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quarta-feira, 8 de dezembro de 2021

Natal em Lisboa

O Natal para mim é possivelmente o período do ano mais especial. O espirito que se vive nesta altura é único e as luzes e os enfeites de natal ajudam a torná-la numa época mágica.

Viver o natal em qualquer sítio do país é especial, mas as festividades natalícias na nossa capital são levadas a um nível mais elevado. Ano após ano os governantes têm investido em atividades e decorações cada vez mais elaboradas e magnificas. E daí nasceu a minha vontade em conjunto com umas amigas, para irmos passar uns dias à capital para poder vivenciar todo este ambiente natalício. 

As atrações temáticas são imensas, desde mercados de natal espalhados pela cidade, como a iluminação de Natal nas principais ruas do centro, que por si só já é uma atração, dando especial destaque à árvore de Natal do Terreiro do Paço. 

Outra atração é o Wonderland Lisboa, situado no parque Eduardo VII e que tem várias atrações, como uma pista de gelo, bancas de artesanato e de outros produtos, bancas de comida e uma roda gigante. 

Claro que aproveitamos para comer aqui e em andar na roda. De lá de cima, tem-se uma vista privilegiada do parque Eduardo VII assim como do Marquês Pombal e da Avenida da Liberdade.

Visitámos também o Mercado de Natal do Rossio, mas o que foi mesmo especial foi caminhar pelas várias ruas e apreciar as luzes, as montras enquanto se ouviam as músicas de natal e se comiam umas castanhas. As ruas estavam apinhadas de gente a fazer o mesmo que nós.

Sem dúvida que nesta época do Natal, a cidade de Lisboa torna-se ainda mais vibrante e encantadora. Foram uns belos passeios natalícios.

segunda-feira, 25 de outubro de 2021

Comboio Histórico do Douro



O Comboio Histórico do Douro é considerado um dos passeios de comboio mais bonitos de Portugal e por este motivo é algo obrigatório a fazer. Aproveitamos para marcar fim-de-semana no Douro e realizar este passeio.

A viagem começa na estação de Peso da Régua e funciona de Junho a Outubro.

Logo à nossa chegada espera-nos uma antiga locomotiva a vapor 0186, construída em 1925 pela Henschel & Sohn, uma empresa Alemã. Esta locomotiva foi uma de dez locomotivas que chegaram a Portugal nos anos 1924-25 como parte do pagamento da dívida da Alemanha causada pela Primeira Guerra Mundial.

Constituída por 5 carruagens de madeira estas têm pormenores encantadores e super-românticos (janelas, puxadores...) o que as torna uma verdadeira preciosidade.

No inicio da viagem, um grupo de folclore anima os turistas e é nos oferecido um copo de Vinho do Porto, aumentando o nosso entusiasmo pela viagem.

À hora designada, o Comboio sai com fumarolas e apitos estridentes, sempre a par do majestoso rio Douro. Temos a sorte de ir junto à janela do lado onde corre o Douro, o que quer dizer que temos a melhor paisagem garantida durante todo o percurso. A nossa carruagem vai quase cheia e na sequência da pandemia, é obrigatório o uso de máscara e o distanciamento social.

Pouco tempo depois fazemos uma breve paragem no Pinhão e seguimos viagem. Estava um dia de sol maravilhoso e as cores das vinhas e do rio tornaram-se mais vivas e deslumbrantes. A quantidade de quintas de vinho espalhadas pelas encostas do Douro, faz-nos perceber a grande imponência do Alto Douro Vinhateiro. É sem duvida, uma paisagem de cortar a respiração.

De vez em quando a locomotiva apita, exaltando os ânimos e fazendo-nos recuar no tempo.

A viagem para cada lado demora cerca de 80 minutos e o passeio termina no Tua, onde fazemos uma paragem de cerca de meia hora antes do regresso à Régua.

A estação do Tua é cheio de encanto, pois parece que parou no tempo. Aqui aproveitamos para visitar o Centro Interpretativo do Vale do Tua, instalado nos dois antigos armazéns ferroviários que estavam desocupados na estação e que conta a história da linha.

No caminho de regresso ao Peso da Régua fazemos nova paragem no Pinhão e aproveitamos para ver os famosos azulejos.

