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segunda-feira, 19 de maio de 2025

Passadiços do Mondego



Conhecer os passadiços do Mondego já estava na minha lista desde de 2022, altura em que foram inaugurados. No entanto, nunca surgiu a oportunidade até este ano, em que decidi juntamente com umas amigas, ir até à Guarda percorrer os famosos passadiços.

Para fazer o trilho é necessário adquirir um bilhete com antecedência, exclusivamente online (tickets.visiteguarda.pt) que custa 2,5€ por pessoa.

Os passadiços estão integrados no Parque Natural da Serra da Estrela e no Estrela Geopark Mundial da UNESCO. O percurso estende-se entre a Barragem do Caldeirão e a aldeia de Videmonte. Nós optámos por iniciar a caminhada junto à barragem do Caldeirão, pois é oficialmente o sentido recomendado.

São 12 km de caminhada sempre junto às margens do rio Mondego e afluentes com paisagens de cortar a respiração. O percurso aproveita cerca de 5 km de caminhos rurais já existentes (a maioria em terra batida) que vão intercalando com os 7 km de passadiços. É fascinante a dimensão do passadiço!

A caminhada ao longo dos passadiços é uma verdadeira imersão na natureza, pois ao longo do trajeto, podemos ver cascatas, pequenas lagoas e rochas impressionantes.

Existem poucas sombras, por isso não é aconselhável ir com muito calor e os locais para descanso ou piquenique também são escassos, no entanto, existem casas de banho, a meio do percurso.
Levámos almoço e conseguimos um spot fantástico improvisado à beira do rio.

O percurso é considerado de dificuldade média, que com o calor poderá se tornar de dificuldade elevada. É necessário ir com algum preparo físico, pois o mais difícil foi mesmo subir e descer tantos degraus. Mas no final de tudo, apesar de todo o esforço, não há a menor dúvida que valeu bem a pena. 

O regresso ao inicio, foi feito de taxi, que contratamos no final, pois já não havia pernas para voltar a pé!!

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Trilho da Barca da Amieira



Mais um trilho para explorar e desta vez foi no Alentejo - o Trilho da Barca d'Amieira.

É um dos trilhos mais recentes do país e tem uma extensão de cerca 3,6 km. O trilho é linear, de baixa dificuldade e quase sempre em terreno plano.

Começamos o trilho no Miradouro Transparente do Tejo “Skywalk”, próximo da Barragem do Fratel, onde parte do chão é em vidro, daí o nome de miradouro transparente. A paisagem deste lugar é fantástica. Daqui podemos admirar o Rio Tejo e a imponente Barragem do Fratel.

Ao longo do trilho vai havendo informações sobre a flora e a fauna, ilustrações, postos de observação e distrações como baloiços e uma Ponte Pedonal Suspensa. A ponte suspensa é o local do trilho com mais adrenalina e que por isso tem regras bem definidas que devem ser cumpridas.

De realçar que a maior parte do Trilho da Barca d’Amieira não é feito em passadiços de madeira, mas sim pelo muro de sirga, com vistas impressionantes para o Rio Tejo.

O trilho termina na Amieira do Tejo, onde antigamente havia uma embarcação que fazia a ligação entre a estação ferroviária da Barca d’Amieira – Envendos (Beira Baixa), margem norte do Rio Tejo, e a Amieira do Tejo (Alto Alentejo), margem sul do Rio Tejo. Hoje em dia existe uma embarcação mais moderna que assegura a passagem de motas e carros ligeiros entre os dois cais.

De seguida, visitámos o Castelo da Amieira do Tejo que se encontra muito bem preservado. No interior da torre principal do castelo há um pequeno museu que conta a importância e história deste castelo para a região e para Portugal. Muito interessante!

Já que estamos perto aproveitamos também para visitar a vila de Nisa conhecida pela olaria pedrada, o queijo e o seu artesanato.

Entrámos na Vila pela Porta de Montalvão e percorremos a encantadora Ruinha de Santa Maria, calcetada a barro e mármore em homenagem à olaria pedrada, uma arte centenária candidata a Património Imaterial da Humanidade. 
E de seguida fizemos uma visita ao Museu do Bordado e do Barro. 

Esta pequena vila alentejana é sem dúvida uma vila com um património interessante e que vale bem a pena a visita.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Camino de Hierro



Mais uma escapadinha de fim de semana e desta vez o destino é a uma das zonas mais remotas de Portugal - Parque Natural do Douro Internacional em Freixo Espada à Cinta.

Fomos, mais uma vez, com a Borealis para um fim de semana de caminhada. Ficamos alojados num hotel em Freixo Espada à Cinta, a vila mais manuelina de Portugal, localizada em Trás-os-Montes, na área fronteiriça.

A vila tem alguns sítios interessantes para visitar mas como o tempo era escasso, apenas deu para fazer uma pequena caminhada pela vila e apreciar este excelente exemplo do que é o país profundo.

No 1º dia iniciámos a caminhada bem cedo pelo Parque Natural do Douro Internacional. O percurso é simplesmente fabuloso. Ao longo de todo o percurso vimos o rio Douro a correr por um vale profundo e escarpado que serve de fronteira natural entre Portugal e Espanha. Aqui encontramos um Douro selvagem encaixado entre esmagadoras arribas, às quais aves majestosas como o grifo, sobrevoam com muita naturalidade. É verdadeiramente espantosoA certa altura deixamos o rio e dirigimo-nos para as montanhas em direção à Calçada de Alpajares. Mais uma paisagem incrível. A caminhada foi longa mas as paisagens são bem versáteis e belas. 

No 2º dia fomos para o lado espanhol, a área protegida junto à fronteira natural do rio Douro que tem o nome de Parque Natural Arribes del Duero. O objetivo foi percorrer o Camino de Hierro - a Rota dos Túneis e Pontes, ou seja, a linha férrea abandonada do Douro que vai de La Fregeneda (Espanha) a Barca d’Alva (Portugal).

São os últimos 17 km da antiga, e atualmente abandonada, linha do Douro que unia Salamanca a Barca d’Alva e posteriormente ao Porto. Uma verdadeira obra-prima da engenharia industrial e ferroviária do ano 1887.

No inicio do trilho é-nos feita uma breve explicação das regras de conduta ao longo da caminhada e é nos entregue um colete fluorescente e uma lanterna para utilizar dentro dos túneis.

Ao longo do percurso do Camino de Hierro, atravessamos 20 túneis, o maior dos quais com quase 1600 metros de extensão, e 10 pontes metálicas, algumas bastante vertiginosas. 

É sem dúvida um extraordinário trilho pedestre, cujas paisagens são de cortar a respiração. O percurso faz-se sempre ao longo do rio Águeda até à sua foz no Douro. Pelo caminho vamos sempre acompanhar o vale magnifico do rio com escarpadas falésias que tornam a paisagem simplesmente magnifica.

