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segunda-feira, 19 de junho de 2023

Um Paraíso chamado "Ilhas das Berlengas"


As ilhas das Berlengas são umas das paisagens mais maravilhosas e singulares de Portugal e por isso é obrigatório fazer uma viagem até lá. Considerada reserva natural foi também declarada Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO.

Berlengas é o nome do arquipélago que é constituído por três ilhas, a maior das quais se chama Berlenga. Esta ilha é a única habitada e que se pode visitar. 
Pode-se chegar ao arquipélago de forma independente ou num tour. Eu optei por ir num tour com a Wildest e deste forma já fui com tudo tratado, pois de modo a preservar os ecossistemas da ilha, existe um limite de 350 visitantes por dia (de Maio a Setembro) e desde 2022 que se passou a pagar uma taxa turística.

Chegámos a Peniche à hora de almoço. Almoçámos e de seguida apanhámos o barco no porto, por volta das 14:30. Fomos com a empresa Feeling Berlenga. A viagem de barco demorou cerca de 40 minutos e tivemos sorte pois quase não havia agitação marítima e por isso a viagem fez-se muito bem.

Assim que chegámos à ilha da Berlenga Grande a 1ª coisa que se avista é a pequena praia com a sua água azul-esverdeada transparente. Muito convidativo e o 1º passo foi dar um mergulho. Ao contrário do que parece a água é bastante fria.

De seguida, fizemos um passeio de lancha com fundo de vidro para visitar grutas e outras formações geológicas à volta da ilha.

Atracámos no Forte de São João Baptista e fomos visitá-lo que tem o custo de 1€. O forte tem uma localização geográfica fabulosa, com umas vistas incríveis. O forte funciona atualmente como um hostel um pouco singular pois as antigas celas são os quartos. Dá vontade de vir uma próxima vez e ficar aqui alojado.

De seguida, iniciámos o trilho pedestre de cerca 3km que circunda a maior parte da ilha. O inicio do trilho é a subir por uma escadaria um pouco ingreme mas à medida que subimos as vistas sobre o forte são maravilhosas. No ponto mais elevado encontramos o Farol do Duque de Bragança, que remonta a 1841. Continuámos o trilho onde vamos vendo imensas gaivotas e as suas crias. O trilho é muito fácil, sendo que a parte mais difícil é a subida da escadaria.

Existem várias regras que devem ser respeitadas de forma a preservar este ecossistema:
  • Circular apenas nos trilhos e respeitar a sinalização,
  • Ao circular pela ilha não atirar pedras para o mar,
  • Colocar o lixo nos locais apropriados ou levá-lo de volta consigo,
  • Não apanhar plantas nem amostras geológicas,
  • Manter-se à distância dos animais e não os alimentar.
Terminamos o trilho no Bairro dos Pescadores, onde existe 1 café e por isso aproveitamos para beber um refresco enquanto admirámos as paisagens.

Regressámos a Peniche e mais uma vez a viagem de barco foi super tranquila e muito animada. 

O arquipélago das Berlengas é sem dúvida um verdadeiro paraíso em Portugal e diferente de tudo o que existe no nosso país. Aqui encontramos uma Natureza em estado puro com paisagens incríveis e uma cor da água simplesmente irresistível.

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Fim de semana em Toledo e Moinhos de Consuegra



Visitar a cidade espanhola de Toledo já era há muito tempo um desejo meu, quer pela sua história quer pela sua beleza arquitetónica. Desta forma, aproveitei a viagem da Wildest para visitar esta região num fim de semana.

Toledo é uma cidade fortificada e uma das mais antigas de Espanha. Na idade medieval era uma terra pacífica que abrigava em harmonia judeus, católicos e muçulmanos. Na altura, foi conquistada pelos reis católicos, que a transformaram numa cidade católica, no entanto, ainda carrega muitos traços arquitetónicos com influência de seu passado multi-religioso. Conhecida como a Cidade das Três Culturas pela mescla de influências islâmica, judaica e cristã, foi merecidamente listada como Património da Humanidade da UNESCO em 1986.

Iniciámos a nossa visita no Mirador del Valle, que fica um pouco afastado do centro da cidade, mas que vale a pena pela vista. Daqui temos uma vista privilegiada sobre a cidade fortificada que está cercada pelo Rio Tejo.

De seguida entrámos na cidade pelas escadas rolantes, o que para mim foi uma estreia, pois nunca tinha visto tal coisa, no entanto, estas permitem um acesso confortável ao centro histórico que fica no cimo de uma colina, sem canseiras e com menos carros.

Embrenhámo-nos pelo centro histórico e pelas suas pequenas ruas. Estas encontravam-se bem enfeitadas devido à festividade que se aproximava - Dia do Corpo de Deus, que pelos vistos, é festa rija para estes lados.

Visitamos a incrível Catedral de Toledo, considerada uma das melhores catedrais da Europa. É uma catedral gótica do século XIII recheada de capelas vistosas e obras de arte de artistas consagrados. A catedral tem uma história interessante e assim como muitas igrejas de Toledo foi construída sobre antigas mesquitas. Tem uma fenda no teto que proporciona uma iluminação especial e tem uma linda sacristia, convertida hoje em museu, com frescos de vários artistas, incluindo obras de El Greco, Caravaggio, Ticiano, Van Dick, Goya, entre outros. Além da história e religião, Toledo é também conhecida por ter abrigado o artista El Greco, que apesar de ter nascido na Grécia é considerado um dos grandes nomes da arte espanhola. Foi em Toledo que El Greco iniciou sua carreira de pintor retratista e conquistou fama.

Saímos da Catedral e fomos para o bairro judeu. Aqui há várias Sinagogas e existem 2 que valem a visita: A Sinagoga Santa Maria de La Blanca e a Sinagoga del Transito. Nós visitámos a Sinagoga Santa Maria de La Blanca que é outro exemplo de transformação de cidade multi-religiosa para cidade católica e um símbolo da comunidade judaica na cidade.

O tempo era curto e apesar de Toledo ter uma infinidade de lugares que valem a pena visitar o resto do tempo foi andar pelas ruas pequenas e labirínticas, pelas praças e aproveitar para sentar numa esplanada e "sentir a cidade".

Toledo é sem dúvida uma cidade repleta de história com muitos tesouros para descobrir e por isso é imperdível.

No fim do dia fomos para o nosso alojamento em Talavera de la Reina e no dia seguinte fomos conhecer os famosos Moinhos de Consuegra que inspiraram Cervantes quando escreveu Dom Quixote. Os moinhos são datados do século XVI, e eram 13 moinhos dos quais ainda se mantêm 12 deles. Um dos Moinhos é aberto a visitas e funciona como um pequeno museu, permitindo que se suba e veja como os moinhos funcionavam.

Situam-se no alto da colina onde também há um castelo templário, o Castillo de la Muela, que se encontra muito bem conservado. A vista do castelo sobre os moinhos e sobre a paisagem em redor é verdadeiramente fantástica.

Foi sem dúvida uma paragem que valeu a pena pela paisagem e pela história a somar aos restantes lugares que visitámos no fim de semana.