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quinta-feira, 20 de junho de 2024

UNEXPLORED ALBÂNIA



Fazia já algum tempo que queria visitar a Albânia, mas foi sempre ficando para trás nas minhas viagens até que este ano decidi que era desta.
Não é a minha primeira vez nos Balcãs, pois já estive na Croácia, Montenegro e Bósnia, países que gostei muito de visitar e certamente que a Albânia não iria ficar atrás. E não ficou!!

O tempo obrigou-nos a fazer escolhas e excluímos o norte da Albânia do nosso roteiro, com muito pena.
Estivemos 9 dias a visitar o país e para aproveitar ao máximo alugámos um carro. A ideia era nunca estar muito tempo no mesmo lugar e saltitar de uma cidade para outra para tirar o máximo partido da cultura, das tradições, da gastronomia, das gentes, das paisagens, sem horas marcadas ou preocupações.

A viagem começou e terminou na capital Tirana. Foram 9 dias a explorar ao máximo tudo o que o país nos tinha para oferecer.

1 - TIRANA
Cidade pequena mas que me surpreendeu pela positiva, pois é uma cidade interessante com uma vibe bem agradável.
Tem algumas atrações que visitámos:
- Skenderberg Square – uma grande praça onde existem alguns museus como o museu nacional de historia, o museu nacional de ópera e ballet, existe também o monumento Skenderberg - um dos maiores heróis nacionais, que ajudou a libertar esta região do controlo do Império Otomano.
- Et’hem bey mosque - localizada na praça Skendenberg esta mesquita pequenina é surpreendente pois os detalhes do interior são de deixar qualquer um admirado.
- Pirâmide - é um edifício em forma de pirâmide que antigamente era um museu sob o legado comunista e agora é um centro de investigação para jovens. É possível subir ao topo e admirar as vistas sobre a cidade.
- Castelo de Tirana - ainda só restam as muralhas do castelo e transformaram o interior numa espécie de mercadinho a céu aberto, onde para além de algumas lojas, encontramos vários restaurantes e cafés. Todo este comércio tem muito bom aspeto.
- Pazaar i Ri - considerado o novo bazar de Tirana, é um espaço ao ar livre com restaurantes, bares e um mercado onde são vendidos vários tipos de produtos.
- Dajti Express - é um teleférico localizado ligeiramente fora do centro de Tirana e oferece umas vistas incríveis sobre a cidade. A viagem demora cerca de 15-20 minutos e leva-nos até a um miradouro na montanha Dajti. O passeio de teleférico vale a pena.
- Bunk'art 1 e 2 - o país possui 168.000 bunkers, que foram construídos durante a ditadura e 2 deles são agora museus e localizam-se na capital. Apesar de ser um sitio que queríamos muito visitar não conseguimos, pela falta de tempo.
Aqui ficámos alojadas 2 noites no Marion 
Hotel que recomendamos pela sua localização e pelo staff, que foi excecional. 
No dia seguinte, seguimos para o interior do país.

2 - BERAT
Berat é Património Mundial da UNESCO e é conhecida por ser a cidade das mil janelas e de facto compreende-se porquê. A vila é atravessada por um rio e de um lado e do outro existem casinhas construídas numa colina com imensas janelas, um legado Otomano. É um verdadeiro cartão-postal. É sem dúvida uma vila bastante charmosa e rústica.
Subimos até ao castelo de carro e visitámos o interior do castelo, que ainda é bastante grande. Aqui ainda moram pessoas e existem igrejas, uma mesquita, um museu e algumas lojas e restaurantes.

Seguimos para o sul do país, quase perto da fronteira com a Grécia.

3 - PERMET
No caminho para Permet, fizemos uma paragem na cidade de Tepelene, que não valeu muito a pena. Seguimos para Permet que inicialmente não constava do nosso roteiro mas que foi acrescentado por sugestão de um conhecido albanês e ainda bem porque valeu muito a pena. Aí ficamos a conhecer o rio Vjosa, e a sua história pois este é considerado o último rio selvagem da Europa.
A cidade de Permet é pequena mas vale a pena conhecer pela sua localização, pois situa-se numa colina banhada pelo rio Vjosa e rodeada por umas montanhas belissimas e gigantescas.
Aqui conhecemos os banhos termais de Benja e aproveitamos para nadar na água naturalmente aquecida.

Partimos de Permet em direção a Gjirokaster.

4 - GJIROKASTER
Cidade histórica classificada como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO. Gjirokastër é uma cidade pequena e um dos exemplos raros de uma cidade Otomana. É particularmente conhecida pelo seu Bazar Antigo do tempo do Império Otomano. Aqui encontramos casinhas tipicas, várias lojas de souvenirs, restaurantes, bares e cafés. Uma atmosfera muito agradável.

De Gjirokaster fomos visitar o "Blue Eye” que está a 36km de Gjirokaster. É um parque natural com uma nascente de água de cor azul intensa, um fenómeno natural impressionante.
É preciso pagar para entrar no parque (1€) e o percurso demora cerca de 20 min para chegar à zona com água. O percurso é alcatroado com poucas sombras e tem algumas subidas e descidas, que com o calor pode tornar-se insuportável!!

No dia seguinte, viajamos para a costa, atravessando as montanhas e entramos na chamada “Riviera Albanesa”, uma linha de costa, com cerca de 130 Km, que vai desde as praias de Ksamil até à cidade de Vlorë.

5 - KSAMIL
Em Ksamil fomos logo visitar o Butrint National Park, um parque arqueológico que faz parte da lista de Património Mundial da Unesco. Habitada desde os tempos pré-históricos, a cidade de Buthrotum terá sido, segundo a mitologia clássica, fundada por exilados em fuga depois da queda de Troia.
A visita a esta cidade antiga é uma viagem através dos tempos da história, testemunhando as civilizações Helénica, Romana, Bizantina, Veneziana e Otomana.
A visita é bastante agradável e organizada, onde é possível ver as ruínas de mais de uma dúzia de edificações.

Depois da visita cultural estava na hora de finalmente experimentar as águas azulinhas da Riviera Albanesa. Escolher uma praia nesta zona é difícil pois a lista é infindável, mas depois de alguma pesquisa, escolhemos a Praia Pulbardha. A praia é relativamente pequena e está toda concessionada. Alugámos 2 espreguiçadeiras e 1 guarda-sol junto à água pelo valor de 1000 LEK (10€).

Seguimos para Sarande, mas pelo caminho fizemos um desvio para o Castelo Lëkurësi. Daqui a vista sobre Ksamil, a ilha de Corfu e Sarande é incrível. No castelo existe um restaurante/bar que estava cheio de gente. Por sorte encontramos uma mesa onde ficámos a beber um refresco e assistimos ao pôr do sol. Que momento mágico!!!

6 - SARANDE
Saranda é considerada a capital da Riviera Albanesa. É uma cidade bastante grande e cosmopolita, com uma marginal moderna, à beira mar. No entanto, a cidade pode tornar-se um pouco claustrofóbica pela intensidade de edifícios, uns em cima dos outros.
Os hotéis são imensos e por isso a escolha pode tornar-se difícil. Seguimos o conselho de A Ticket to Take Off e ficámos 2 noites no Hotel Portanova, que fica na ponta sul da cidade com acesso a uma praia “privada” e direito a 2 espreguiçadeiras e um guarda-sol, o que compensa!

Aqui aproveitamos para descansar e fazer praia. Num dos dias, por indicação de um conhecido fizemos passeio de barco. O passeio de barco foi muito agradável, fizemos algumas paragens em praias desertas e mergulhamos em alto mar. Foi um dia incrível e divertido.

Nos dias seguintes, iniciámos a nossa viagem pela Riviera Albanesa, encontrando ao longo da estrada dezenas de praias de água azul turquesa, onde fomos parando e pequenas aldeias que fazem recuar no tempo.

7 - DHERMI
Dhermi é uma dessas aldeias, uma aldeia típica localizada num ponto alto e com vistas espetaculares para o mar. Aqui ficámos 2 noites.
Num dos dias visitámos a Gjipe Beach, uma das praias mais populares da região. Esta praia é apenas acessível de barco, de 4×4 ou por uma longa caminhada de 20-30min com um piso irregular, que foi o que fizemos. Mas valeu a pena, pois era um verdadeiro paraíso. O motivo para esta praia ser tão popular é a paisagem de fundo que tem um canhão montanhoso que é possível explorar a pé. É realmente impressionante.

O dia seguinte foi passado entre mergulhos na Drymades Beach que é mais uma praia de pedrinhas e mar azul turquesa. Esta foi uma das nossas preferidas. A praia é bastante extensa, fácil de estacionar e muito agradável.

Durante a tarde tivemos que regressar a Tirana e por isso metemo-nos pela estrada até Vlore, passando no Llogara Pass, que é a estrada que está integrada no Parque Nacional de Llogara e que serpenteia as Montanhas Ceraunian ao longo da Riviera Albanesa. Há uma parte da estrada que é um verdadeiro zig-zag mas as vistas são deslumbrantes. A viagem até Vlore ainda é grande. Em Vlore fizemos uma pequena paragem à beira de uma praia para apreciar a paisagem que é bastante bonita e depois seguimos para Tirana.