Regressamos à Régua completamente embevecidos e deslumbrados. É sem dúvida uma viagem mágica de 30 quilómetros e que vale a pena fazer.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Ronda e o Caminito del Rey


Juro que não fiz de propósito, mas parece que todos os meus últimos caminhos foram dar à Andalucia.

Andava há muito tempo a planear fazer o Caminito del Rey, em Espanha e desta vez surgiu a oportunidade de me juntar a um grupo de caminhada - Wildest e de fazê-lo.

E assim, passado cerca de 1 mês, eu e a minha irmã voltamos a Andalucia e a Ronda , desta vez, propositadamente para fazer o Caminito del Rey.

Começamos o fim-de-semana em Sevilha, a capital da região. Um dia é manifestamente pouco tempo para conhecer a cidade e como já a conhecíamos desta vez focamo-nos em conhecer a sua catedral. Esta é a maior de Espanha e a 3ª maior do mundo.
Subimos a Torre da Giralda que outrora foi um minarete e cujas vistas sobre a cidade compensam o esforço.
De seguida, visitámos a Catedral que é absolutamente magnânima, com destaque para o seu altar-mor e cheia de recantos e de história, pois esta foi a última morada do famoso navegador Cristóvão Colombo.

Depois de almoço seguimos para a cidade de Ronda, que também já conhecíamos da nossa última visita à região. Andámos a pé pela cidade e desta vez fomos ver a Ponte Nova, mas desta vez, observá-la de cima.

No dia seguinte seguimos cedo para o Caminito del Rey, em Ardales. Este caminho é um trilho construído pelos antigos trabalhadores das barragens no desfiladeiro de Gaitanes, em El Chorro. Foi construído no inicio do séc. XX e servia de acesso aos trabalhadores durante a construção da barragem. Depois de criado o caminho, um dos engenheiros resolveu levar os amigos a visitá-lo e com o crescimento das visitas o desfiladeiro começou a tornar-se cada vez mais popular. O rei atravessou-o para inaugurar as barragens e passou a ser conhecido como o Caminito del Rey.

Nos anos 90, o caminho foi alvo de várias visitas de exploradores mais aventureiros. No entanto, nessa altura ocorreram vários incidentes mortais, pois o caminho encontrava-se em mau estado. Foi considerado o percurso pedestre mais perigoso do mundo e foi encerrado durante 15 anos.

Em 2015 foi reaberto ao público, totalmente remodelado e com condições de segurança. Hoje é conhecido como um dos locais mais incríveis para se conhecer.

O trilho é um percurso linear de apenas 1 sentido, com 8km no total em que 3km são feitos em passadiços de madeira e 5km em trilho de terra pelo bosque, com dificuldade reduzida.

O percurso percorre o canhão do fluvial do rio Gaitanes que proporciona paisagens magnificas e de tirar a respiração. A dimensão do desfiladeiro é avassalador! Tudo no percurso é intenso e cativante, mas a parte final do trilho foi sem dúvida a mais surpreendente e mais desafiante. Demoramos cerca de 3h a percorrer o trilho, sempre a fotografar as paisagens incríveis das rochas e do desfiladeiro.

Valeu muito a pena a viagem só por causa deste trilho. Andalucia é sem duvida uma região com muito para oferecer.

quarta-feira, 11 de agosto de 2021

De carro por Andaluzia



Pela proximidade a Portugal e por ser uma região com sol, calor (que escasseou este verão) e cheia de interesse cultural, decidi explorar Andaluzia de carro em 4 dias. Foi um pouco cansativo pela dimensão da região, pois passámos horas e horas ao volante a conduzir, com estradas infindáveis, mas valeu a pena.

O primeiro dia foi praticamente passado quase todo em viagem de Portugal para Espanha. Atravessámos a fronteira e fizemos uma breve paragem em Olivença. Fomos à procura de Portugal em Espanha. A passagem foi muito breve mas deu para reconhecer alguns sinais da antiga vila portuguesa. 

Depois de longos e longos quilómetros chegámos a Córdoba de noite, perto das 24h. Rapidamente encontramos o hotel onde iriamos pernoitar - Patios del Orfebre, que está muito bem localizado. Fomos logo dormir e deixamos as visitas para o dia seguinte.