Terminámos o percurso em Barca D'Alva, na ponte internacional sobre o rio Águeda, a última ponte do percurso e que serve de fronteira entre Portugal e Espanha. A meio da ponte existem duas placas que marcam a fronteira física e desta forma chegámos a Portugal! 

«Então é Portugal, hein?...Cheira bem». Disse Jacinto, no livro "A cidade e as Serras", de Eça de Queiroz, quando atravessou esta ponte e chegou a Portugal. Jacinto veio de Paris até Tormes através desta linha. 

O trilho apesar de ser plano é um pouco exigente, com poucas sombras e com um piso um pouco irregular. É necessário levar bastante água e comida, pois ao longo dos 17km não há sítios para comprar ou recolher água ou alimentos. O almoço pode-se fazer em qualquer parte do percurso, sobre uma ponte ou pelos terrenos com vegetação que vão aparecendo. O importante é não deixar qualquer vestígio de lixo.

Foi sem duvida, um trilho diferente de todos que já fiz e revelou-se uma experiência fantástica. Recomendo vivamente este destino de natureza. 

domingo, 30 de outubro de 2022

Visita aos Passadiços do Paiva e à Ponte Suspensa



Se há percurso pedestre que dispensa apresentações em Portugal, são os Passadiços do Paiva. São um dos percursos pedestres mais populares no nosso país e a sua fama já chegou além fronteiras, tendo inclusivamente ganho vários prémios nos World Travel Awards, os Óscares do turismo. E o que já era bom ficou ainda melhor com a abertura da vertiginosa Ponte Suspensa 516 Arouca, a maior ponte pedonal suspensa do mundo.

Os Passadiços do Paiva e a Ponte 516 Arouca fazem parte do território Arouca Geopark que é reconhecido pela UNESCO como Património Geológico da Humanidade.

É discutível a massificação de passadiços de madeira em Portugal, mas a verdade é que se não fosse esta construção feita pelo Homem, este magnífico vale estaria provavelmente inacessível à maioria de nós.

Por todos este motivos e mais alguns, estava já na hora de conhecer este soberbo destino natural e de descobrir os seus encantos.

Localizados na margem esquerda do Rio Paiva, estes 8,7 quilómetros de passadiços fazem-se de forma é linear e tem o seu início/fim na praia fluvial do Areínho ou na praia de Espiunca.

Iniciamos a caminhada na Praia Fluvial do Areínho pois assim enfrentamos a maior subida de escadaria logo no início do percurso, quando ainda estávamos fresquinhas.

Passado poucos metros do inicio, deparamo-nos com a Ponte Suspensa de Arouca. Decidimos incluir a travessia da ponte na nossa visita. Esta ponte com uns impressionantes 516 metros de comprimento e uma elevação de 175 metros, oferece vistas de cortar a respiração sobre a Garganta do Paiva e a Cascata das Aguieiras. O preço não é barato mas atravessar a Ponte Suspensa é sem dúvida uma experiência ímpar cheia de adrenalina.

O bilhete que adquirimos dá direito a percorrer os Passadiços do Paiva e atravessar a ponte nos dois sentidos.

De seguida, retomámos a caminhada pelos passadiços junto ao rio, caminhando ao longo do vale. O percurso é verdadeiramente impressionante com uma beleza única onde os passadiços estão inseridos num autêntico santuário natural. A simbiose entre a construção do Homem e a natureza está simplesmente perfeita e harmoniosa.

As paisagens são de cortar a respiração com extraordinárias formações rochosas, vida selvagem ímpar e praias fluviais muito apetecíveis.

Fizemos os passadiços num só sentido e terminámos em Espiunca onde voltamos de táxi ao ponto de partida.

Fomos no Outono, apesar da chuva foi uma boa opção, pois implica menos gente e por isso tivemos os passadiços praticamente só para nós, desfrutando em pleno do silêncio e da tranquilidade da natureza.

Sem dúvida que regressamos a casa de coração cheio e com uma sensação relaxante única.
Podemos afirmar, que a fama mundial não é de todo à toa e que, nós portugueses, somos uns privilegiados por ter esta maravilha mesmo “à porta de casa”.

segunda-feira, 20 de junho de 2022

Caminho Português de Santiago



Comecei a pensar em fazer o Caminho de Santiago há já algum tempo, mas nunca tinha surgido a oportunidade até que este ano fui desafiada por uma amiga para ir com ela. Quando ela me desafiou comecei a pensar se teria capacidade de percorrer centenas de km a pé com tudo o que isso implicava. Até que concluí que claro que conseguiria e por isso aceitei o desafio.
Decidimos então fazer, nas nossas férias de junho, o Caminho Português de Santiago, a começar em Valença do Minho (120km). Para ela seria a 3a vez, o que facilitou a organização do itinerário e dos alojamentos.

A minha preocupação seguinte foi decidir o que levar na mochila. A regra básica é só levar o indispensável, ou seja, reduzir e simplificar. Outra regra é que só se deve carregar até 10% do peso do corpo.
Uma das coisas mais prementes que se deve incluir na mochila é o kit de primeiros socorros. Este deve ser leve mas deve conseguir dar uma resposta imediata a uma pequena emergência como feridas, lesões nos pés, queimaduras, picada de insetos, etc.
Assim, consegui levar tudo numa mochila de 20L com cerca de 6kg. O peso ideal para carregar às costas.
Outro item bastante importante é o Cartão Europeu de Saúde que permite o acesso a cuidados de saúde e assistência médica na grande maioria dos países europeus.

Partimos dia 10 de junho na nossa aventura...

1ª etapa - Valença do Minho a Porriño (24km)
Chegamos a Valença do Minho de expresso por volta das 5h da manhã. O plano inicial era chegar de comboio, mas a greve da CP fez-nos alterar os planos e por conseguinte acabamos por ter que fazer uma direta!!!
Bom, chegadas a Valença, a etapa começa com a travessia da Ponte Internacional sobre o Rio Minho. O Caminho está muito bem marcado ao longo de todo o percurso, basta seguir as setas amarelas para chegar a Santiago de Compostela.
Depois da ponte, já estamos em Espanha e pouco tempo depois chegamos ao centro histórico da cidade de Tui.
Depois de sair de Tui, o Caminho conduz-nos até Porriño por um misto de bosques e áreas pedonais.
A melhor parte da etapa foi quando chegamos a um café em Ponte de Febras. Foi um verdadeiro oásis! Aqui restabelecemo-nos e recuperamos energias, pois já estávamos a precisar!!
A pior parte do troço é a chegada a Porriño porque o caminho é feito pela estrada, e como chegamos tarde (por volta das 16h) estava muito calor!!! Esfomeadas e cansadas, mal entrámos na cidade, procurámos logo um restaurante para comer, hidratar e descansar as pernas!
De seguida fomos arrastar-nos até o albergue. Chegamos ao albergue rotas! Instalamo-nos e preparamo-nos para o dia seguinte. Ainda deu para conviver com um grupo de peregrinos, com quem mantivemos o contacto até o final do Caminho.