DICAS:
- ter sempre dinheiro, pois não são aceites pagamentos com cartão em praticamente lado nenhum (100LEK=1€)
- os levantamentos nas caixas de multibanco cobram taxas altíssimas mesmo com cartão Revolut
- a maioria das praias têm pedrinhas, por isso, são aconselhados sapatos de água para não magoar os pés


Albânia é um país seguro com belezas naturais incríveis e com um povo muito simpático. É um país que oferece a perfeita simbiose entre cultura, natureza e praia. As praias são simples e rústicas que apesar de serem concessionadas ainda continuam praias simples. A comida é muito saborosa. É uma junção de comida grega e italiana. Os albaneses são um povo muito simpático e muito acolhedor.

É sem dúvida um país com imenso potencial e que ainda não foi entregue ao turismo em massa, mas já não falta muito tempo!

terça-feira, 16 de abril de 2024

À Descoberta de Marrocos



Conhecer Marrocos é inevitável pela proximidade e pela sua diversidade cultural. Ainda não tinha surgido a oportunidade de fazê-lo mas desta vez não me escapou. O país passou por um sismo há cerca de seis meses e que causou muitas mortes e muitos estragos, no entanto, decidi que estava na hora de ir conhecê-lo. 
 
Desta vez, viajei num registo diferente, pois viajei sozinha mas juntei-me a um grupo de desconhecidos numa viagem organizada pelo João Leitão, cujo roteiro e o preço proposto me agradou. 
A verdade é que esta opção é cada vez mais frequente, pois o mundo moderno oferece mil possibilidades para que as pessoas não deixem de viajar por falta de companhia.

Assim, comprei os meus voos e segui as indicações do grupo. É uma forma diferente de viajar da que estou habituada, pois a organização não está dependente de mim. Diria que tem prós e contras, pois perdemos a nossa autonomia mas ganhámos noutros aspetos.

Foi uma semana a percorrer vários pontos do país que foi sempre surpreendendo-me. A chegada e a partida foi de Marraquexe.

Dia 1: Marraquexe
Dia 2: Marraquexe
Dia 3: Marraquexe, Atlas, Ait Benhaddou, Ouarzazate
Dia 4: Ouarzazate, Dunas de Erg Chebbi
Dia 5: Dunas de Erg Chebbi, Gorges do Todra, Ouarzazate
Dia 6: Ouarzazate, Estudios de Cinema Atlas, Marraquexe
Dia 7: Marraquexe


Marraquexe
Cheguei ao aeroporto de Marraquexe e tive transfer para a cidade, que me levou para o Riad Luzia, o meu alojamento em Marraquexe. Os riades são as casas marroquinas tradicionais, caracterizadas por um pátio interno para o qual se abrem as portas e janelas das várias divisões da casa. Ficar num riade é sem dúvida uma experiência mais personalizada e cultural.

Marraquexe é uma cidade obrigatória para se visitar, pois é moderna e cheia de vida. Tudo se concentra dentro da Medina, ou seja, a cidade muralhada, com vários locais de interesse para visitar.

Visitei o Palácio Bahia e a Madrassa Ben Youssef com um guia o que foi muito útil, pois aprende-se sempre muito mais.

Depois dos sítios visitados o ideal é deixar-nos levar e vaguear pelos souks e pela Praça Jemaa el-Fnaa.

Andar pelos souks no inicio poderá parecer um pouco intimidativo, ainda para mais sozinha, pois é um emaranhado de corredores labirínticos, vielas e becos, cheios de vendedores a tentar vender alguma coisa. No entanto, fi-lo várias vezes sozinha e claro que fui abordada, mas correu sempre muito tranquilamente, pois se não queria algo, dizia que não e seguia em frente, sem qualquer problema.

Outro ponto principal da cidade é a Praça Jemaa el-Fnaa onde tudo acontece. Durante o dia é uma zona de vendedores de fruta e de frutos secos, com encantadores de serpente, domadores de macacos, tatuadoras de hena… tudo acontece. Vale a pena ficar na praça até ao anoitecer, pois esta transforma-se num restaurante a céu aberto. Eu aproveitei para beber um chá de menta e assistir ao pôr do sol no Cafe Glacier.

Nas imediações da praça fica a Mesquita Koutobia com o seu minarete que também vale a pena ver mas só por fora pois não podemos entrar.

No regresso a Marraquexe tive ainda a oportunidade de fazer mais umas visitas e escolhi os túmulos saadianos, onde estão os mausoléus do sultão e sua família, com uma decoração elaborada e materiais luxuosos.

No dia seguinte, iniciámos a viagem pelo país com o nosso guia "Hicham", que ao longo da viagem foi nos falando do seu país e da sua cultura, tanto árabe como berbere. 

O primeiro destino, logo a seguir a Marraquexe, foi cruzar a Cordilheira do Atlas por um caminho bastante sinuoso e por vezes estreito, mas que vale a pena pelas vistas magnificas das imponentes montanhas, cujos cumes ainda tinham neve.

A viagem de Marraquexe até Ouzazarte é uma viagem longa mas espetacular. Percorremos vales e montanhas, oásis de palmeiras, figueiras e amendoeiras e perdemos a conta ao número de “kasbah” (casas fortaleza) que vimos.

Pelo caminho parámos em Ait Benhaddou, uma “cidade fortificada” impressionante pela sua arquitetura tradicional, com as suas casas construídas em adobe e por isso considerada Património da Humanidade pela UNESCO. Foi um local importante na rota das antigas caravanas entre o Sahara e Marraquexe. Hoje em dia tornou-se mundialmente conhecido devido à série Guerra dos Tronos, que aqui foi filmada.


Ouarzazate
Chegámos a Ouarzazate de noite. Esta cidade é conhecida por ser a porta para o deserto e por isso ficámos aqui alojados no Riad Dar Rita.

Passámos 2 vezes pela cidade. A 1ª vez foi apenas para dormir, antes da nossa entrada no deserto.
Na segunda passagem aproveitamos para conhecer um pouco da cidade e fomos admirar de longe o edifício histórico da cidade, o Kasbah Taourirt.


Vale do Draa
A caminho do deserto passamos por locais fascinantes como o vale do Draa com fascinantes desfiladeiros. Fizemos uma paragem no miradouro do Canyon de Tizi-n-Tinififft onde a vista é esplêndida.
Depois do Canyon a estrada passa pela pequena cidade de Agdz, onde encontramos locais a fazerem uma festa pelo fim do Ramadão e claro que nos juntámos a eles.
De seguida, continuamos a viagem e à tarde fizemos outra paragem na cidade de Rissani que fomos conhecer e que mais uma vez estava em festa pelo fim do Ramadão.

Dunas de Erg Chebbi
Já quase ao fim do dia chegámos ao Deserto do Saara marroquino, bem perto da fronteira com a Argélia. Assim que chegámos, cada um subiu um camelo, que se encontravam todos amarrados uns aos outros em fila, puxados por um berbere. 

Percorremos as dunas ao pôr-do-sol o que foi uma experiência maravilhosa. Estas dunas são maravilhosas. Já andar de camelo é um pouco desconfortável pois é muito alto e balança muito enquanto sobe e desce as dunas, mas vale a pena a experiência.
Começou a anoitecer e a festa começou. Tivemos direito a jantar e a música berbere. Foi uma bela noite de convívio com um céu completamente estrelado, algo único e difícil de encontrar noutro lugar do planeta.
Ficámos a pernoitar num acampamento, onde dormimos em tendas, devidamente adaptadas e com muito conforto.
O dia seguinte começou cedo, pois acordamos as 5 da manhã para assistir ao nascer do sol. Aqui 
reina o silêncio com dunas alaranjadas gigantescas, a perder de vista por todos os lados, tornando a paisagem incrível e o momento mágico. Foi mais uma experiência surpreendente e fascinante.

Gorges do Todra
No dia seguinte, no regresso a Ouarzazate, passámos por Tinghir, conhecida pelo seu magnífico palmeiral e pelo famoso desfiladeiro das Gargantas do Todra.
Nas Gargantas do Todra, fizemos uma pequena caminhada ao longo do rio Todra e apreciámos a imponência e beleza do desfiladeiro. Foi um local muito agradável e surpreendente.


Estúdios de Cinema Atlas
Ao sair de Ouarzazate passámos pelos Estúdios de Cinema Atlas que fomos visitar. Tivemos direito a um guia que nos apresentou os vários cenários, onde já foram rodados inúmeros filmes, entre os quais “Um chá no deserto”, “Lawrence da Arábia”, “Babel”, “Asterix e Obelix: missão Cleópatra” e o “Gladiador”.


Depois de um longo dia de viagem, regressámos a Marraquexe já de noite e aproveitamos para irmos conviver e ver o pôr-do-sol num rooftop. Jantámos todos juntos no restaurante Dar Essalam, com direito a espetáculo e dança marroquina, o que também foi uma experiência inesquecível.

Resumindo, foram uma férias diferentes e bastante agradáveis. Conhecer Marrocos foi um encanto, pois é um país com uma rica história e cultura. Percorremos muito quilómetros de van e as viagens foram muito longas mas as paisagens ao longo do caminho foram fantásticas, permitindo-nos ter uma visão mais autêntica do país. Surpreendeu-me pela positiva, pois é um país relativamente moderno e limpo, com estradas transitáveis e muito fácil de comunicar, pois quase todos falam espanhol.

