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domingo, 30 de outubro de 2022

Visita aos Passadiços do Paiva e à Ponte Suspensa



Se há percurso pedestre que dispensa apresentações em Portugal, são os Passadiços do Paiva. São um dos percursos pedestres mais populares no nosso país e a sua fama já chegou além fronteiras, tendo inclusivamente ganho vários prémios nos World Travel Awards, os Óscares do turismo. E o que já era bom ficou ainda melhor com a abertura da vertiginosa Ponte Suspensa 516 Arouca, a maior ponte pedonal suspensa do mundo.

Os Passadiços do Paiva e a Ponte 516 Arouca fazem parte do território Arouca Geopark que é reconhecido pela UNESCO como Património Geológico da Humanidade.

É discutível a massificação de passadiços de madeira em Portugal, mas a verdade é que se não fosse esta construção feita pelo Homem, este magnífico vale estaria provavelmente inacessível à maioria de nós.

Por todos este motivos e mais alguns, estava já na hora de conhecer este soberbo destino natural e de descobrir os seus encantos.

Localizados na margem esquerda do Rio Paiva, estes 8,7 quilómetros de passadiços fazem-se de forma é linear e tem o seu início/fim na praia fluvial do Areínho ou na praia de Espiunca.

Iniciamos a caminhada na Praia Fluvial do Areínho pois assim enfrentamos a maior subida de escadaria logo no início do percurso, quando ainda estávamos fresquinhas.

Passado poucos metros do inicio, deparamo-nos com a Ponte Suspensa de Arouca. Decidimos incluir a travessia da ponte na nossa visita. Esta ponte com uns impressionantes 516 metros de comprimento e uma elevação de 175 metros, oferece vistas de cortar a respiração sobre a Garganta do Paiva e a Cascata das Aguieiras. O preço não é barato mas atravessar a Ponte Suspensa é sem dúvida uma experiência ímpar cheia de adrenalina.

O bilhete que adquirimos dá direito a percorrer os Passadiços do Paiva e atravessar a ponte nos dois sentidos.

De seguida, retomámos a caminhada pelos passadiços junto ao rio, caminhando ao longo do vale. O percurso é verdadeiramente impressionante com uma beleza única onde os passadiços estão inseridos num autêntico santuário natural. A simbiose entre a construção do Homem e a natureza está simplesmente perfeita e harmoniosa.

As paisagens são de cortar a respiração com extraordinárias formações rochosas, vida selvagem ímpar e praias fluviais muito apetecíveis.

Fizemos os passadiços num só sentido e terminámos em Espiunca onde voltamos de táxi ao ponto de partida.

Fomos no Outono, apesar da chuva foi uma boa opção, pois implica menos gente e por isso tivemos os passadiços praticamente só para nós, desfrutando em pleno do silêncio e da tranquilidade da natureza.

Sem dúvida que regressamos a casa de coração cheio e com uma sensação relaxante única.
Podemos afirmar, que a fama mundial não é de todo à toa e que, nós portugueses, somos uns privilegiados por ter esta maravilha mesmo “à porta de casa”.

terça-feira, 11 de outubro de 2022

Roadtrip pela Extremadura Espanhola


Fazer uma roadtrip na vizinha Espanha é sempre uma excelente escolha para um passeio de fim de semana em família. A nossa roadtrip passou por Mérida e Cáceres. A Extremadura tem muito mais para ver, mas dado o curto tempo decidimos visitar apenas estas duas cidades.

Começamos por Mérida. Chegámos na sexta-feira à noite ao nosso alojamento e ainda deu para fazer um passeio à beira rio pela proximidade e a temperatura também estava convidativa para andar na rua.

Passámos o dia seguinte a visitar a cidade que tem uma importância histórica gigante assim como um legado arqueológico imenso e por isso considerada Património da Humanidade pela UNESCO. 

Emerita Augusta, atual Mérida, foi fundada pelo imperador romano Octávio Augusto no século I a.C. tendo sido capital da Lusitânia romana. O Conjunto Arqueológico de Mérida tem uma das mais bem preservadas ruínas romanas do tempo da província hispânica sob o domínio de Roma.