O dia seguinte foi para visitar Córdoba e o seu centro histórico que foi declarado Património Mundial pela UNESCO. Córdoba foi um dos últimos redutos do islamismo na Europa e na Península Ibérica. Como prova disso é a Grande Mesquita-Catedral que foi a nossa primeira visita do dia. Este monumento lindíssimo representa bem a fusão entre a cultura islâmica e cristã.

Lá dentro, a primeira coisa que me impressionou foi a dimensão do edifício, pois esta foi em tempos, uma das maiores mesquitas do mundo. Os seus belos arcos vermelhos e brancos dispersos por todo o espaço, são de uma beleza ímpar! A sumptuosidade do templo católico, inserido no meio dos motivos islâmicos, torna este espaço igualmente único. Tudo é grandioso, belo e surpreendente! É sem dúvida um lugar a não perder. Aqui passámos 1h a visitá-la, a fotografá-la e a contemplar todo o espaço.

Outra coisa imperdível na cidade é perdermo-nos a pé entre as ruas e ruelas. Todas as ruas são estreitas e bem cuidadas, formando um alegre labirinto. Imperdível! 
Andamos perdidas pelas ruas do centro histórico, passamos a ponte romana e andamos pelo bairro judeu.

Ao final da tarde, pegámos no carro e seguimos viagem para Granada. Em apenas 1 dia não tivemos tempo de conhecer todos os recantos cordobeses mas, deu para visitar alguns dos pontos mais emblemáticos da cidade.

Chegámos a Granada ao fim da tarde, mas ainda de dia. Aqui encontramos facilmente o hotel e deixamos o carro num parque de estacionamento a pagar mas que estava incluído no preço do alojamento.

Granada é uma cidade monumental, com muito para visitar. Optámos por ficar 2 noites e ficámos alojadas num hotel também muito bem localizado - Hotel Boutique Las Almenas.

No primeiro dia decidimos visitar o Alhambra, cujos bilhetes compramos com antecedência no site oficial: tickets.alhambra-patronato.es, pois é um dos monumentos mais visitados em Espanha e tem limite de número de visitas por dia.

Granada foi a última cidade da Península Ibérica a ser reconquistada pelos reis católicos. A herança moura é, pois, omnipresente, tendo o seu expoente máximo no Alhambra, mandado construir como fortaleza e palácio real pelos reis da dinastia Nazarí.

Visitar os Palácios Nasridas (ou Nazaríes, no original em espanhol) é uma experiência incrível. Tudo é um encanto. Desde os pormenores decorativos de inspiração mourisca e as janelas com arabescos; o Pátio dos Leões; o arrojado Palácio de Carlos V; e todas as salas monumentais assim como os pequenos recantos. Faltam palavras para descrever tamanha riqueza arquitetónica e decorativa.

Só tive pena de não ter conseguido ir visitar a villa de Generalife e os seus extensos jardins mas já não tínhamos forças. A extensão do Alhambra é enorme e caminhar sob aquele sol escaldante é muito exigente pelo que nos faltaram forças para visitar essa parte do complexo.

Seja como for, e apesar do calor insuportável, o Alhambra é mesmo de visita obrigatória.

Em Granada, fomos visitar ainda a sua Catedral cujo esplendor rivaliza com a grandeza muçulmana. Esta foi mandada construir de forma a mostrar ao mundo que a conquista da cidade de Granada aos mouros tinha sido total. 

Fica localizada no coração histórico da cidade e é outra das visitas tidas como obrigatórias, assim como a Capela Real.

Aproveitamos para visitar a Catedral ainda no período da manhã, um pouco antes da celebração da missa, pois era Domingo e estava aberta ao publico.

A Capela Real visitámos durante a tarde, após a visita ao Alhambra. Esta fica ao lado da Catedral, mas é uma visita separada. Foi construída durante o século XV para servir como local de sepultura dos monarcas espanhóis.

Fizemos a visita com guias de áudio e lá dentro, visitamos o museu, os túmulos dos reis católicos e a cripta onde estão os restos mortais do rei Fernando de Aragão e da rainha Isabella de Castela, juntamente com os corpos da rainha Joana I, Filipe I e Príncipe Miguel de La Paz.