Não é a primeira vez que viajo a um país árabe e muçulmano, no entanto, foi a primeira vez que viajei durante o período do Ramadão o que se revelou uma experiência de viagem diferente e interessante. Diria que a viagem não sofreu grandes alterações por este motivo, mas notei algumas alterações nos horários, nomeadamente dos restaurantes, pois havia uma hora especifica que os restaurantes não serviam refeições e as lojas fechavam mais cedo, deixando as ruas à noite mais vazias.
Experienciei também o fim do Ramadão o que se traduziu numa festa gigante e aí sim notei o grande impacto que este período tem na vida dos muçulmanos.

Em relação à comida, também foi uma bela experiência, pois aqui o couscous é rei, sendo a tajine e a pastilla outros dos pratos típicos do país que não podia deixar de provar.

Em relação ao terramoto de Setembro de 2022, este deixou alguns vestígios mas nada que assombrasse a nossa visita, pois a reconstrução do país segue o seu andamento natural.

domingo, 8 de outubro de 2023

Singapura, Indonésia e Malásia


A vontade de voltar ao sudoeste asiático era grande e desta vez surgiu a oportunidade de conhecer o maior arquipélago do mundo. A Indonésia era o grande destino destas férias e para lá chegar aproveitamos para fazer algumas paragens pelo meio.

Singapura foi a nossa porta de entrada e de saída da Ásia e foi surpreendente! Assim que se aterra no país ficámos logo surpreendidas, pois o aeroporto é fantástico. 
Ao chegar temos que preencher um formulário online através do QR code que é facultado em vários pontos no aeroporto e que temos que mostrar na alfandega. A partir daí estamos prontas para explorar o país e ser surpreendidas...não fosse o calor intenso e sufocante!!

A rede de transportes é fantástica e muito fácil de utilizar. Basta passar o contactless do cartão MB e lá vamos nós. Nós usamos tanto o metro como os autocarros que são excelentes.

Singapura é uma cidade-estado moderna, vibrante, limpa, organizada mas cara para dormir. Nós estivemos duas vezes na cidade (na ida e na vinda) e em ambas as vezes recorremos à cadeia de hotéis Ibis budget, pois foi o melhor que encontramos tendo em conta a relação preço/qualidade.

A organização e estrutura do País é admirável, mas provavelmente pelas regras bastante rígidas que tem.

O must do é caminhar pelas ruas e explorar cada canto, como Chinatown, Arab Quarter, Clarke Quay, Financial District e Marina Bay onde fica o hotel Marina Bay Sands conhecido pela sua infinity pool e pelas vistas fantásticas sobre a cidade.
Mas algo essencial é assistir ao espetáculo das Super Trees no Gardens By The Bay, que acontece todas as noites às 20h00, 21h30 e 23h00, com duração de 15 minutos.

De Singapura voámos para a Indonésia, o grande destino destas férias. O roteiro que definimos foi para 11 dias na Indonésia, era bastante exigente e ambicioso. 

Voámos diretamente para Yogyakarta, a 2ª cidade da ilha de Java e a cidade base para conhecer os preciosos templos que tanto queríamos conhecer e que estão ao seu redor - O Templo Budista Borobudur e o Templo Prambanan.

Descobrimos que o trânsito na Indonésia é uma loucura, cheio de motos e carros. Conduzir lá não é uma tarefa fácil. E para não fazê-lo a alternativa é contratar tours ou contratar um Grab (igual ao Uber) que te leve aos sítios.
Desta forma, consideramos que a melhor maneira de visitar os templos era ir num tour, por ser muito mais fácil e cómodo. Compramos o tour na nossa guest house, que saiu bastante cedo e que durou um dia inteiro. Foi duro acordar de madrugada, mas foi o melhor que fizemos! O tour foi ótimo e o tempo foi ideal para visitar tudo com calma.
Ambos este templos estão incluídos na lista de Património Mundial da UNESCO na Indonésia. Prambanan e Borobudur são muito diferentes entre si, não só pela vocação religiosa que os fez surgir, mas também pela forma arquitetónica como essa vocação se expressa.
Borobudur, é o maior monumento budista de toda a Ásia e Prambanan é o maior templo hindu da ilha de Java. São dois templos que vale muito a pena conhecer.

Outro ponto de interesse na Ilha de Java é o Monte Bromo que é um dos vulcões mais visitados na Indonésia, pela sua paisagem lunar.
Para lá chegarmos de forma independente sabíamos que ia ser difícil pois a probabilidade de sermos alvo de um esquema qualquer era grande, mas decidimos tentar fazê-lo na mesma.
Em Yogyakarta apanhamos um comboio para Probolinggo, onde ficamos alojadas e na nossa guesthouse contratamos um tour. Fomos de madrugada numa mini-van até Cemoro Lawang e de lá levaram-nos para assistir ao nascer do sol no vulcão. O nascer do sol foi um flop, pois o nevoeiro era tanto que não nos deixou ver nada. Mas o resto da tour foi incrível pois de seguida, subimos à cratera do vulcão a pé o que foi absolutamente indescritível!! Um verdadeiro sonho!!
Uma dica importante é levar roupa mais quente pois lá em cima a temperatura baixa drasticamente!

O nosso tempo na Ilha de Java estava a terminar e tivemos que seguir para outra ilha. Apesar de haver mais opções, optamos ir para Bali de autocarro que demorou 12h!!!

Chegadas a Bali, o autocarro levou-nos até Denpassar e lá arranjamos um Grab para nos levar para Ubud.
Ubud fica no centro de Bali, não tem praia e está cercado por arrozais. É a capital cultural da ilha. As pessoas aqui vivem com intensidade os seus costumes e a sua religiosidade. Bali é uma ilha hindu no meio da maior população muçulmana do mundo! Mas o hinduísmo praticado aqui é diferente do hindu da Índia, aqui a vaca não é sagrada, assim como não há o sistema de castas.

O fluxo de turismo é imenso e achámos que existem demasiados turistas, tornando a ilha bastante ocidentalizado. Por um lado é bom mas por outro lado considero que perdeu um pouco a sua originalidade.

Os transportes públicos em Bali são praticamente inexistentes. Existem basicamente três opções para explorar os principais pontos de interesse da ilha: alugar mota, alugar um carro com motorista, ou recorrer a tours para fazer os passeios.

Como a nossa experiência em andar de mota é nula, a opção foi contratar motoristas para nos levar aos sítios.
Foi assim que fizemos para visitar os campos de arroz de Tegallalang e os vários templos hindus. Visitámos:
- Terraços de arroz de Tegallalang, considerado Património Mundial da UNESCO por ainda utilizarem o tradicional sistema de irrigação balinês.

- Pura Tirta Empul, mais conhecido pelo nome de Templo da Água, por ficar localizado junto a uma nascente sagrada e onde são realizados rituais de purificação, nos quais também podemos participar.

- Candi Gunung Kawi (Património Mundial da UNESCO), um dos maiores e mais antigos complexos de templos do Bali, onde encontramos impressionantes santuários esculpidos nas rochas.

- Templo Goa Gajah, também conhecido pelo nome de Caverna do Elefante, devido à caverna que se encontra no recinto do templo e em cujo interior se encontra a estátua do deus hindu Ganesh.

- Cascata Tegenungan é uma das cascatas mais majestosas de Bali. Infelizmente, foi transformada num autêntico parque de diversões onde não faltam baloiços, miradouros, uma ponte com fundo de vidro e até mesmo um bar/club com uma piscina infinita, tudo fabricado para o Instagram. A beleza da cascata continua lá, mas é preciso abstrair-se do ruído e das multidões.

Todos estes templos e atrações são a pagar e nos templos exigem que homens e mulheres vistam o sarong (uma saia típica) para poder entrar nos templos.

O resto do tempo foi a explorar o centro de Ubud, o mercado e os arredores acessíveis a pé.

De Ubud fomos para Amed de carro com motorista. Amed foi uma surpresa muito agradável. Não tinha grande expetativa mas acabou por se revelar uma vila muito tranquila onde passamos 2 dias bastante descontraídos.
Aproveitámos os dias para descansar e fazer praia. As praias são vulcânicas com vista para o vulcão.
Fomos visitar o Pura Lempuyang Luhur, o templo onde se tira a famosa fotografia em reflexo com o imponente Mount Agung como pano de fundo. Não vá é à espera de ver um lago no templo, pois a famosa fotografia não passa de um ilusório jogo de espelhos criado pelos locais. Escusado será dizer que a fila para tirar a icónica fotografia é colossal!

Bali é sem dúvida uma ilha magnifica e que merece ser visitada de Sul ao Norte e sem pressa. No entanto, tempo era algo que tínhamos bem contado. Ao todo passámos 5 dias em Bali mas com vontade de ficar por muito mais tempo.

De Bali seguimos para as ilhas Gili de barco pois estes são os únicos transportes que funcionam, quer seja para as Ilhas Nusa quer para as Ilhas Gili. Compramos o bilhete de barco+transporte de ida e volta, no hotel em Amed. O preço é muito variável mas mais vale assim do que estar a negociar no dia em Padang Bai que é simplesmente um circo!!

