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quinta-feira, 17 de junho de 2021

Picos de Europa



A vontade de voltar a viajar é enorme!! 2021 já vai a meio e a pandemia mantém-se, mas vai mais branda, pois cada vez existem mais pessoas vacinadas. As restrições continuam a ser impostas, mas já é possível sonhar com viagens, no entanto, temos que ser flexíveis e optar por viagens mais seguras e possíveis.

Viajar no continente europeu é uma das opções mais viáveis nesta altura e surge assim, com todas estas condicionantes a oportunidade de realizar uma escapadinha para fora de Portugal. A primeira depois de tanto tempo.

A escapadinha é a visitar os Picos de Europa, na nossa vizinha Espanha, durante 3 dias.

Os Picos da Europa fazem parte de um parque natural no norte de Espanha, que se estende pelo Principado das Astúrias e pelas Comunidades Autónomas de Cantábria e Castela e Leão. É considerada uma das regiões montanhosas mais bonitas não só de Espanha, mas de toda a Europa.

Fui com um grupo de viagens chamado Borealis - uma agência de viagens experiente em trekking. Fomos de autocarro com as devidas condições de segurança. A parte chata é que é uma viagem longa, pois são cerca de 500km, onde temos que estar sempre de máscara.


Dia 1: Porto - León - Benia de Onis

Partida do Porto às 7h com breve paragem em Braga, para apanharmos mais caminhantes.

Chegada a León por volta das 14h (hora espanhola). Fizemos uma visita à cidade em grupo e depois ficamos com tempo livre por nossa conta.

Léon é a maior cidade da província espanhola de León.

Andamos um pouco pela cidade e visitamos os seus pontos de interesse principais:
  • Catedral de Santa Maria de León, que só visitamos o exterior
  • Casa de Botines, da autoria de Gaudí
  • Basílica românica de San Izidoro
Fizemos uma paragem para almoçar num jardim à sombra, pois o calor era muito (29ºC) e de seguida desfrutamos uma das muitas esplanadas que abundam pela cidade.

O ponto de encontro do grupo foi às 16h, com partida para os Picos de Europa.

Chegada a Benia de Onis. O nosso alojamento foi no Maria Manuela Hotel & Spa, um alojamento bem agradável nesta pequena localidade, bastante encantadora, no meio das montanhas.


Dia 2: Posada Valdeón - Ruta del Cares - Poncebos

O dia acordou solarengo. Saímos de manhã cedo de autocarro em direção a uma pequena aldeia, chamada Posada de Valdeón, onde iniciámos a nossa caminhada de 26km.

Percorremos um trilho bastante verdejante, sempre com a montanha a servir de pano de fundo. Fizemos algumas pausas pelo caminho, apreciar a paisagem deslumbrante.

Chegamos a Caín, um pequeno e acolhedor povoado, rodeado por montanhas imensas, onde fizemos uma paragem para almoçar.

Depois do almoço, entramos na Ruta del Cares, dando início àquela que viria a ser uma das melhores caminhadas que fizemos. A Ruta é um dos percursos pedestres mais populares do Parque Nacional.

A maior parte da rota é plana e faz-se ao longo de um caminho estreito de terra batida que serpenteia ao lado de uma garganta profunda, no fundo da qual corre o rio Cares, de onde deriva o nome da rota. Passamos também por algumas pontes, miradouros naturais e túneis escavados na pedra.

As vistas vertiginosas sobre os desfiladeiros são absolutamente fabulosas.

Perto do final, surge a parte mais difícil do percurso. São 2 km de subida, já a chegar a Poncebos e o cansaço começa a apoderar-se dos nossos corpos.

Finalmente chegamos a Poncebos e terminamos a caminhada. Cansados mas com a sensação de vitória.

Pequena pausa num café para repor energias e trocar impressões. Caminhada longa mas vitoriosa.


Dia 3: Lagos de Covadonga - Santuário de Covadonga

Hoje o dia começou cinzento. Mal se via a estrada de tão denso o nevoeiro.

Fomos de autocarro para os famosos Lagos de Covadonga: o Lago Enol, Lago Ercina, e Lago Bricial, todos de origem glaciar. O autocarro deixou-nos no estacionamento das Minas de Buferrera, minas do século XIX onde se extraía mercúrio e magnésio e que foram desativadas. Daqui iniciamos o trilho.

O nevoeiro impedia-nos de ver para além de poucos metros e iniciamos assim o trilho a ver-se muito mal. Chegámos ao lago Ercina e passado pouco tempo, o céu ficou azul e o sol brilhou colorindo os verdes prados em torno do belo lago. Que paisagem deslumbrante. Aqui e acolá aparecem as vacas a pastar indiferentes aos nossos olhares.

Continuamos a caminhada. A paisagem sempre a surpreender, digna de uma verdadeira foto de postal, com picos rochosos, alguns deles ainda com neve, a servirem de pano de fundo a magníficos lagos rodeados por prados e vacas felizes.

Almoçamos a meio do trilho com estas paisagens a servir de pano de fundo. Encantador!

Terminamos o trilho no Lago Enol, mais um local de suster a respiração. Seguimos de autocarro para o Santuário de Covadonga. É um local de culto e peregrinação de crentes. Junto da basílica existe uma gruta – a Santa Cova – onde se encontram a Virgem de Covadonga (a que os asturianos chamam “La Santina”) e o sepulcro de D. Pelayo, figura histórica que iniciou a reconquista cristã da Península Ibérica aos mouros.

Aqui ficamos algum tempo a visitar e a relaxar. E daqui embarcamos de novo em direção a Portugal.


Terminei esta escapadinha com as pernas a doer mas com a alma cheia. Valeu a pena quer pelo desafio das caminhadas, quer pela beleza vista, quer pela tranquilidade e ar puro que se respira.

Foi sem duvida uma bela maneira de recomeçar as viagens, tão ansiadas.