2ª etapa - O Porriño a Redondela (18km)
Nós aprendemos logo no final do primeiro dia que íamos apanhar dias de muito calor e por isso tínhamos de acordar bem cedo. Quanto mais madrugássemos, menos calor íamos sentir ao longo da etapa. Para além disso é importante terminar a etapa cedo, para poderemos encontrar o alojamento, almoçar e descansar durante a tarde.
Decidimos então acordar pelas 5h30 e saíamos do albergue pelas 6h00. Dependendo dos dias, entre as 13h00 e as 14h00 estávamos a terminar a etapa.

Esta 2ª etapa foi uma das mais fáceis do Caminho, passámos por muitas estradas secundárias e atravessamos várias aldeias. Saímos de Porriño e passamos por Mós, uma aldeia bonita. Aqui paramos para comer qualquer coisa. O resto do caminho teve algumas subidas mas que se fizeram bem.
Chegámos cedo a Redondela. Ainda tivemos que fazer tempo para entrar no albergue, pois o check-in era só a partir das 14h.
Apesar do calor intenso, pois estava um dia atípico de calor, à tarde aproveitamos para fazer um almoço tardio, dar um passeio pela cidade, ir ao supermercado e descansar o resto do dia.

3ª etapa - Redondela a Pontevedra (21km)
Esta etapa é uma das mais bonitas, pois a maior parte do percurso é feito por terra batida e pelo meio de bosques e serrados. 
Logo no inicio, passamos pela ria de Vigo onde as vistas são soberbas. De seguida, fizemos uma paragem junto à ponte medieval de Pontesampaio para tirar fotos, descansar um pouco e para admirar o dia que estava lindo. O resto do caminho foi igualmente bonito mas exigente fisicamente.
Chegámos a Pontevedra pelas 14h00. Fomos diretas para o hotel que fica mesmo à entrada da cidade. Depois de nos instalarmos, fomos de táxi para o centro da cidade. Aqui almoçamos num restaurante muito agradável. Era domingo e estava calor, por isso os galegos estavam todos na rua a conviver.
De seguida, ainda nos sentimos com energia para explorar o centro da cidade, pois Pontevedra é considerada a capital e a mais bonita do Caminho Português de Santiago. E é realmente muito bonita!

4ª etapa - Pontevedra a Caldas de Reis (26km)
Esta é uma das etapas mais longas do nosso trajeto. Como estávamos alojadas um pouco longe do centro demorámos algum tempo atravessar a cidade e acabamos por nos atrasar um pouco. 
Ao longo do dia atravessámos muitas vinhas e bosques. No final da etapa, o Caminho entra pela estrada, onde as sombras são nulas. Um deserto de asfalto. 
A certa altura o cansaço atacou-nos de rompante, em sintonia com o sol implacável, e arrastámo-nos até ao final desta etapa. Tivemos que fazer mais paragens do que o habitual.
Mesmo na parte final passamos por um caminho entre vinhas, mas o calor era tanto que não nos deixou desfrutar do caminho.
A etapa termina na bela cidade termal de Caldas de Reis. Chegámos exaustas à cidade por volta das 16h com 33ºC!!
Depois de recuperadas fomos visitar a Catedral, demos um pequeno passeio à beira rio e aproveitamos para mergulhar os pés nas quentes águas termais da fonte pública de Las Burgas. Lá tivemos um excelente momento de convívio com mais peregrinos que foi bastante reconfortante.

5ª etapa - Caldas de Reis a Padrón (23km)
Apesar do dia anterior ter sido muito duro e o cansaço acumulado já ser algum, iniciámos esta etapa animadas e motivadas para mais um dia de caminhada.
Esta é mais uma etapa maravilhosa do Caminho de Santiago, pois segue pela floresta, com bastante sombra e entre riachos.
O final da etapa é em Padrón, cidade conhecida pelos pimentos Padrón. Chegámos a Padrón pelas 12h00. Assim que chegamos à cidade fomos encontrando caras conhecidas e acabámos todos juntos a comer no tasco do "Pepe". Uma verdadeira animação.
Depois de nos instalarmos no albergue (para mim o melhor do caminho) fomos descansar pois o cansaço do corpo já se começa a notar.
À tarde fomos visitar a Igreja de Santiago de Padrón. Segundo a lenda, foi em Padrón que aportou a barca que transportou os restos mortais do Apóstolo Santiago desde Jaffa, no Médio Oriente (onde foi decapitado), até à Península Ibérica no ano de 44. A pedra – ou padrão – a que foi presa a barca está presentemente colocada por baixo do Altar da Igreja, ponto de paragem obrigatório para todos os peregrinos que seguem pelo Caminho Português de Santiago.
De seguida, percorremos a cidade por um supermercado e terminamos o dia a comer num restaurante numa praceta encantadora.

6ª etapa - Padrón a Santiago de Compostela (28km)
Última etapa do Caminho de Santiago e é a etapa menos bonita. Passámos por alguns bosques mas à medida que nos aproximamos do final o caminho faz-se mais por estradas.
Ao aproximarmo-nos de Santiago de Compostela vamos ficando cada vez mais ansiosos e somos inundados por um sentimento de superação.
Chegámos a Santiago às 14h30. Fim do Caminho! A sensação de vitória é imensa! Os peregrinos estão estendidos no chão, na Praza do Obradoiro extasiados e a comemorar. O ambiente é de festa!

Apesar de termos partido sozinhas nesta aventura, todos os dias fomos conhecendo pessoas pelo caminho. A certa altura, já quase que nos conhecíamos todos uns aos outros.
Fizemos esta última etapa sempre acompanhadas por 3 raparigas que conhecemos pelo caminho e com quem fizemos amizade. A certa altura da etapa juntaram-se mais pessoas a nós e quando terminamos o caminho eramos um grupo grande.
Já em Santiago na praça fomos encontrando muitas caras conhecidas do Caminho e que nos cumprimentavam com um abraço de missão cumprida. Afinal de contas, é isto o Caminho!

Recompostas com a chegada, fomos para o Centro do Peregrino para obter a Compostela que é um certificado que garante que cumprimos a peregrinação, de pelo menos 100km. Para obtê-la é necessário apresentar a Credencial do Peregrino que fomos carimbando ao longo do caminho nos albergues e estabelecimentos que cruzamos. Esta tem que ser carimbada no mínimo duas vezes por dia ao longo do caminho.
Depois de termos a Compostela, fomos todos juntos comemorar, a comer e a beber. Um momento de convívio maravilhoso.
De seguida, cada um foi para o seu alojamento. Aqui optamos por ficar num hotel pelo conforto e comodidade. Depois de instaladas regressamos à Catedral para para assistirmos à missa do peregrino. 
O dia terminou num restaurante a convivermos com o nosso grupo da chegada. Um final maravilhoso!