Passamos 2 dias na Ilha Gili Air a relaxar. É sem duvida uma ilha tranquila, perfeita para descansar pois não há veículos motorizados, apenas carroças e bicicletas. As praias são de areia fina com águas quentes e azul-turquesa.

Regressamos a Bali de barco. Em Padang Bai fomos de mini-van para o aeroporto, que estava incluído no bilhete de barco. 

Estando na Indonésia e em direção a Singapura, não podíamos deixar de ir ver como é a Malásia e por isso decidimos voar até Kuala Lumpur, a capital da Malásia.

Kuala Lumpur é uma cidade grande, com prédios altos, um pouco confusa, com muita gente, muitas culturas (hindu, muçulmana, cristã), mas com algum lixo e alguma pobreza...mas a comida é simplesmente maravilhosa, fruto desta mistura de culturas.

Ficámos alojadas na zona de Bukit Bintang, que é um bairro cheio de shoppings e de centros comerciais, bem como de bares e restaurantes. É uma zona bastante animada e muito bem servida de transportes públicos o que facilita a deslocação pela cidade.

Aproveitamos para visitar as Batu Caves, pois é um ponto obrigatório. Localizada na periferia da cidade chega-se lá facilmente de metro. 
Trata-se de um conjunto de cavernas cuja entrada é gratuita e que tem uma entrada imponente pela presença da imensa estátua dourada de Murugan, um deus hindu. Para aceder às cavernas, temos que subir os 272 degraus coloridos do templo. Pela escadaria existem centenas de macacos, que estão lá à procura de comida (e a tentar roubar comida ao turista desatento!). O lugar é bonito, mas infelizmente estava muito sujo.

Visitámos as Petronas Towers que são o ponto turístico mais famoso de toda a Malásia, por outrora ser o edifício mais alto do mundo. São milhares de visitantes que se aglomeram aos pés das torres, noite e dia, para tirar uma foto, pois têm sem dúvida uma construção bonita e imponente. Na base das torres funciona um shopping enorme - o Suria KLCC.

O tempo para visitar a cidade foi curto, pois só estivemos 1 dia e ficou muita coisa por ver. Deixamos a Malásia com vontade de voltar e de visitar melhor a sua capital assim como o resto do país, pois dizem que as praias e as suas ilhas são magnificas.

De Kuala Lumpur apanhamos um autocarro para Singapura que demorou cerca de 5 horas. Tivemos que passar a fronteira terrestre onde tivemos um contratempo na alfandega, nomeadamente no preenchimento do formulário online e quase que ficávamos a pé pois o autocarro onde íamos deixou-nos sem qualquer aviso, mas depois de algum pânico conseguimos desenrascar-nos e por sorte chegámos ao centro de Singapura.

Foram umas férias inesquecíveis, cheias de aventuras, onde vimos uma grande variedade de paisagens, de ambientes e uma grande riqueza cultural.
Foi uma viagem planeada para visitar os três destinos, mas foi na Indonésia, onde passamos a maior parte do tempo. 
É sempre impossível ver tudo, pois o tempo é escasso e ficou muita coisa para visitar, mas apesar de tudo visitamos praias paradisíacas, vulcões e templos magníficos. As pessoas foram muito simpáticas, hospitaleiras e sempre de sorriso no rosto.

Qualquer um destes destinos é sem dúvida um sítio para regressar. 

domingo, 11 de dezembro de 2022

Natal em Londres



O Natal é uma época mágica e no nosso imaginário existem cidades que levam esta época a um nível muito exigente. É o caso da cidade de Londres e por esta razão queríamos ir confirmar isto in loco pois achamos que valia a pena ver pelo menos uma vez na vida.

O objetivo era andar pelas ruas, ver as decorações de Natal da cidade assim como os mercados de natal principalmente o Winter Wonderland.

Para isto foram necessários 3 dias muito intensos e com muito frioooooo e por mais duvidoso que seja com muito sol....

O mais difícil na viagem foi escolher o alojamento pois estes são muito acima dos nossos valores e de qualidade duvidosa. Depois de alguma pesquisa encontramos um sitio um pouco fora da cidade, na zona de Neasden, mas bastante acessível por metro.

Os transportes de Londres são super eficientes e isso deixou-nos mais tranquilas.

O que visitámos:

1 - Piccadilly Circus e sua iluminação
Passamos os dias a percorrer as principais ruas de comércio – Piccadilly Circus, Bond Street, Regent e Oxford Street, Carnaby Street e muitas outras.
Passear por todas estas ruas sob as luzes de Natal é uma delícia. Parece que estamos num filme!

2 - Winter Wonderland no Hyde Park
Um dos planos imprescindíveis era visitar o Winter Wonderland no Hyde Park - a maior feira de Natal da cidade e por isso compramos os nossos bilhetes online e com alguma antecedência. 
O mercado é gigante com várias bancas de comida, com pista de gelo e várias diversões para adultos e crianças.
Claro que fizemos tudo a que tínhamos direito como comer um crepe de chocolate, beber um chocolate quente e andar na roda gigante! Fantástico! Foi dos locais onde mais nos divertimos em Londres.

3 - Covent Garden
O mercado torna-se outra atracão imperdível no natal com as suas decorações. O edifício principal do mercado é rigorosamente decorado com luzes coloridas e com uma árvore de natal à altura. 

4 - Patinagem na Somerset House
As músicas de Natal animam o ambiente ao mesmo tempo em que se patina no gelo. Aqui vive-se um mágico ambiente natalício que encanta quem por lá passa.

5 - Decoração da Fortnum & Mason
Na decoração deste ano, este luxuoso shopping decorou a sua fachada como um Calendário do Advento onde cada janela da loja representa os 24 dias até o natal, iluminando cada dia correspondente. Deslumbrante!

6 - Mercados de natal
Os mercados de Natal são bastante parecidos aos nossos com casinhas em madeira onde se vende um pouco de tudo, comida, artesanato, bebidas quentes.

Visitamos os mercados
- Christmas By The River que fica na margem sul do rio Tamisa, perto da London Bridge e que se estende até a Tower Bridge. É um local muito agradável para passear ao mesmo tempo que se veem as barraquinhas e se ouvem as músicas de natal
- Natal na Leicester Square onde a famosa praça se transforma num pequeno mas acolhedor mercado de Natal com várias barraquinhas.
- Natal na Trafalgar Square que fica na mítica praça transforma este local num ambiente bastante agradável para comer qualquer coisa a apreciar as decorações e todo o ambiente natalício. 

7 - Camden Market
Foi surpreendente visitar este mercado com a sua arquitetura estilo industrial e as suas lojas e cafés com estilos diferentes. É uma zona bastante jovem e alternativa. Aqui aproveitamos para comer e ver as suas inúmeras lojas super diferentes. 


Andar pelas ruas de Londres e ver as suas decorações de natal é realmente algo imperdível!
Existem muitas outras ruas e praças que, nesta época natalícia, se “vestem” a rigor e que também são merecedoras de uma visita. No entanto, a duração da nossa estadia não permitiu ver tudo.
Contudo, o importante foi mesmo andar pelas ruas movimentadas de Londres e surpreender-nos com o que íamos encontrando.
Valeu mesmo a pena!

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

15 dias pela Turquia



Depois de 2 anos de pandemia finalmente senti-me à vontade para explorar novamente o mundo de mochila às costas, como antigamente.
Desta vez escolhemos a Turquia por ser um país imenso e à medida que íamos lendo mais sobre ela, a lista de locais a visitar ia aumentando.

A Turquia é um dos poucos países do mundo que abrange mais do que um continente, 96% do seu território é asiático e 4% europeu. É um país cheio de história pois foi o berço de muitas civilizações e viu nascer e morrer mais do que um império, havendo sempre algo novo para explorar e uma multitude de segredos por desvendar.

O nosso roteiro foi de 15 dias pela Turquia, onde fizemos a maior parte das viagens de bus, no entanto, voamos de Istambul para a Capadócia. Usamos muito as rodoviárias que se chamam "Otogar", pois é um meio de transporte barato e que funciona muito bem.

O roteiro:

Istambul – Capadócia - Fethiye - Pamukkale - Selçuk (Eféso) – Istambul


1 - ISTAMBUL E OS SEUS BAIRROS
Não é a primeira vez que visitei esta cidade, mas se há locais onde não me importo de voltar, Istambul é seguramente um deles pois é uma cidade fantástica. É sem dúvida um ponto de paragem obrigatório em qualquer roteiro da Turquia.
Antiga Bizâncio e Constantinopla, Istanbul situa-se no estreito entre o Mar de Mármara e o Mar Negro. Esta cidade é conhecida como o ponto onde o oriente encontra o ocidente, tanto geograficamente como culturalmente.
Istambul é uma cidade grandiosa com imensas coisas para ver e viver.

SULTANAHMET
Nós ficamos aqui alojadas pois é aqui onde se concentram a maior parte das atrações para ver. É a parte mais antiga de Istambul e o coração da antiga Constantinopla. Fica no lado Ocidental...