No final da visita andámos a vaguear um pouco pelas ruas do centro histórico e encontrámos o mercado de Alcaiceria, que nos leva a entrar num outro mundo. Num ápice somos transportados para ruelas estreitas de um souk num mundo árabe, cheio de lojas de artesanato e souvenirs.

Ao fim da tarde apanhamos um minibus para Albaicín e assistimos ao pôr-do-sol sobre o Alhambra do Miradouro San Nicolás. Daqui a vista sobre o Alhambra e da Serra Nevada é incrível. Um verdadeiro cartão-postal.
De seguida, perdemo-nos pelas ruas do bairro e fomos descendo a pé até o centro de Granada.

Dia seguinte, tomámos o pequeno-almoço e saímos de Granada em direção a Málaga.
Desta vez o objetivo é fazer um pouco de praia, aproveitar o sol e o calor e descansar. Decidimos ficar alojadas nos arredores de Málaga, numa pequena vila chamada Colmenar, onde o alojamento era mais barato. 

Da parte da tarde, fizemos praia em Torremolinos com direito a mergulho no mar mediterrâneo. E que bem que soube!!

Último dia e decidimos ir à descoberta dos "Pueblos Blancos" da Andaluzia, que são pequenos povoados fortificados que resultaram da necessidade dos povos se defenderem em colinas na Andaluzia. Existe toda uma rota mas nós só conseguimos visitar Setenil de Las Bodegas, que é uma vila construída entre cavernas e rocha.

Na vinda para Portugal fizemos uma passagem rápida por Ronda que atrai muitos turistas, pois é uma cidade construída em cima de um promontório rochoso. Paragem de 1h para tirar fotografia rápida da ponte mas que nos deu vontade de voltar para visitar. 

O resto do dia foi passado ao volante, no regresso a Portugal - Leiria.

Viajar pela Andaluzia vale muito a pena, pois é realmente espantoso o legado que os mouros deixaram na região. 
Viajar pela Andaluzia em Agosto é uma loucura, pois o calor é extremo.

quarta-feira, 21 de julho de 2021

D. Maria II. De princesa brasileira a rainha de Portugal





Fazer uma visita cultural é sempre um bom pretexto para sair de casa e por isso decidi, nas minhas férias, tirar um dia para ir com a minha mãe, visitar o Palácio da Ajuda, pela 2a vez, e visitar também a exposição D. Maria II. De princesa brasileira a rainha de Portugal. 1819-1853, patente no mesmo palácio. 

Gosto muito de história e consequentemente tenho preferências por algumas personagens da nossa história e Dona Maria II é uma delas.

Visitar o Palácio da Ajuda para mim, é sempre um prazer e um deslumbramento. Gosto de percorrer aqueles corredores aveludados e de ver toda aquela riqueza e elegância.
Encontrei um palácio em melhor estado, em relação à última vez que o visitei, o que me deixou bastante satisfeita. 

 

Visitar o palácio foi um bom pretexto para visitar a exposição de D. Maria II que já estava patente desde o dia 26 de maio. Trata-se de uma exposição organizada pelo Museu da Presidência da República que recorda a vida e o reinado desta rainha.

Aqui estão expostas várias peças, como objetos do quotidiano, quadros e documentos que evocam a biografia da rainha.

Foi rainha aos 15 anos, mãe de 11 filhos e morreu ao dar à luz o seu 11.º filho aos 34 anos.
O seu reinado foi um pouco atribulado, com sucessivas revoluções, pois foi a primeira rainha constitucional do nosso país.

A exposição não é muito grande. Gostei da exposição, é curta mas informativa.

Não posso deixar de referir que adorei ver as várias joias pessoais de D. Maria II, a sua Coroa Real, o mobiliário, assim como as vitrinas dedicadas à troca de correspondência entre a rainha e seu pai, entre outras figuras.

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Picos de Europa



A vontade de voltar a viajar é enorme!! 2021 já vai a meio e a pandemia mantém-se, mas vai mais branda, pois cada vez existem mais pessoas vacinadas. As restrições continuam a ser impostas, mas já é possível sonhar com viagens, no entanto, temos que ser flexíveis e optar por viagens mais seguras e possíveis.