"O motivo que nos leva a percorrer o Caminho de Santiago é pessoal. Não existe um motivo certo ou errado, adequado ou não, existe o nosso motivo, aquele que é o verdadeiro para nós!"
                                                                                             Espaço Jacobeus


Dicas para o Caminho:
  • As infraestruturas de apoio ao peregrino, contando com albergues, cafés e restaurantes vão aparecendo ao longo do caminho. Há também uma vasta oferta de supermercados ou mercearias onde o peregrino se pode abastecer.
  • Em termos de alojamento existem várias opções. Nós optamos por ficar 3 noites em Albergues privados e 3 noites em Hotel. Os albergues quer públicos quer privados oferecem condições básicas para o apoio à caminhada: cama e dormitórios, cobertor, balneários, lavandaria em alguns casos e cozinha onde se podem preparar refeições. Optámos por dormir nalguns hotéis pela privacidade e por um pouco mais de conforto. No entanto, todos os albergues onde ficámos eram excelentes.

Estes foram os meus alojamentos ao longo do caminho:


Sem dúvida que foi uma experiência fantástica! No inicio quando comecei a pensar em fazer o Caminho achava que talvez não estaria fisicamente capaz para o fazer. No entanto, aprendi que apesar do treino físico ser importante se a mente não estiver preparada para as exigências do Caminho, pouco ou nada vai servir. Dizem que para percorrer o Caminho com sucesso 25% é trabalho físico e 75% é trabalho psicológico. Não sei se serão bem estas as percentagens, mas da minha experiência posso garantir que o psicológico supera o físico quando se percorre o Caminho de Santiago.
No final do Caminho, fiquei surpreendida com a minha resiliência e descobri que tinha mais força do que sabia. E no final o sentimento que fica é uma sensação arrebatadora de liberdade. 

terça-feira, 7 de junho de 2022

Ilhas Ciès - as Ilhas Selvagens




Mais umas férias e mais um programa inesquecível! Já algum tempo ouvi falar nas Ilhas Cíes e ao ver as fotos das ilhas fiquei com uma vontade desesperada para as visitar. Assim que vi que a Wildest estava a organizar uma visita às ilhas nem pensei 2 vezes e inscrevi-me. Ir num tour de ida e volta com tudo organizado foi o ideal pois para além das ilhas terem um número limite de visitas diárias também é necessário uma autorização para entrar. Assim, não tive que me preocupar com nada, pois trataram de tudo.

Considerada o “Caribe da Galiza” as ilhas ficam a apenas 150 km de distância do Porto, chegando-se a Vigo em menos de duas horas. Então, pela proximidade com o Porto decidi passar o fim de semana na cidade, pois conheço pouco o Porto e já há algum tempo que tinha vontade de fazer uma escapadinha por aqui

A saída para as Ilhas foi por volta das 6h do Porto. Partimos de autocarro para Vigo onde apanhámos o ferry que demora cerca de 45 minutos até as Ilhas Cíes. Fomos com o Mar de Ons que correu tudo lindamente uma vez que navegamos em ria (sem ondas) e não em mar aberto.

Desembarcámos na ilha de O Faro, uma das três que compõem as Cies. Desembarcámos mais precisamente na joia da coroa das Ilhas Cíes - a paradisíaca Praia de Rodas: uma extensa baía de areia branca, no meio de um mar turquesa cristalino e que une a ilha de Faro à de Monteagudo. É a praia mais longa e a mais bonita do arquipélago.

Nas Cies, não há hotéis nem carros nem casas. É uma tranquilidade sublime. As duas principiais atividades para se fazer são estar na praia e fazer caminhadas. É difícil resistir à sedução dos banhos de sol estendido na areia, mas explorar cada canto das ilhas é igualmente tentador.

Optei por acompanhar o grupo na caminhada. Existem 4 percursos possíveis para fazer e todos estão devidamente marcados. O mais longo e exigente é a Rota do Monte Faro que fizemos. O trilho tem vistas espetaculares das Ilhas Cíes e tem também uma subida ziguezagueante exigente até ao Farol de Cíes, que com calor pode tornar-se um pouco difícil.

Outro trilho que fizemos foi o Alto do Príncipe. Uma caminhada relativamente fácil, com cerca de 3 km ida/volta. A panorâmica do Mirante do Príncipe é, provavelmente, a vista mais bonita do arquipélago. No topo encontra-se uma rocha esculpida naturalmente em forma de cadeira, chamada o trono da rainha. Imperdível!

Qualquer um dos trilhos são magníficos com vistas soberbas das Ilhas e das suas praias incríveis.

No final, a recompensa maior é aproveitar a praia paradisíaca, pois a comparação destas ilhas com o caribe é credível no que toca à cor turquesa das águas cristalinas e às areias finas de cor branca. Quanto à temperatura da água, esta é fria, mas não é tão fria como dizem! A temperatura assemelha-se às temperaturas do nosso mar mais a norte. 

Para quem quiser pernoitar na ilha, existe um parque de campismo muito apetecível, com vista para a praia. Uma verdadeira tentação!! E também existem alguns restaurantes. Um no local de desembarque do barco, outro dentro do parque de campismo e outro nas redondezas do parque de campismo. Por isso, existem todas as condições para passar uns dias fantásticos nestas ilhas paradisíacas! 

Vale mesmo a pena visitar as Ilhas Cíes pois significa desfrutar do paraíso. E não é exagero!

domingo, 13 de fevereiro de 2022

Las Médulas



Visitar Las Médulas em Espanha, andava já há algum tempo nos meus planos. Sabem quando veem a fotografia de um local e ele não vos sai da cabeça, e começam logo a magicar a melhor forma de lá ir? Foi o que me aconteceu.

Assim que vi que a Borealis estava a organizar uma viagem até lá, inscrevi-me no evento. 

Foi 1 dia inteiro de viagem, com saída do Porto às 6h da manhã e regresso no mesmo dia por volta das 23h. Foi realmente um dia em cheio!

Chegámos ao nosso destino por volta das 12h (hora local) e iniciámos a nossa caminhada na povoação Las Médulas. 

Trata-se de um trilho circular com cerca de 12 km de extensão. É possível visitar este espaço gratuitamente.

Estes pináculos alaranjados que sobressaem na paisagem são obra da mão humana, pois resultaram da exploração de ouro pelos romanos, através da técnica ancestral “Ruina Montium“, dando assim origem a uma paisagem única, de tal forma, que a UNESCO a considera Património da Humanidade.

Basicamente, a técnica consistia na destruição das montanhas com água, através de canais construídos para o efeito e, após a explosão, os destroços eram lavados onde era finalmente peneirado o ouro. 