Aqui visitamos:
✔️Blue Mosque
✔️Hagia Sophia
✔️Mesquita Süleymaniye
✔️Grand Bazaar
✔️ Arasta Bazaar
✔️Spice Bazar
✔️Yerebatan Sarayi - a Cisterna da Basílica
✔️ Gulhane Park

TASKIN &BEYOGLU
Fica do lado Ocidental e tem igualmente muitos sítios para visitar...
✔️Ponte de Galata
✔️Taskin Square
✔️Caminhar pela Istikal Street
✔️Bairro Beyoglu

BESIKTAS
Está do lado Ocidental. Nós gostamos muito daqui... pois tem muitos restaurantes, cafés e bares com muito bom ambiente! É vibrante, com muita gente jovem e bonita!
Dicas em Besiktas...
✔️Besiktas Bazaar
✔️Andar pelas ruas super movimentadas e perceber o modo de vida dos turcos

PASSEIO PELO ESTREITO DE BÓSFORO
Nós apanhamos um ferry e fomos de Eminönü ate Besiktas pelo Estreito de Bósforo.
Noutro dia apanhamos outro ferry de Eminönü até Kadikoy, o lado asiático e atravessamos o mar de Marmara.
Das 2 vezes a viagem foi feita ao fim do dia e no regresso a Eminönü vimos o por-do-sol na linha da cidade sobre as suas cúpulas e mesquitas. Foi um momento muito bonito! assistir ao pôr do sol enquanto se navega pelas águas do Bósforo, com a Europa de um lado e a Ásia do outro, é simplesmente inigualável.
Pode-se fazer este percurso num cruzeiro mas escolher os ferries públicos para além de bons e acessíveis são eles próprios uma parte integrante de Istambul.

Istambul é uma cidade enorme, frenética, cheia de contrastes e com imensos recantos para descobrir.
Ficámos aqui 3 dias mas seriam precisos muitos mais para a conhecer melhor. 

Daqui partimos de avião para Nevsehir Airport (NAV) na Capadócia. Ter em atenção ao aeroporto pois existe mais do que 1 em Istambul e o engano pode acontecer!!....

2 - CAPADÓCIA
Chegámos à Capadócia com as expetativas elevadas e estas não foram defraudadas pois esta região tem uma paisagem muito diferente de tudo e isso deve-se a fenómenos geológicos de erosão ao longo dos anos, esculpindo as rochas em variadas formas. E por isso é Patrimônio Histórico Mundial da Unesco.
A região tem um cenário único e belo, diferente de tudo e muito surpreendente.

Ficámos na cidade de Gorëme alojadas no Olivia Cave Hotel que recomendamos. Aproveitamos os 3 dias que aqui ficámos para conhecer bem a região.

A Capadócia é muito provavelmente, o lugar mais popular do mundo para fazer um passeio de balão de ar quente e nós não podíamos deixar de o fazer.
A experiência não é barata mas vale a pena pois andar de balão foi magnifico!! Um verdadeiro sonho!! Todos os dias mais de 50 balões decolam, sempre ao amanhecer, por volta das 5h da manhã, pintando o céu da capadócia em variadíssimas cores. A experiência durou cerca de 1h e entrou para aquelas coisas inesquecíveis que fiz na vida. Do balão vimos os maravilhosos vales e paisagens com as suas rochas peculiares que até parece que estamos noutro planeta.

No outro dia optamos por ver da terra os coloridos balões a pintarem de mil cores os céus de Gorëme e é também muito bonito mas a sensação não é de todo parecida.

Esta região também é conhecida pelos vestígios deixados pelos primeiros cristãos que a habitaram, em rudimentares habitações escavadas na rocha macia, e as suas igrejas decoradas com frescos. Visitamos o Open Air Museum, o local que era o centro da antiga comunidade cristã da região, com impressionantes frescos pintados nas igrejas escavadas na rocha.
Fizemos também um tour - Green tour, que inclui viagem de autocarro, almoço e visita a vários locais de interesse como a cidade subterrânea - Derinkuyu, o Vale de Ihlara e o Mosteiro de Selime.

Ao final dos 3 dias fomos de bus noturno de 12h para o sul da Turquia - Fethiye.

3 - FETHIYE
A região do mediterrâneo da Turquia é surpreendente. Considerada a Riviera Turca esta região tem praias fantásticas banhadas pelas águas quentes do mediterrâneo.
Nós escolhemos ficar em Fethiye mas a escolha não foi fácil, pois são tantas as possibilidades.

Fethiye é uma cidade muito agradável, vibrante, quente e com muitos turistas turcos. Passámos aqui 4 dias a relaxar e a mergulhar nas suas águas quentes.
Existem 2 sítios possíveis para ficar em Fethiye, uma delas é na parte mais turística, que se encontra próximo da marina e a outra é na Çalis Beach.
Nós optámos por ficar na praia de Çalis, que fica a 7km do centro de Fethiye. A praia é calma e muito agradável com um paredão cheio de restaurantes, hotéis e bares. Muito parecido ao nosso Algarve.

Nesta região os passeios de barco são famosos e nós não conseguimos resistir e fizemos o passeio de barco às 12 ilhas. O passeio tem duração de 8 horas, inclui almoço e visitámos várias ilhas e praias com direito a mergulho em todas elas. Foi um dia maravilhoso!

Noutro dia fizemos também outro passeio de barco mas desta vez na famosa praia de Oludeniz. Oludeniz é considerada a praia mais bonita da Turquia que fica entre montanhas que chegam aos 1900m de altura e que tem um mar azul turquesa incrível.
Esta praia fica a 16km de Fethiye e nós passamos lá um dia inteiro num tour de passeio de barco onde visitámos mais ilhas e praias e a famosa Butterfly Valley. Este vale que fica entre montanhas tem uma praia quase deserta de águas azuis e cristalinas e o seu nome deve-se ao facto de ficar repleto de borboletas nos meses da primavera e por isso é uma área protegida. Nele não existem construções, pois não são permitidas e a única forma de lá chegar é de barco ou de carro numa viagem sinuosa a contornar a montanha.
Vale muito a pena, pois é um verdadeiro paraíso na terra.

Queríamos muito ir também a Dalyan, a Kaş e a Bodrum, que são outras praias do sul, mas não tivemos oportunidade de lá ir.

Chegadas ao fim dos 4 dias despedimo-nos do sul e das praias e decidimos aprofundar melhor a parte mais histórica da Turquia e, por isso, seguimos para Pamukkale. Fomos de bus até Denizli que demorou 4,5h e de lá apanhámos outro bus para a vila de Pamukkale.

4 - HIERAPOLIS/PAMUKKALE
Pamukkale, era conhecida no passado como Hierápolis, uma cidade antiga construída durante o Império Romano, no século II a.C.
A cidade situa-se no cimo da montanha, hoje famosa e muito visitada devido às piscinas naturais. Na antiguidade, desde a época dos romanos, as pessoas escolhiam este local para se tratar, nas águas com grande poder medicinal, devido às propriedades terapêuticas destas fontes de água.
Por isso, eram consideradas um spa pelos romanos, ainda na Antiguidade, quando até Cleópatra se banhava nas suas águas.

Nós escolhemos pernoitar na vila de Pamukkale e no dia seguinte passámos o dia inteiro no parque, onde visitámos em 1º as ruínas greco-romanas e bizantinas da cidade antiga de Hierápolis, incluindo o seu anfiteatro que está muito bem conservado e que tinha capacidade para 12 mil pessoas. 
Visitámos também o Museu Arqueológico, almoçamos no parque pois existe uma zona de restauração. Para além disso o recinto tem também bastantes locais para nos sentarmos à sombra (e que era bem preciso!!), sendo possível levar almoço.

Da parte da tarde visitámos os travertinos. Quando lá se chega a primeira impressão é que o branco da montanha parece ser neve ou algodão. Mas não, o branco que vimos é formado por águas termais que contêm cálcio e que emergem da terra a 35ºC formando terraços de calcário, que se chamam travertinos. É um dos fenómenos mais originais encontrados na natureza. Um lugar diferente de tudo que já vimos...
Hoje o parque é protegido e para aceder à zona dos travertinos é proibido andar calçado e apenas se pode entrar em algumas piscinas.

Pamukkale é sem dúvida uma das mais belas paisagens naturais da Turquia. Daqui fomos para Denizli e apanhamos um autocarro para Selçuk.

5 - SELÇUK/ÉFESO
Selçuk é uma cidade pouco conhecida que fica junto à costa do mar Egeu, e que pela sua proximidade à cidade antiga de Éfeso, serve de base para muitos turistas.
Escolhemos ficar alojadas nesta cidade para visitarmos as ruínas mas também para conhecer a costa ocidental da Turquia.
Aqui ficámos 3 dias, alojadas no Hotel Nicea que localiza-se no centro da cidade. Gostámos muito da cidade, pois é uma cidade pequena mas encantadora com poucos turistas, pois a maioria fica em Izmir ou na praia.
No entanto, Selçuk também tem algumas atracões que valem a pena como o Museu de Éfeso, as ruínas da basílica de S. João, onde se encontra o túmulo do Apóstolo e o pilar que resta de uma das 7 maravilhas do mundo antigo: o templo de Artemisa.