Viajar no continente europeu é uma das opções mais viáveis nesta altura e surge assim, com todas estas condicionantes a oportunidade de realizar uma escapadinha para fora de Portugal. A primeira depois de tanto tempo.

A escapadinha é a visitar os Picos de Europa, na nossa vizinha Espanha, durante 3 dias.

Os Picos da Europa fazem parte de um parque natural no norte de Espanha, que se estende pelo Principado das Astúrias e pelas Comunidades Autónomas de Cantábria e Castela e Leão. É considerada uma das regiões montanhosas mais bonitas não só de Espanha, mas de toda a Europa.

Fui com um grupo de viagens chamado Borealis - uma agência de viagens experiente em trekking. Fomos de autocarro com as devidas condições de segurança. A parte chata é que é uma viagem longa, pois são cerca de 500km, onde temos que estar sempre de máscara.


Dia 1: Porto - León - Benia de Onis

Partida do Porto às 7h com breve paragem em Braga, para apanharmos mais caminhantes.

Chegada a León por volta das 14h (hora espanhola). Fizemos uma visita à cidade em grupo e depois ficamos com tempo livre por nossa conta.

Léon é a maior cidade da província espanhola de León.

Andamos um pouco pela cidade e visitamos os seus pontos de interesse principais:
  • Catedral de Santa Maria de León, que só visitamos o exterior
  • Casa de Botines, da autoria de Gaudí
  • Basílica românica de San Izidoro
Fizemos uma paragem para almoçar num jardim à sombra, pois o calor era muito (29ºC) e de seguida desfrutamos uma das muitas esplanadas que abundam pela cidade.

O ponto de encontro do grupo foi às 16h, com partida para os Picos de Europa.

Chegada a Benia de Onis. O nosso alojamento foi no Maria Manuela Hotel & Spa, um alojamento bem agradável nesta pequena localidade, bastante encantadora, no meio das montanhas.


Dia 2: Posada Valdeón - Ruta del Cares - Poncebos

O dia acordou solarengo. Saímos de manhã cedo de autocarro em direção a uma pequena aldeia, chamada Posada de Valdeón, onde iniciámos a nossa caminhada de 26km.

Percorremos um trilho bastante verdejante, sempre com a montanha a servir de pano de fundo. Fizemos algumas pausas pelo caminho, apreciar a paisagem deslumbrante.

Chegamos a Caín, um pequeno e acolhedor povoado, rodeado por montanhas imensas, onde fizemos uma paragem para almoçar.

Depois do almoço, entramos na Ruta del Cares, dando início àquela que viria a ser uma das melhores caminhadas que fizemos. A Ruta é um dos percursos pedestres mais populares do Parque Nacional.

A maior parte da rota é plana e faz-se ao longo de um caminho estreito de terra batida que serpenteia ao lado de uma garganta profunda, no fundo da qual corre o rio Cares, de onde deriva o nome da rota. Passamos também por algumas pontes, miradouros naturais e túneis escavados na pedra.

As vistas vertiginosas sobre os desfiladeiros são absolutamente fabulosas.

Perto do final, surge a parte mais difícil do percurso. São 2 km de subida, já a chegar a Poncebos e o cansaço começa a apoderar-se dos nossos corpos.

Finalmente chegamos a Poncebos e terminamos a caminhada. Cansados mas com a sensação de vitória.

Pequena pausa num café para repor energias e trocar impressões. Caminhada longa mas vitoriosa.


Dia 3: Lagos de Covadonga - Santuário de Covadonga

Hoje o dia começou cinzento. Mal se via a estrada de tão denso o nevoeiro.

Fomos de autocarro para os famosos Lagos de Covadonga: o Lago Enol, Lago Ercina, e Lago Bricial, todos de origem glaciar. O autocarro deixou-nos no estacionamento das Minas de Buferrera, minas do século XIX onde se extraía mercúrio e magnésio e que foram desativadas. Daqui iniciamos o trilho.

O nevoeiro impedia-nos de ver para além de poucos metros e iniciamos assim o trilho a ver-se muito mal. Chegámos ao lago Ercina e passado pouco tempo, o céu ficou azul e o sol brilhou colorindo os verdes prados em torno do belo lago. Que paisagem deslumbrante. Aqui e acolá aparecem as vacas a pastar indiferentes aos nossos olhares.