Resultando assim, esta paisagem única onde ao longo do percurso, somos surpreendidos com vários pináculos alaranjados rodeados pelas árvores.

O trilho tem uma dificuldade média, com algumas subidas exigentes, num terreno um pouco resvaladiço e coberto por pedras soltas. Mas vale bem a pena o esforço.

A meio do percurso chegámos ao Mirador de Orellán, local onde se conseguem tirar as fotos mais belas de Las Médulas e onde conseguimos perceber a sua grandiosidade.

Logo de seguida, iniciámos uma descida por um bosque de carvalhos milenares, que mais parece um bosque encantado.

Quase a chegar ao fim, chegámos à Senda da las Valiñas, que é igualmente uma das partes mais belas do trilho. Aqui visitámos 2 grutas - La Cuevona e La Encantada - onde se fazia a exploração do ouro no seu interior.

E regressámos finalmente à povoação Las Médulas, um pouco exaustos mas felizes e encantados com tudo o que vimos. É sem dúvida um local especial, pois trata-se de um espetáculo natural entre a obra do Homem e da Natureza.

segunda-feira, 27 de setembro de 2021

Ronda e o Caminito del Rey


Juro que não fiz de propósito, mas parece que todos os meus últimos caminhos foram dar à Andalucia.

Andava há muito tempo a planear fazer o Caminito del Rey, em Espanha e desta vez surgiu a oportunidade de me juntar a um grupo de caminhada - Wildest e de fazê-lo.

E assim, passado cerca de 1 mês, eu e a minha irmã voltamos a Andalucia e a Ronda , desta vez, propositadamente para fazer o Caminito del Rey.

Começamos o fim-de-semana em Sevilha, a capital da região. Um dia é manifestamente pouco tempo para conhecer a cidade e como já a conhecíamos desta vez focamo-nos em conhecer a sua catedral. Esta é a maior de Espanha e a 3ª maior do mundo.
Subimos a Torre da Giralda que outrora foi um minarete e cujas vistas sobre a cidade compensam o esforço.
De seguida, visitámos a Catedral que é absolutamente magnânima, com destaque para o seu altar-mor e cheia de recantos e de história, pois esta foi a última morada do famoso navegador Cristóvão Colombo.

Depois de almoço seguimos para a cidade de Ronda, que também já conhecíamos da nossa última visita à região. Andámos a pé pela cidade e desta vez fomos ver a Ponte Nova, mas desta vez, observá-la de cima.

No dia seguinte seguimos cedo para o Caminito del Rey, em Ardales. Este caminho é um trilho construído pelos antigos trabalhadores das barragens no desfiladeiro de Gaitanes, em El Chorro. Foi construído no inicio do séc. XX e servia de acesso aos trabalhadores durante a construção da barragem. Depois de criado o caminho, um dos engenheiros resolveu levar os amigos a visitá-lo e com o crescimento das visitas o desfiladeiro começou a tornar-se cada vez mais popular. O rei atravessou-o para inaugurar as barragens e passou a ser conhecido como o Caminito del Rey.

Nos anos 90, o caminho foi alvo de várias visitas de exploradores mais aventureiros. No entanto, nessa altura ocorreram vários incidentes mortais, pois o caminho encontrava-se em mau estado. Foi considerado o percurso pedestre mais perigoso do mundo e foi encerrado durante 15 anos.

Em 2015 foi reaberto ao público, totalmente remodelado e com condições de segurança. Hoje é conhecido como um dos locais mais incríveis para se conhecer.

O trilho é um percurso linear de apenas 1 sentido, com 8km no total em que 3km são feitos em passadiços de madeira e 5km em trilho de terra pelo bosque, com dificuldade reduzida.

O percurso percorre o canhão do fluvial do rio Gaitanes que proporciona paisagens magnificas e de tirar a respiração. A dimensão do desfiladeiro é avassalador! Tudo no percurso é intenso e cativante, mas a parte final do trilho foi sem dúvida a mais surpreendente e mais desafiante. Demoramos cerca de 3h a percorrer o trilho, sempre a fotografar as paisagens incríveis das rochas e do desfiladeiro.

Valeu muito a pena a viagem só por causa deste trilho. Andalucia é sem duvida uma região com muito para oferecer.

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Picos de Europa



A vontade de voltar a viajar é enorme!! 2021 já vai a meio e a pandemia mantém-se, mas vai mais branda, pois cada vez existem mais pessoas vacinadas. As restrições continuam a ser impostas, mas já é possível sonhar com viagens, no entanto, temos que ser flexíveis e optar por viagens mais seguras e possíveis.

Viajar no continente europeu é uma das opções mais viáveis nesta altura e surge assim, com todas estas condicionantes a oportunidade de realizar uma escapadinha para fora de Portugal. A primeira depois de tanto tempo.

A escapadinha é a visitar os Picos de Europa, na nossa vizinha Espanha, durante 3 dias.

Os Picos da Europa fazem parte de um parque natural no norte de Espanha, que se estende pelo Principado das Astúrias e pelas Comunidades Autónomas de Cantábria e Castela e Leão. É considerada uma das regiões montanhosas mais bonitas não só de Espanha, mas de toda a Europa.

Fui com um grupo de viagens chamado Borealis - uma agência de viagens experiente em trekking. Fomos de autocarro com as devidas condições de segurança. A parte chata é que é uma viagem longa, pois são cerca de 500km, onde temos que estar sempre de máscara.


Dia 1: Porto - León - Benia de Onis

Partida do Porto às 7h com breve paragem em Braga, para apanharmos mais caminhantes.

Chegada a León por volta das 14h (hora espanhola). Fizemos uma visita à cidade em grupo e depois ficamos com tempo livre por nossa conta.

Léon é a maior cidade da província espanhola de León.

Andamos um pouco pela cidade e visitamos os seus pontos de interesse principais:
  • Catedral de Santa Maria de León, que só visitamos o exterior
  • Casa de Botines, da autoria de Gaudí
  • Basílica românica de San Izidoro
Fizemos uma paragem para almoçar num jardim à sombra, pois o calor era muito (29ºC) e de seguida desfrutamos uma das muitas esplanadas que abundam pela cidade.

O ponto de encontro do grupo foi às 16h, com partida para os Picos de Europa.

Chegada a Benia de Onis. O nosso alojamento foi no Maria Manuela Hotel & Spa, um alojamento bem agradável nesta pequena localidade, bastante encantadora, no meio das montanhas.


Dia 2: Posada Valdeón - Ruta del Cares - Poncebos

O dia acordou solarengo. Saímos de manhã cedo de autocarro em direção a uma pequena aldeia, chamada Posada de Valdeón, onde iniciámos a nossa caminhada de 26km.