Num dos dias visitámos as ruínas de Éfeso, que ficam nos arredores de Selçuk a 2km e são um dos locais imperdíveis numa visita à Turquia.
A cidade foi fundada pelos gregos no século X antes de Cristo e floresceu durante o império romano tendo-se tornado a segunda maior cidade do Império, apenas atrás de Roma.
As ruínas apresentam um extraordinário estado de conservação, e da imensa cidade destacamos:
- O Teatro - que está em muito bom estado de conservação, e foi o maior teatro do mundo na época, com capacidade para 25 mil espectadores.
- A Biblioteca de Celso - concluída em 135 dc é a principal atração da cidade. O monumento impressiona pela fabulosa fachada em mármore e chegou a albergar 12 mil rolos de papiros. Ostenta colunas com dez metros de altura e tem na sua fachada as estátuas que representam a sabedoria por Sofia, o conhecimento por Episteme, a inteligência por Ennoia e a virtude por Arete, mas são elas, cópias das originais, que se encontram no Museu de Éfeso, em Viena.
- Rua do Porto - a principal passagem e entrada da cidade que desperta atenção, com 800 metros de extensão e hoje restam apenas 500 metros, com piso e colunas de mármore. Segundo a história, Éfeso recebeu a visita do imperador romano Marco António e Cleópatra que entraram na cidade, pela então Rua do Porto.

Visitar esta cidade é verdadeiramente deslumbrante pois é um lugar especial que faz-nos recuar aos tempos áureos do império romano. O único senão é que por ser Verão o sol e o calor era tão forte que se torna insuportável pois praticamente não havia sombras durante todo o passeio.
Aqui passámos cerca de 6h. No final da visita fomos à Casa da Virgem Maria.

Nas montanhas próximas de Selçuk e das ruínas da cidade romana de Éfeso, encontra-se uma casa na qual se crê, que foi a morada da Virgem Maria, mãe de Jesus: Meryemana, após a morte de Jesus.
A casa encontra-se no topo duma montanha. e para lá chegar não há autocarros, o que torna difícil a ida para lá. A única forma de lá chegar é de táxi, ao qual se aproveitam bem da situação. Nós tivemos que negociar com um táxi à saída das ruínas, que nos levou até lá, aguardou meia hora, o que é suficiente para uma rápida visita e levou-nos de volta a Selçuk.

Lá dentro, pode-se visitar a casa, mas não se pode fotografar, à saída pode-se beber água da fonte milagrosa e deixar os seus desejos num papelinho enfiado na parede.
Há ainda um pequeno recinto ao ar livre onde os grupos de peregrinos costumam celebrar missa.
Ninguém sabe ao certo se foi mesmo aqui que Maria morou, no entanto, sabe-se que ela esteve nesta região escondida, por isso vale a pena pela historia e pela simbologia do lugar. 
 
No último dia, por sugestão do rapaz da receção fomos passá-lo na praia de Yoncakoy que fica perto da cidade. Apanhámos um bus para lá e passámos lá o dia inteiro.
Aqui o mar é Egeu e não é tão quente nem tão azul como o mediterrâneo, no entanto, as águas são igualmente cristalinas e muito pacificas que mais parece um lago do que uma praia.

No mesmo dia apanhámos um autocarro noturno de volta à cidade onde iniciámos esta viagem pela Turquia - Istambul e que demorou 8h.



Depois de 15 dias a viajar pelo país, a Turquia revelou-se um país extenso e de uma beleza fantástica com múltiplos contrastes. Ao longo desta viagem conseguimos fazer um pouco de tudo, praia, turismo de natureza e turismo histórico-cultural pois o país tem uma quantidade imensa de ruínas gregas e romanas espalhadas por seu território.
É um país limpo, desenvolvido e espetacularmente diverso com um povo simpático! Outro grande incentivo é que é um país barato, bem mais barato que a Europa em geral e com boa comida.

Viajamos por vários sítios e a melhor forma de o fazer é de autocarro. As viagens são relativamente baratas, os autocarros são novos e bastante confortáveis com hospedeiros que servem agua ou sumos e snacks em cada viagem. Ficámos fãs!

Fomos embora com uma ponta de tristeza em deixar este país, pois foi uma experiência incrível. A Turquia é sem dúvida um destino de viagem verdadeiramente interessante. A Turquia e os Turcos encantaram-nos!!!

segunda-feira, 25 de abril de 2022

Páscoa em Roma



Diz-se que todos os caminhos levam a Roma e desta vez os caminhos levaram-me novamente a Roma. 

Conheci Roma pela 1a vez em 2006 na minha primeira viagem de mochila às costas num interrail pela Itália, Grécia e Turquia. Visitei nessa altura a cidade de Roma assim como várias cidades da Itália. 16 anos depois os caminhos levam-me de volta a Roma. 

A capital italiana merece uma visita em qualquer altura do ano, mas visitá-la na altura da Páscoa é uma experiência única. E assim foi! Este ano decidi passar a Páscoa com a minha família em Roma. Ficamos 5 dias em Roma e achamos que foi suficiente para conhecer a maioria das atrações com calma.

Roma está envolta em historias e lendas, e de facto é o berço da civilização ocidental. O seu património de igrejas, museus e ruínas é inigualável. Roma é sem duvida uma das cidades que mais coisas tem para ver no mundo!

Mas digamos que entre as centenas de coisas que há para ver, a cidade definitivamente tem um Top 10 de atrações imperdíveis:

1 - Vaticano - A Páscoa é um tempo muito especial em Roma e no Vaticano. Realizam-se nesta época várias cerimónias importantes. Um dos nossos desejos era assistir à missa da Páscoa e conseguimos. Tínhamos lido que estas cerimónias seriam gratuitas no entanto seriam necessários bilhetes para assistir e que deviam ser solicitados com antecedência porque são difíceis de obter. Apesar do nosso esforço para obter esta autorização, esta nunca chegou. No entanto, ao contrário do que pensávamos, conseguimos entrar facilmente na Praça de São Pedro, assistir à missa da Páscoa, ver o Papa de perto e assistir à Bênção “Urbi et Orbi”. Foi um momento emocionante!

Da parte da tarde fomos visitar a Basílica de São Pedro. Entrar na Basílica não é das missões mais fáceis, pois a fila é enorme, mas com fila ou sem fila, a Basílica de São Pedro é imperdível e vale a pena a espera! Esta Basílica foi erguida no local onde foi enterrado S. Pedro. Desde sua morte, inúmeros templos e igrejas foram construídos em sua homenagem, mas nenhum com a imponência da basílica atual. A Basílica de São Pedro foi terminada em 1626, levando 120 anos para ficar pronta. Sua construção reuniu os maiores artistas renascentistas do mundo e hoje é património mundial da UNESCO. A Basílica foi construída, parcialmente, com projeto de Michelangelo, e a praça em frente é obra de Bernini. Ao entrar na Basílica, é impossível não ficar de boca aberta com tamanha grandiosidade. Por dentro o tamanho é descomunal, um enorme espaço aberto e arejado… com uma enorme sensação de paz. O seu teto é altíssimo e seu interior é completamente adornado em mármore e tons dourados. Está recheada de obras de arte e historia por todos os lados. É simplesmente perfeita!

2 - Museu Vaticano - O Museu do Vaticano é um dos museus gigantescos e mais  incríveis do mundo. São corredores e corredores forradas de obras de arte da mais alta qualidade. Chega a ser surreal! Vale a pena passar algumas horinhas dentro do museu e passear por algumas das áreas mais populares do museu, como o Musei Egizio, com inúmeras peças Egípcias “confiscadas” pelas missões e expansões dos Cruzados da Igreja Católica, e alguns dos apartamentos Papais, como por exemplo a Stanze di Rafaello, que era o apartamento privado do Papa Júlio II e foi todo decorado por Rafaello. Mas a principal atração do museu é mesmo a Capela Sistina, que construída em 1473 é até hoje uma das áreas mais importantes do complexo do Vaticano, sendo a capela escolhida para sediar o Conclave Papal, onde os Papas são eleitos. Lá dentro as fotos são expressamente proibidas e é TÃO lotada que mal se consegue ver direito… mas vale a pena… é impressionante imaginar como todos aqueles painéis foram pintados à mão, e tentar perceber o seu significado. 
Almoçamos no museu, pois este tem um restaurante e pizzaria com preços agradáveis.
Compramos o ingresso para os Museus Vaticanos com antecedência e online, pois as filas são enormes. Até porque, mesmo com antecedência os bilhetes online esgotam rápido, o nos aconteceu e por isso tivemos que recorrer a uma agência online, o que ficou ligeiramente mais caro, mas que aconselho quando esgotam os bilhetes oficiais.

3 - Castello Sant’Angelo - fortaleza construída pelo Imperador Adriano (em 138 d.c.), tendo servido como fortaleza Papal, prisão e palácio alem de até hoje servir como forte das joias Papais e do Vaticano. Hoje é um dos museus mais visitados da cidade, no entanto nós não entramos. Percorremos o castelo por fora, o que por si só já é uma atração. Atravessamos a ponte Dei Angeli sobre o rio Tevere, delineada por 12 anjos de mármore o que a torna muito bonita. 

4 - Fontana de Trevi - é um dos lugares mais bonitos e românticos de Roma. A beleza da fonte resulta de um conjunto harmonioso de esculturas que concedem à obra singularidade. O único problema é que a cidade cresceu de uma tal maneira em volta da praça, que acabou por não sobrar espaço nenhum em volta da fonte. Consequência: a praça em frente à Fontana está constantemente lotada de gente.

