património da Humanidade.

Basicamente, a técnica consistia na destruição das montanhas com água, através de canais construídos para o efeito e, após a explosão, os destroços eram lavados onde era finalmente peneirado o ouro. 

Resultando assim, esta paisagem única onde ao longo do percurso, somos surpreendidos com vários pináculos alaranjados rodeados pelas árvores.

O trilho tem uma dificuldade média, com algumas subidas exigentes, num terreno um pouco resvaladiço e coberto por pedras soltas. Mas vale bem a pena o esforço.

A meio do percurso chegámos ao Mirador de Orellán, local onde se conseguem tirar as fotos mais belas de Las Médulas e onde conseguimos perceber a sua grandiosidade.

Logo de seguida, iniciámos uma descida por um bosque de carvalhos milenares, que mais parece um bosque encantado.

Quase a chegar ao fim, chegámos à Senda da las Valiñas, que é igualmente uma das partes mais belas do trilho. Aqui visitámos 2 grutas - La Cuevona e La Encantada - onde se fazia a exploração do ouro no seu interior.

E regressámos finalmente à povoação Las Médulas, um pouco exaustos mas felizes e encantados com tudo o que vimos. É sem dúvida um local especial, pois trata-se de um espetáculo natural entre a obra do Homem e da Natureza.