Continuamos a caminhada. A paisagem sempre a surpreender, digna de uma verdadeira foto de postal, com picos rochosos, alguns deles ainda com neve, a servirem de pano de fundo a magníficos lagos rodeados por prados e vacas felizes.

Almoçamos a meio do trilho com estas paisagens a servir de pano de fundo. Encantador!

Terminamos o trilho no Lago Enol, mais um local de suster a respiração. Seguimos de autocarro para o Santuário de Covadonga. É um local de culto e peregrinação de crentes. Junto da basílica existe uma gruta – a Santa Cova – onde se encontram a Virgem de Covadonga (a que os asturianos chamam “La Santina”) e o sepulcro de D. Pelayo, figura histórica que iniciou a reconquista cristã da Península Ibérica aos mouros.

Aqui ficamos algum tempo a visitar e a relaxar. E daqui embarcamos de novo em direção a Portugal.


Terminei esta escapadinha com as pernas a doer mas com a alma cheia. Valeu a pena quer pelo desafio das caminhadas, quer pela beleza vista, quer pela tranquilidade e ar puro que se respira.

Foi sem duvida uma bela maneira de recomeçar as viagens, tão ansiadas.

sexta-feira, 7 de maio de 2021

Férias para deconfinar


Portugal continua em estado de emergência, no entanto, já iniciou medidas de descofinamento e como tal, o objetivo nestas férias era ir para fora, nomeadamente até aos picos da Europa no país vizinho. Mas tal não deu, pois apesar do descofinamento, as fronteias continuam encerradas e por isso tive que alterar os meus planos e ficar cá dentro. 
O destino escolhido desta vez foi Sesimbra.

Sesimbra é uma pitoresca vila piscatória, às portas do Parque Natural da Arrábida, ideal para descansar e relaxar de um inicio de ano muito stressante.

Fiquei alojada no SANA Sesimbra Hotel, que fica no coração da vila a poucos passos da areia e da praia de águas azuis.
A estadia fui muito relaxante e agradável. A altura escolhida não podia ter sido melhor, pois havia poucas pessoas na rua, na praia e nas esplanadas, tornando o ambiente sereno e seguro.
Tive sorte com o tempo e por isso passei os dias entre a piscina e a passear à beira mar e pela marginal. Ao fim do dia nada mais revigorante que ver o pôr do sol. 

Aproveitei também para fazer alguma atividade cultural e visitei o Forte de Santiago do século XVII. Este monumento já serviu de fortaleza, alfândega e por ultimo de quartel da Guarda Fiscal. Atualmente, dentro da Fortaleza está o posto de turismo, um Museu e um restaurante. Vale a pena a visita, pois a fortaleza está muito bem conservada e tem uma vista fabulosa sob o mar.

Visitei também o castelo de Sesimbra que está bem preservado e de onde a paisagem sobre a vila, o mar e a serra
é arrebatadora. Dentro das muralhas é possível visitar a Igreja Santa Maria do Castelo, cujo interior surpreende pelos painéis de azulejo.

No regresso a Lisboa, fiz uma paragem em Palmela, para visitar o Castelo.
Construído numa localização estratégica, o Castelo possui uma vista fantástica, avistando-se de um lado Setúbal, o Rio Sado e a Serra da Arrábida e do outro lado, o rio Tejo e Lisboa. 

O resto dos dias foi em Leiria a recarregar baterias e a matar saudades da família, de quem estive tanto tempo afastada. 

As nossas vidas provavelmente nunca mais serão as mesmas por causa desta pandemia e o turismo terá de se reinventar, para fazer face às novas exigências de cariz sanitário e até às mudanças de mentalidade, que irão certamente afetar comportamentos e formas de viajar.
Resumindo e concluindo todos temos que nos adaptar a esta nova realidade, e ter esperança que melhores dias virão...

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Caminhada Rota dos Arrozais



Aproveitei que estava de folga no feriado de 25 de abril para fazer uma caminhada pela natureza. Desta vez, escolhi a região da Figueira da Foz.