5 - Piazza di Spagna - localizada em uma das melhores áreas para passear em Roma, com vários palácios, a Praça de Espanha chama a atenção pelas monumentais escadarias da Igreja Trinità dei Monti, com 135 degraus. O nome Piazza di Spagna (Praça da Espanha) resulta do facto de que no início do século XVII, o lugar passou a ser propriedade da embaixada espanhola. É um lugar muito visitado! Depois de se visitar a igreja e a praça caminhamos pela famosa Via dei Condotti, uma das ruas mais elegantes de Roma.

6 - Piazza del Popolo - em português a Praça do Povo, uma das mais célebres piazzas de Roma. É uma praça bonita, com um obelisco egípcio no centro e duas igrejas gêmeas em uma das suas extremidades, Santa Maria dei Miracoli e Santa Maria di Montesanto. Outra das atracões imperdíveis nesta praça é a Igreja Santa Maria del Popolo, que abriga obras-primas de artistas famosos, como Caravaggio em seu interior e vale a visita. De seguida, subimos a escadaria que levam ao Parque Borghese. De cima do Terrazza del Pincio tem-se uma vista incrível da Piazza del Popolo e uma vista panorâmica dos telhados da cidade de Roma. O Parque Borghese é lindíssimo e vale a pena dar um passeio por lá e apreciar como os romanos usufruem deste espaço verde e agradável.

7 - Panteão - considerada a mais antiga Igreja do mundo, pois na verdade foi construída em 27 a.c. como um templo pagão a todos os Deuses. Apenas em 609 d.c. o Papa Bonifacio IV converteu o templo a uma igreja católica dedicada a Virgem Maria, e onde foram sepultados varias personagens ilustres da historia Italiana. É o monumento mais bem conversado da Roma antiga. É tão imponente e diferente que não tem como não ficar de queixo caído. É o meu ponto preferido de Roma. Não conseguimos entrar, pois os bilhetes estavam esgotados o que me deixou com um sabor amargo na boca, pois é a 2a vez que cá estive e mais uma vez não consegui entrar...

8 - Piazza Navona - praça composta por inúmeros cafés e restaurantes mas o que sobressai são as 3 lindas fontes construídas por Bernini e seus alunos. A central, e principal, é a Fontana dei Fiumi que representa os 4 grandes rios do mundo: Ganges (Asia), Nilo (Africa), Danúbio (Europa) e Prata (Américas). Em cada uma das pontas da praça estão as fontes Del Nettuno e Del Moro.
Aqui perto aproveitamos para comer um gelado delicioso enquanto íamos a caminho do Campo dei Fiori - outra paragem obrigatória. Aqui espreitámos o mercado que acontece regularmente. 

9 - Coliseu - É o grande símbolo do que um dia foi o Império Romano. O Coliseu é gigantesco, tanto em suas proporções quanto em intensidade. Foi um projeto do imperador Vespasiano, tendo sido inaugurado por seu filho, Tito e depois terminado por seu irmão mais novo, Domiciano – todos da dinastia Flávia, de onde recebeu seu nome: o Anfiteatro Flávio. Era parte da política do “pão e circo”, onde a população se distraía assistindo aos espetáculos e comendo o que era servido lá. O Coliseu romano sediou jogos com gladiadores, animais exóticos e, depois do surgimento do cristianismo, com fiéis da recém-criada religião, onde os espetáculos terminavam sempre em carnificina.
Como tudo em Roma a entrada para o Coliseu tem fila e exige paciência. Por isso compramos antecipadamente o bilhete online. Assim, a entrada foi fácil. Tivemos é que ir à hora marcada no bilhete. Visitámos o piso térreo e o segundo anel. Caso queira visitar o subsolo e o terceiro anel, é preciso comprar um ingresso mais caro.
Este colossal monumento deixa-nos de boca aberta pela sua grandeza. É incrível fazer uma visita ao Coliseu e caminhar por aqueles corredores, cercados de arcos e pedras que já foram tocados por pessoas de todas as épocas.

10 - Forum Romano - Visitar esta cidade que outrora foi o centro da vida romana, faz-me sentir pequena e insignificante pensando na sua importância e o que significa para a humanidade. São dezenas de ruínas que se espalham por quilómetros colina acima. Ali existiam as praças, com as suas feiras, prédios importantes do governo, termas, palácios, jardins e muitas outras edificações. É um lugar fantástico! O bilhete do Fórum Romano e do Monte Palatino, é o mesmo do Coliseu.


Detalhes Práticos:
  • Roma tem dois aeroportos: O Fiumicino é o principal, e o Ciampino é ligeiramente afastado da cidade. A Easyjet voa para os dois, mas a Ryanair viaja via Ciampino. Nós fomos pela Ryanair e por isso aterrámos no aeroporto Ciampino. Chegámos por volta das 0h e pelo adiantar da hora foi difícil arranjar transportes públicos para a cidade, por isso arranjamos um "taxi", ao qual fomos logo enganados, pois nem taxímetro tinha e tivemos que aceitar o preço que ele ofereceu! Já a partida foi mais fácil, pois foi durante o dia, e conseguimos arranjar facilmente comboio e bus para o aeroporto. E barato!
  • Ficamos alojados num apartamento impecável extremamente confortável e bem decorado, com todas as comodidades necessárias para quem quer ter um cantinho em Roma - Monstera House. O apartamento é um pouco afastado do centro da cidade mas tem transportes públicos logo ao virar da esquina, como a estação Roma Trastevere, o que facilitou um acesso rápido ao centro da cidade.
  • Roma só tem duas linhas de metro, porque cada vez que começam a fazer um novo túnel, eles descobrem novas relíquias. Por isso, é muito fácil andar de metro. Não tem é muitas opções e por vezes tem que se andar mesmo a pé. Mas para além de metro também há tram.
  • Com o número elevado de visitantes que Roma atrai, as filas para aquisição de ingressos nos monumentos são enormes e a espera pode levar horas sem fim, por isso o melhor é reservar antecipadamente os bilhetes de entrada nos monumentos que deseja visitar. Nó reservamos bilhetes antecipadamente online para o Museu Vaticano e Coliseu.

Pode parecer loucura ir para Roma em plena Páscoa, mas sem dúvida que vale muito a pena! Roma é uma cidade que está sempre lotada e na Páscoa, ela só fica um pouco mais. Muito gente nas ruas, nos museus e monumentos. A verdade é que por vezes chega a ser desesperante mas nós somos persistentes e não desistimos!

quinta-feira, 21 de novembro de 2019

Viagem ao Sri Lanka


Apesar dos últimos acontecimentos trágicos no Sri Lanka, decidimos arriscar e visitá-lo, pois era um destino já há muito desejado. E o que verificamos é que o país vive com alguns receios mas segue com a sua vida regular.

O nosso roteiro de viagem incluiu os destinos que fazem parte da rota normalmente calcorreada pelos turistas independentes.
Em 19 dias percorremos o Sri Lanka no sentido dos ponteiros do relógio – ou seja, primeiro o Triângulo Cultural (mais a norte) e depois as praias da costa sul.

1. Colombo 

Aterrámos no Aeroporto Internacional Bandaranaike, que fica a mais ou menos 30 km de Colombo e dali fomos para a capital.
Optamos apenas por pernoitar lá, pois regressaríamos no ultimo dia com mais calma para a visitar. 
No dia seguinte, partimos de autocarro com AC para Kandy. Uma viagem alucinante mas sem percalços. Aliás todas as viagens de autocarro foram alucinantes mas sem consequências, por isso a certa altura deixamos de olhar...!!!

2. Kandy
Chegámos a Kandy e abateu-se um diluvio durante o inicio da nossa visita à cidade que foi desmoralizador. Mas rapidamente desvaneceu-se e aproveitamos para visitar o Lago e o complexo de museus, nomeadamente o Museu Internacional do Budismo. 
Ao fim da tarde, entramos no Templo do Dente Sagrado, local de peregrinação por albergar o dente do Buda. Aqui assistimos à cerimónia e vimos os crentes em oração e a entregar as suas oferendas de flores e arroz.

No dia seguinte partimos para norte em direcção a Dambulla, num autocarro com AC porque ninguém aguenta este calor e esta humidade.

3. Dambulla
Ficamos aqui 4 noites e f
izemos de Dambulla a nossa cidade base para visitar o Triângulo Cultural. 

No 1º dia visitamos as magníficas grutas de Dambulla, incluídas na lista de Património da Humanidade do Sri Lanka. As grutas estão situadas dentro de uma enorme rocha e têm no seu interior inúmeras estátuas de Buda e impressionantes frescos no tecto. 

4. Annuradhapura
2º dia e apanhámos um autocarro para visitar a cidade antiga de Annuradhapura. Foi 
a primeira capital do Sri Lanka, fundada há 5000 anos e está classificada como Património da Humanidade pela UNESCO.
Já lá combinamos um preço com um condutor de tuk tuk que nos conduziu pelo complexo.
Durante a visita aos templos tivemos que nos descalçar inúmeras vezes. Algo muito comum na visita a todos os templos neste país, por isso um conselho prático é levar meias, pois por vezes o chão está tão quente que queimamos os pés. 
Contudo, apesar do chão abrasador, durante a visita houve mais um diluvio e acabamos por optar em andar descalças o resto do tempo.  