Percorremos um trilho bastante verdejante, sempre com a montanha a servir de pano de fundo. Fizemos algumas pausas pelo caminho, apreciar a paisagem deslumbrante.

Chegamos a Caín, um pequeno e acolhedor povoado, rodeado por montanhas imensas, onde fizemos uma paragem para almoçar.

Depois do almoço, entramos na Ruta del Cares, dando início àquela que viria a ser uma das melhores caminhadas que fizemos. A Ruta é um dos percursos pedestres mais populares do Parque Nacional.

A maior parte da rota é plana e faz-se ao longo de um caminho estreito de terra batida que serpenteia ao lado de uma garganta profunda, no fundo da qual corre o rio Cares, de onde deriva o nome da rota. Passamos também por algumas pontes, miradouros naturais e túneis escavados na pedra.

As vistas vertiginosas sobre os desfiladeiros são absolutamente fabulosas.

Perto do final, surge a parte mais difícil do percurso. São 2 km de subida, já a chegar a Poncebos e o cansaço começa a apoderar-se dos nossos corpos.

Finalmente chegamos a Poncebos e terminamos a caminhada. Cansados mas com a sensação de vitória.

Pequena pausa num café para repor energias e trocar impressões. Caminhada longa mas vitoriosa.


Dia 3: Lagos de Covadonga - Santuário de Covadonga

Hoje o dia começou cinzento. Mal se via a estrada de tão denso o nevoeiro.

Fomos de autocarro para os famosos Lagos de Covadonga: o Lago Enol, Lago Ercina, e Lago Bricial, todos de origem glaciar. O autocarro deixou-nos no estacionamento das Minas de Buferrera, minas do século XIX onde se extraía mercúrio e magnésio e que foram desativadas. Daqui iniciamos o trilho.

O nevoeiro impedia-nos de ver para além de poucos metros e iniciamos assim o trilho a ver-se muito mal. Chegámos ao lago Ercina e passado pouco tempo, o céu ficou azul e o sol brilhou colorindo os verdes prados em torno do belo lago. Que paisagem deslumbrante. Aqui e acolá aparecem as vacas a pastar indiferentes aos nossos olhares.

Continuamos a caminhada. A paisagem sempre a surpreender, digna de uma verdadeira foto de postal, com picos rochosos, alguns deles ainda com neve, a servirem de pano de fundo a magníficos lagos rodeados por prados e vacas felizes.

Almoçamos a meio do trilho com estas paisagens a servir de pano de fundo. Encantador!

Terminamos o trilho no Lago Enol, mais um local de suster a respiração. Seguimos de autocarro para o Santuário de Covadonga. É um local de culto e peregrinação de crentes. Junto da basílica existe uma gruta – a Santa Cova – onde se encontram a Virgem de Covadonga (a que os asturianos chamam “La Santina”) e o sepulcro de D. Pelayo, figura histórica que iniciou a reconquista cristã da Península Ibérica aos mouros.

Aqui ficamos algum tempo a visitar e a relaxar. E daqui embarcamos de novo em direção a Portugal.


Terminei esta escapadinha com as pernas a doer mas com a alma cheia. Valeu a pena quer pelo desafio das caminhadas, quer pela beleza vista, quer pela tranquilidade e ar puro que se respira.

Foi sem duvida uma bela maneira de recomeçar as viagens, tão ansiadas.

segunda-feira, 26 de abril de 2021

Caminhada Rota dos Arrozais



Aproveitei que estava de folga no feriado de 25 de abril para fazer uma caminhada pela natureza. Desta vez, escolhi a região da Figueira da Foz.

Juntei-me à agência de viagens Ás de Ir e fui com eles num passeio pedestre pelas Rota dos Arrozais. É um trilho circular, relativamente fácil de 13km e que durou cerca de 4h30.

O ponto de encontro foi no centro da vila de Maiorca, no Terreiro do Paço, junto ao Paço dos Viscondes de Maiorca, mais conhecido por Paço de Maiorca.

Um trilho praticamente plano, onde percorrermos os extensos arrozais, por caminhos de terra batida e de alguma gravilha.

Passámos por várias pontes (Ponte dos Arcos, Ponte das Cinco Portas, Ponte do Arco Porqueiro) e alguns pontos de Interesse, como os Montes de Santa Olaia e Ferrestelo, um sitio classificado, mas que está completamente abandonado.

Outro ponto alto do percurso é a visita à Lagoa de Maiorca. É o resultado de uma antiga pedreira abandonada, que deveria estar vedada, no entanto, a cerca de proteção foi cortada, permitindo o acesso. 
As suas águas são de um azul-esverdeada o que lhe dá um ar paradisíaco, tornando-o num local de rara beleza.

Existem, no entanto, partes do trilho menos empolgantes, como por exemplo, a parte que se percorre na estrada de acesso à A14 em direção a Maiorca.

Valeu a pena pela caminhada e pelo convívio.

domingo, 6 de setembro de 2020

Passadiços das Fragas de São Simão


Uma vez que os passadiços estão na moda decidimos fazer um passeio em família e visitar os novos passadiços das Fragas de São Simão, no concelho de Figueiró dos Vinhos. Assim, aproveita-se para passear ao ar livre e exercitar o corpo, enquanto admirámos a paisagem, uma vez que ultimamente as nossas vidas e liberdade tem sofrido bastante por causa do Coronavírus. 


À chegada ficamos um pouco indecisos onde deixar o carro, pois existem 3 locais para estacionar. Acabamos por deixar os carros no parque de estacionamento que fica a meio e que tem acesso direto à Praia Fluvial das Fragas de São Simão.

Daí subimos a escadaria de madeira até ao miradouro panorâmico de onde a vista é deslumbrante. De lá vêem-se as imponentes cristas quártzicas que se destacam na paisagem. A vista é maravilhosa e vale o esforço de subir. Para cima custa um bocadinho, sobretudo se houver muito calor, pois o troço não tem qualquer tipo de sombras. De seguida voltamos a descer até à praia fluvial que se fez muito bem. O percurso tem aproximadamente 1 km.

Lá em baixo, pelo meio das fragas, passa a Ribeira de Alge, dando origem à praia fluvial de são simão.  
A praia fluvial estende-se por uma grande área entre inúmeras árvores, tornando-a muito refrescante. Ai conseguimos encontrar um sitio idílico para o nosso pic-nic, onde passamos o resto da tarde. Nos intervalos entre comer e beber, íamos à água, que apesar de fria é tão límpida, que se vislumbram as mais pequenas pedras.  

Mais tarde fui fazer o outro troço do Passadiço das Fragas de São Simão que liga a praia fluvial à aldeia do Casal de São Simão. O percurso pedestre tem igualmente 1 km de extensão e sobe pelo bosque acima até à aldeia de xisto.
O caminho é um misto de passadiço e pequenas escadas em madeira com terra batida e não um passadiço contínuo. É bastante agradável. 