Juntei-me à agência de viagens Ás de Ir e fui com eles num passeio pedestre pelas Rota dos Arrozais. É um trilho circular, relativamente fácil de 13km e que durou cerca de 4h30.

O ponto de encontro foi no centro da vila de Maiorca, no Terreiro do Paço, junto ao Paço dos Viscondes de Maiorca, mais conhecido por Paço de Maiorca.

Um trilho praticamente plano, onde percorrermos os extensos arrozais, por caminhos de terra batida e de alguma gravilha.

Passámos por várias pontes (Ponte dos Arcos, Ponte das Cinco Portas, Ponte do Arco Porqueiro) e alguns pontos de Interesse, como os Montes de Santa Olaia e Ferrestelo, um sitio classificado, mas que está completamente abandonado.

Outro ponto alto do percurso é a visita à Lagoa de Maiorca. É o resultado de uma antiga pedreira abandonada, que deveria estar vedada, no entanto, a cerca de proteção foi cortada, permitindo o acesso. 
As suas águas são de um azul-esverdeada o que lhe dá um ar paradisíaco, tornando-o num local de rara beleza.

Existem, no entanto, partes do trilho menos empolgantes, como por exemplo, a parte que se percorre na estrada de acesso à A14 em direção a Maiorca.

Valeu a pena pela caminhada e pelo convívio.

sexta-feira, 2 de abril de 2021

Ser Enfermeira em tempos de pandemia



Termino com orgulho a minha missão enquanto Enfermeira na linha da frente no combate ao coronavírus.

Foi um inicio de ano muito complicado. Habitualmente, começamos o novo ano cheios de esperança e com novos projetos em mente. Pois este ano, não foi diferente, contudo a situação pandémica em Portugal, veio alterar esses planos e esperança, pois evoluiu desfavoravelmente tornando-se catastrófica. 
Depois de um Natal e fim de ano, com poucas medidas restritivas, passámos de milagre a pesadelo em poucos meses.

Diariamente, os noticiários debitavam números de infetados e de mortes pelo COVID-19, colocando Portugal no centro das noticias internacionais, pelos piores motivos.

Perante este tsunami de número de pessoas infetadas e a consequente e expectável sobrelotação das unidades hospitalares, aumentava a minha 
angústia perante toda esta situação, assim como uma enorme sensação de impotência. 
Apesar de trabalhar numa urgência pediátrica, esta encontrava-se mais ou menos calma, sem grande afluência, tornando o meu desejo de ajudar ainda maior, no entanto, não sabia como. 
Um dia em janeiro, surge o apelo da enfermeira diretora do centro hospitalar onde trabalho, a pedir enfermeiros para a linha da frente. Resolvi voluntariar-me imediatamente. 

Já com a 1ª dose da vacina fui, nas minhas folgas, ajudar sempre que podia, na urgência dos covões, uma urgência dedicada a doentes COVID-19, cuja afluência era brutal, com dezenas de ambulâncias em fila, à porta.

Como enfermeira, foi sem duvida, uma das batalhas mais duras de que tenho memória.

Dos meus 19 anos de experiência, sempre em pediatria, de repente, vi-me perante um mundo assustador. O stress em cada turno era sufocante, os turnos eram de uma pressão avassaladora. Estávamos no pico dos picos.  
O desespero de não conseguir ajudar adequadamente os doentes, pelo número elevado de doentes e de trabalho, era enorme. Sair de um turno com esta sensação era angustiante e devastador. 

Ninguém sai de uma situação destas igual. Existem olhares que jamais vou esquecer...

No entanto, termino esta minha missão, orgulhosa de mim mesma, pois por muito pouco que tenha conseguido fazer, sinto que ajudei o melhor que pude, dentro das condições exigidas.

Felizmente, agora o número de contágios e mortes pela COVID-19 é muito menor e lentamente as restrições vão sendo levantadas. Devagarinho vamos retomando as nossas vidas.

Contudo, não podemos esquecer que temos que continuar a fazer de tudo, para impedir a propagação desta nova infeção. E o tudo é muito simples!!! É fazer o básico: manter a distância uns dos outros, usar sempre máscara, lavar ou desinfetar sempre as mãos. Basta que cada um faça a sua parte.