Começamos a visita do dia pelo Anfiteatro Romano, uma arena onde se realizavam os jogos de gladiadores e lutas entre animais, ou mesmo entre homens e animais. Vale bem a pena uma volta pela arena sendo, muito fácil viajar no tempo.

Logo ao lado entrámos no Teatro Romano, uma obra verdadeiramente monumental à qual se soma outra particularidade: é o único edifício que, após o seu restauro, voltou a ter a sua função original, acolhendo desde 1933, o Festival Internacional de Teatro Clásico de Mérida. É imperioso subir até ao topo das suas bancadas, passear pelos estreitos corredores que davam acesso ao palco.

Ao longo das ruínas é possível ver algumas casas onde restam ainda os pátios, corredores e divisões, algumas com os típicos mosaicos romanos no pavimento.

Aproveitámos também para visitar o Museu Nacional de Arte Romana que era gratuito e que vale bem a pena. Aqui encontrámos vestígios da ocupação romana como esculturas, pinturas, mosaicos, moedas e utensílios gerais que exemplificam bem o quotidiano da Mérida romana.

Ao caminharmos pelas ruas e ruelas deparamo-nos com alguns monumentos. É o exemplo do Arco de Trajano e o Templo de Diana que é um dos edifícios mais antigos da cidade e é o único exemplar da arquitetura religiosa romana que tem perdurado em Mérida. É bastante semelhante ao que podemos encontrar em Évora mas a grande diferença é o seu estado de preservação. Supõem-se que foi construído no final do século I a.C. ou no início do século I d.C.

Passámos pela Alcáçova de Mérida que é o único edifício mouro que se conservou até aos nossos dias. Logo ali ao lado vimos a Ponte Romana. A ponte é exclusivamente pedonal e é agradável cruzar o Guadiana caminhando por ela.

Continuámos a caminhada junto ao nosso bem conhecido Rio Guadiana. Pelo caminho, passamos por um simpático e agradável jardim.


Terminámos a visita no Aqueduto dos Milagres que é uma obra extraordinária, não só pelas suas dimensões mas pelo seu estado de conservação.

Mérida não é uma cidade muito grande e por isso um dia foi suficiente para visitá-la com calma assim como as suas principais atracões.

No dia seguinte de manhã, rumámos em direção a Cáceres.

Cáceres é conhecida como a cidade medieval mágica da Extremadura. É por isso que é considerada como Património da Humanidade pela UNESCO.

Assim que chegámos à cidade, estacionámos o carro e andámos a deambular pelas ruelas e praças de Cáceres. Tudo é incrivelmente belo e harmonioso, perfeito para explorar a pé.

Começámos pela Plaza Mayor de Cáceres que fica fora da cidade amuralhada. De seguida entrámos no centro histórico pelo Arco de La Estrella, dando inicio à nossa viagem no tempo. 

Deambulámos pela cidade sem rumo, passando por igrejas, praças e pracetas com os seus palácios monumentais. É fascinante os diferentes estilos arquitetónicos presentes pela cidade desde o período romano à ocupação árabe.

Chegados ao Bairro Judeu entrámos no Museu de Cáceres ao acaso pois a entrada era gratuita e acabámos por ter uma bela surpresa. No sub-solo conhecemos a cisterna hispano-árabe, que foi surpreendente. O museu é pequeno mas bem conseguido.

Terminámos a visita novamente na Plaza Mayor e como queríamos ganhar tempo, já que a estrada de regresso a Portugal era longa, compramos um lanche e comemos no caminho. 
É fácil visitar a cidade num dia. Parte do encanto da visita a Cáceres é precisamente calcorrear as ruas e apreciar as suas fachadas.

Foi uma viagem bastante agradável onde visitámos duas cidades bastante pitorescas e fascinantes. Viajar pelas estradas de Espanha é sempre fantástico pois são quilômetros e quilômetros de excelentes rodovias. A paisagem, porém, é que é um tanto monótona, quase sempre com a mesma paisagem mas vale sempre a pena!