Chegados à aldeia, vimos as casinhas arranjadas e enfileiradas que a torna muito charmosa. É uma aldeia pequena que se visita rapidamente. Terminada a visita regressámos pelo mesmo caminho até a praia fluvial.

Foi sem dúvida um belo dia de passeio passado com a família na natureza e que deu para recarregar baterias para esta nova vaga que aí vem. Digamos que foi uma lufada de ar fresco, literalmente! Mas sempre com os cuidados devidos, especialmente pelo uso da máscara. Recomendo vivamente a visita, mesmo em tempos de COVID-19.

sábado, 8 de fevereiro de 2020

À conquista do Trevim


O ano mal começou e nada melhor que ir fazer uma caminhada na natureza para começar bem o ano. Aproveitei e fui com um grupo de caminhada descobrir mais um pouco da Serra da Lousã. 

A caminhada começou na aldeia do Coentral Grande que fica na vertente sul da serra. 

O dia estava chuvoso e cinzento e assim se manteve até o fim, o que condicionou muito pudermos vislumbrar as paisagens.

A primeira parte da caminhada foram 5 km´s praticamente em subida constante o que fisicamente foi um pouco exigente.

Passamos pelos Poços de Neve e a capela de Santo António da Neve, onde reza a história que aqui se condicionava neve para levar para a capital para que os nossos reis e sua corte pudessem saborear gelados no verão.

A subida continuou assim como a chuva até que chegamos ao ponto mais elevado da Serra da Lousã com 1204 metros. Dominado pelas antenas de radio-telecomunicações, em dias de céu limpo a vista daqui deve ser maravilhosa mas não hoje. 

Na fase descendente passamos pelo baloiço da Lousã, mundialmente conhecido nas redes sociais. Pena o nevoeiro mas ainda deu para vislumbrar um pouco do vale!!

Continuamos a descida e a certa altura entramos num mundo encantado de bosques de Faias, Castanheiros e Carvalhos. Foi a parte mais bonita da caminhada. Aqui pudemos apreciar a vegetação luxuriante da serra.

Já perto do fim entrarmos na zona da Ribeira do Coentral Grande que nos levou ao ponto de partida.

Foram 6 horas a caminhar e foi sem duvida uma caminhada desafiante pelos desníveis acentuados de subida mas valeu muito e pena apesar do tempo de chuva. 

segunda-feira, 2 de outubro de 2017

PR3 MDB

Fisgas de Ermelo


Nada melhor que aproveitar o fim-de-semana para conhecer melhor Portugal e fazer um trilho pedestre. Desta vez, juntamo-nos 3 amigas e fomos para norte, distrito de Vila Real. Resolvemos fazer o trilho das Fisgas do Ermelo que fica em plena Serra de Alvão. É um trilho circular de aproximadamente 12,4 km com um alto grau de dificuldade mas com paisagens magnificas.
Passa por locais de interesse ambiental e geológico de que se destacam as Quedas de Água das Fisgas de Ermelo, as pequenas lagoas de água cristalina designadas por Piócas de Baixo e de Cima e as singulares aldeias de montanha.

Iniciamos o trilho nas quedas de água das Fisgas de Ermelo e daí partimos em direção às Piócas de Baixo e depois Ermelo. Nos entretantos, perdemo-nos pois deixamos de ver as marcações por distracção e perdemos algum tempo a retomar o trilho. Por sorte chegamos à aldeia de Ermelo onde fizemos uma paragem no café da aldeia que é um verdadeiro oásis. As horas já tardavam e o cansaço já teimava, e por ainda faltarem muitos quilómetros pela frente (7 km) pedimos boleia até às Piócas de Baixo e poupamos 5 km a andar. Batota, eu sei, mas tivemos receio das horas e do pôr-do-sol. Fica para a próxima!
Visitamos as Piócas de Cima e seguimos o resto do trilho até ao fim.

É sem duvida um percurso de rara beleza mas com grandes desníveis, o que o torna desafiante e que vale a pena pelas suas deslumbrantes paisagens. A Natureza em todo o seu esplendor!

Ao fim do dia, fomos para Mondim de Basto, onde pernoitamos no Hostel Carvalho. Mondim de Basto foi uma bela surpresa. Uma vila muito bonita, cheia de vida, com gente jovem e bonita. Jantamos no restaurante Casa da Cainha, que foi muito bom e recomendamos.

No dia seguinte, após o pequeno-almoço o plano era ir até a cidade de Vila Real que não fica muito distante. Chegadas lá, andamos um pouco a pé pela cidade e fizemos uma paragem na Pastelaria Gomes. Depois, seguimos viagem até Pinhão, passando por Mateus e Sabrosa. Chegamos a Pinhão à hora de almoço e nada melhor que comer numa esplanada à beira do rio Douro. Que maravilha!
Fizemos a famosa estrada N222, considerada a estrada mais romântica do país e que faz bem jus à fama que tem.
Estas paisagens do Alto Douro Vinhateiro são sem duvida de tirar o fôlego. Chegamos a Peso da Régua e tomamos a direcção para sul, para Lamego onde fizemos nova paragem para lanchar. De lá regressamos a Coimbra.
Foi sem duvida um fim-de-semana relaxante e que deu para confirmar aquilo que há muito já sabemos: Portugal é mesmo um dos países mais bonitos do mundo!


segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Serra da Freita

Mais uma caminhada a descobrir Portugal. Desta vez rumei em direcção a Arouca para conhecer a imponente Serra da Freita. Foi um fim-de-semana inteiro a caminhar mas sempre acompanhada de boa disposição e de boa gente.

No 1º dia, fizemos um percurso de cerca 8 km que demorámos 5 horas a percorrer. Foi um passeio cansativo mas ao mesmo tempo desafiante.
Partimos do parque de campismo do Merujal e fomos caminhando pela serra.

O caminho por vezes ficava um pouco mais periclitante mas superável. A paisagem era notável e pelo caminho ainda nos deparamos com uma pequena cascata onde fizemos uma breve pausa à sombra pois o sol era intenso.

Seguimos caminho até à aldeia da Ribeira onde fizemos a pausa de almoço.
De seguida, prosseguimos rumo à aldeia da Mizarela cujo principal atractivo é a Freixa da Mizarela - uma das maiores quedas de água da Europa, com cerca de 70 metros de altura. É realmente uma beleza rara!

Terminado o percurso regressámos ao Merujal e fomos de carro até o Radar Meteorológico que possui uma vista panorâmica que vala a pena. Contudo não conseguimos visualizar grande coisa devido à neblina que teimava em obnubilar a vista! Ouvimos no entanto, uma breve explicação do técnico sobre o funcionamento do radar e algumas particularidades da região que foi interessante!
De seguida, demos um salto rápido aos famosos passadiços sobre o rio Paiva, que foram a atracção deste verão, contudo, infelizmente, não resistiram ao incêndio que houve e que os destruiu parcialmente. Quisemos no entanto, marcar a nossa presença, nem que fosse por um curto período. Fica para uma próxima!