5. Polonnaruwa
3º dia em Dambulla e apanhamos um autocarro para Polonnaruwa, com o objectivo de conhecer a cidade antiga reconhecida também como Património Mundial Da UNESCO. 
Lá alugámos umas bicicletas e visitamos todo o complexo arqueológico que durou a maior parte do dia. Foi uma visita fascinante onde vimos monumentos e templos milenares. 
Tivemos sorte com o tempo porque apenas chuviscou um pouco, que nem fez mossa.

6. Sigiriya
4º e último dia. Saimos de Dambulla e f
omos de tuk-tuk para Sigiriya. 
Este foi um dia cansativo mas magnífico. Foi sem duvida um dos momentos altos da viagem.

Compramos o bilhete no local. Este não é propriamente barato (30$) mas vale a pena. 

A temperatura estava ideal para caminhar e fizemos a subida de toda a escadaria pela rocha rumo à antiga fortaleza no topo. Reza a teoria mais consensual que o Rei Kashyapa do Sri Lanka mandou construir aqui o seu palácio real, no século 5 A.D.
A subida é esgotante mas vale a pena, pois as ruínas do topo e a paisagem em redor são magnificas!

A seguir à visita a Sigiriya, aproveitamos e subimos ao topo da rocha que tem a melhor vista sobre a fortaleza - Pidurangala Rock. 
Pidurangala é uma formação rochosa impressionante, localizada a pouquíssimos quilómetros de Sigiriya. A primeira parte do trilho é feita através de uma escadaria irregular mas que é fácil. A segunda (e última) parte da subida, é muito exigente. Não há trilho e é preciso escalar rochas graníticas, mas o esforço compensa. Lá em cima, a vista é magnífica. De um lado, a rocha de Sigiriya envolta em selva e em todo o resto, kms e kms de vegetação abundante, de natureza no seu estado puro.  

Da parte da tarde, tivemos outra aventura fascinante. Aceitamos a sugestão e fizemos um safari no Parque Nacional de Minneriya. Fomos de jipe para o parque, as únicas duas no jipe, e ao longo do passeio vimos inúmeras manadas de elefantes andar em liberdade pela imensa planície. Que experiência fantástica!!

7. Kandy
Saímos de Dambulla e regressámos a Kandy de autocarro.
Desta vez, como já conhecíamos a cidade, aproveitamos para relaxar e andar pela cidade sem pressas. E desta vez sem chuva! Fomos conhecer o mercado local e algumas lojas.

O dia seguinte foi dedicado à mais famosa viagem de comboio do Sri Lanka. Apanhámos o comboio em direcção a Nuwara Eliya e fomos em 2ª classe com lugares reservados.
A viagem é conhecida pelas suas paisagens deslumbrantes e são sem duvida alguma. A certa altura na viagem, aparecem belíssimas montanhas verdes com infindáveis plantações de chá. É possível durante a viagem sentarmo-nos na porta do comboio e ver de mais perto a vista fabulosa.

8. Nuwara Eliya
Chegamos a Nuwara Eliya, denominada por Little England, fruto da influência britânica que, ainda hoje, é possível observar na cidade.
Aqui ficámos 2 noites. Durante a nossa estadia na cidade a chuva esteve sempre presente.
Já munidas de um chapéu de chuva fizemos a visita ao Grand Hotel onde fomos tomar o Afternoon Tea, que foi surpreendente.

No 2º dia visitámos o Parque Nacional de Horton Plains onde fizemos uma caminhada de 9 km. A caminhada é relativamente fácil, onde passamos por vários tipos de paisagens. O ponto alto da caminhada é a vista do World´s End e também da cascata de Baker´s Falls. 

Nesse mesmo dia visitámos também as Ramboda Falls e fizemos uma visita a uma fábrica de chá - Blue Field, pois esta região é onde está a maior produção e a melhor qualidade de chá do Sri Lanka. Participamos numa visita guiada para conhecer as instalações e todo o processo de produção de chá. Valeu a pena. No final ainda tivemos direito a uma prova de chá.

No dia seguinte, fizemos a ultima parte da 
famosa viagem de comboio do Sri Lanka, Nuwara Eliya - Ella que apesar de ser de sonho para muitos, para nós diria que foi a viagem pesadelo. 
Para além de o comboio se ter atrasado horas, o dia estava chuvoso e nublado, a meio da viagem tivemos que sair do comboio, no meio de plantações de chá, sem plataforma, o que implicou um salto gigantesco pela vida. Com o dia já a escurecer, sem qualquer luz eléctrica, trocámos para outro comboio, guiadas pelas lanternas dos telemóveis e fizemos o resto da viagem para Ella. Ou seja, nem sequer vislumbramos a paisagem tão idílica que tantos falam. Mas o que interessa é sobreviver!!

9. Ella
Chegámos a Ella já de noite e a chover.

No 1º dia em Ella visitámos o Little Adam’s Peak que é um trilho completamente plano, largo e em terra batida e que corre por entre as plantações de chá. Vale pela vista no topo. Uma vista de 360° sobre as montanhas, plantações de chá e vales de Ella.
De seguida, fomos por um trilho que nos levou à chamada Ponte dos 9 Arcos (Nine Arch Bridges). A certa altura chegámos a um miradouro transformado em tasco. Aí ficamos a tomar um sumo de fruta à espera da passagem do comboio, pois realmente a vista é privilegiada. Depois de muitas fotos e vídeos o comboio passou e descemos até à ponte.
Da ponte fomos a pé para Ella pelo caminho de ferro, a rezar para que o comboio não passasse. E não passou...

No 2º dia fomos visitar Ella Rock, que implicou uma caminhada e subida com algum esforço. O trilho a seguir, praticamente, não está definido o que nos deixou um bocadinho hesitantes, mas acabamos por encontrá-lo, e seguimos até o topo. A vista do topo é novamente feita de verdes colinas e de muito muito verde.
Da parte da tarde começou um dilúvio de proporções quase Bíblicas o que provocou o fecho da estrada por onde queríamos seguir viagem. Desta forma tivemos que alterar os planos e no dia seguinte apanhar um comboio e 2 autocarros públicos que demoraram uma eternidade para chegar a Tangalle.

10. Tangalle
Entre as dezenas e dezenas de praias existentes, escolhemos Tangalle para ficar.
Não tivemos grande sorte com o tempo pois choveu o tempo todo que lá tivemos. 
O alojamento onde ficamos estava situado mesmo em frente à praia, verdadeiramente paradisíaco, o que foi desolador por não haver nem uma nesga de sol para poder dar um pequeno mergulho no mar!!
Aproveitamos o tempo para descansar e relaxar.


11. Mirissa
No dia seguinte fomos de autocarro para Mirissa, conhecida pela praia dos surfistas. Aqui vimos muitos turistas ocidentais. O local respira todo um ambiente muito descontraído.


No 2º dia, o tempo começou a ficar melhor e deu para ir à praia. Aproveitamos o bom tempo e almoçamos 
numa esplanada directamente sobre a praia.

12. Galle 
Partimos para Galle de autocarro. 
Lá ficamos alojadas dentro do forte o que deu para explorar a pé o que a UNESCO classifica como Património da Humanidade. 
Foi em 1505 que Lourenço de Almeida chegou à Taprobana “por mares nunca dantes navegados”e as gentes de Galle, quando dizemos que somos portuguesas vão-nos lembrando destes feitos. A presença portuguesa aqui ainda é recordada.
Andar pelas ruas do forte é um encanto onde vimos casas coloniais, lojas, restaurantes e hotéis com muito bom aspecto e muito charme!!

No dia seguinte já contamos com o sol e passamos o dia na praia de Unawatuna, o que foi incrível. Foi um dia de
dolce far niente, entre mergulhos e deitadas ao sol nas espreguiçadeiras.

No dia seguinte, apanhamos o comboio para Colombo que segue sempre junto à costa tornando-se uma viagem interessante.

13. Colombo 
Regressamos à capital. Durante a tarde aproveitamos para explorar a cidade. Visitamos o templo budista Gangaramaya (que vale a pena a visita), o Beira Lake (“Beira” ainda do tempo dos portugueses) e passeamos pelo Viharamahadevi parque
Depois seguimos para a zona do Forte de Colombo, onde terminamos o dia no Dutch Hospital, que agora é uma zona com lojas e cafés trendy
Regressamos ao hotel e terminamos assim o nosso roteiro pelo Sri Lanka.


Apesar dos problemas de segurança que afectaram o Sri Lanka, o país continua a ser um extraordinário destino de viagem. 
É um país limpo, arrumado, com gente simpática, humilde e hospitaleira, cheio de paisagens maravilhosas, onde o verde domina completamente a paisagem, praias com coqueiros, dignas de postal e templos coloridos. 

É muito fácil deslocarmo-nos pelo país por nossa conta, pois os autocarros são baratíssimos e percorrem todo o país, apesar de demorarem uma eternidade.
Ao longo de toda a viagem cruzamo-nos com turistas de todos os tipos – de mochileiros à chique mulher russa, passando por casais com filhos pequenos e viajantes maduros.
Sri Lanka é sem duvida um destino a conhecer.