No 2º dia a distância já foi mais longa. Foram 15 longos km sempre a caminhar pelo planalto da Serra da Freita.
Saimos do parque de campismo do Merujal, como no dia anterior, seguindo o percurso da PR 15 que nos leva até à Albergaria da Serra.

Pelo caminho passamos pelas Pedras Boroas do Junqueiro, que são 2 blocos graníticos que se apresentam deslocados do corpo residual e que apresentam fissuras semelhantes a uma broa. Trata-se portanto de um sitio com interesse geológico.

Fomos seguindo o carreiro paralelo às margens do rio Caima até ao Vidoeiro onde prediminam as bétulas. Caminho que se faz pelo planalto da serra e que possui vistas fantásticas!

Paragem obrigatório para almoço junto a um pequeno ribeiro. Aqui as sombras são escassas, mas o som da água a correr ajuda a suportar o sol escaldante. Fomos seguindo a rota até à aldeia da Castanheira onde se podem ver as pedras parideiras, que resultam de um fenómeno de granitização raro.

Novamente breve pausa para descanso pois de seguida tivemos que trilhar por uma subida íngreme pela encosta e que nos conduziu até à aldeia dos Cabaços. Daí regressámos novamente ao Merujal para a pausa final.
Foi um fim-de-semana cansativo mas no final fica uma sensação de bem-estar inexplicável.

segunda-feira, 7 de setembro de 2015

Grutas do Casmilo-Vale das Buracas

Não há nada melhor que fugir da urbe e ir ao encontro da natureza para despertar os nossos sentidos.
Desta vez, agarrei em mim, na máquina fotográfica, numa garrafa de água, e lá fui eu equipada para fazer uma pequena caminhada.
A poucos quilómetros de Condeixa existem as Buracas do Casmilo que se situam na aldeia do Casmilo. Uma pequena aldeia serrana esquecida, como tantas outras neste Portugal, onde o fosso entre o urbano e o rural é cada vez maior.
Com inicio na aldeia serrana, a caminhada demora cerca de 15 minutos, por um caminho de terra batida.

O caminho vai dar então ao Vale das Buracas, que é um vale ladeado por altas montanhas rochosas, nas quais existem cavidades de diferentes tamanhos, designadas por Buracas.
Estas têm dimensões variáveis não passando despercebidas. Este vale encantador possui a maior concentração de buracas do país.

Permaneci um bom bocado no vale, a desfrutar e apreciar o silêncio e o sossego do local, assim como a paisagem, que é verdadeiramente acolhedora e encantadora.
Este contacto directo com a natureza provoca-me uma sensação de bem-estar assim como, uma sensação de equilibrio e liberdade. Ideal para recarregar as energias para conseguirmos lidar com a rotina, o ruido e o stress do dia-a-dia. 

domingo, 3 de maio de 2015

Gerês na Primavera

Chegaram mais umas férias e chegou a vez de visitar um dos locais mais bonitos de Portugal. Trata-se do Parque Nacional da Peneda-Gerês que foi criado em 1971 e é a área protegida mais antiga de Portugal.
Em 2010 foi classificada como uma das 7 maravilhas naturais de Portugal. Então, para quê mais motivos para planear uma escapadela a este local.

Com o intuito de conhecer esta canto singular de Portugal fiz-me à estrada e resolvi realizar algumas caminhadas pelo Parque.

O alojamento foi nas Caldas do Gerês no Hotel Baltazar, cujo negócio familiar, revelou-se muito aconchegante e genuíno.

O  1º dia de caminhada foi percorrer o Trilho da Cidade de Calcedónia. O dia não nasceu ideal para caminhar, com o céu nublado e a chuva incessante...A vontade retraiu-se um pouco mas não cedi, então de mochila e impermeável às costas lá fomos nós.
A caminhada iniciou-se em Covide, passando pela Geira, a via romana que ligava Bracara Augusta (Braga) a Asturica Augusta (Astorga). Começámos ascensão do trilho.
A subida tem um declive acentuado e o terreno revelou-se acidentado e a chuva não ajudava. Mas quando parávamos para contemplar a paisagem o que sobressaía eram as cores, o roxo e o amarelo, das urzes e da flor de carqueja. Fabuloso!!!

Chegados ao maciço granítico contornamos pela direita e fomos ter à Fenda da Calcedónia, com os seus imponentes blocos graníticos. A chuva não parava e por isso não pudemos entrara na fenda, pois seria um pouco imprudente.

Ficámos um pouco a contemplar o local mas depois seguimos a nossa caminhada. Um pouco mais à frente, encontramos uma pequena gruta onde nos abrigámos e aproveitamos para comer. Deu para retemperar as forças para prosseguir. A paisagem do caminho de regresso pelo Tonel revelou-se também extraordinário apesar da chuva intensa!
Chegámos ao fim completamente ensopados mas com a sensação de dever cumprido! Conseguimos!!

No 2º dia apesar da pequena neblina e da chuva quase imperceptível ao olhar, o dia tornou-se idílico para caminhada, com uma pitada de sol. Percorremos assim o Trilho do Vale de Teixeira.
A caminhada iniciou-se no miradouro da Pedra Bela, passando pela mata da Pedra Bela, onde o chilrear da passarada sobressaía ao longo do caminho, uma verdadeira sinfonia natural. É impressionante a diversidade de habitats deste lugar!
Passámos pela Cascata do Arado, que imponentemente debitava as suas águas. De seguida, empinámos escadas acima em direcção ao Curral da Giesteira, mais um paraíso bucólico no meio da agrura granítica que caracteriza esta zona da Serra do Gerês.
Pouco mais à frente estávamos no Vale de Teixeira e no Curral de Teixeira que foi o local eleito para o repasto do dia.
Quando reiniciámos a caminhada deparamo-nos com meia-dúzia de Garranos selvagens que descansavam e pouco se importaram com a nossa presença.

Atravessámos o rio com alguma dificuldade pois o caudal era grande mas lá conseguimos e começámos a subir. Do promontório granítico a vista sobre o vale é indescritível!! Ao olharmos para o Vale de Teixeira vê-se uma das paisagens mais singulares da Serra, com o rio no fundo do vale, onde é possível constatar que tudo está harmoniosamente encaixado.

Prosseguimos em direcção ao Curral da Lomba do Vidoeiro, zona pejada de mariolas que outrora servia de orientação e depois em direcção ao Curral da Carvalha das Éguas.
Terminámos na Pedra Bela e aproveitámos e fomos espreitar o miradouro e comprovar que a paisagem é mesmo bela!!

No 3º dia a chuva era tanta que acabámos por desistir da caminhada e fizemos um pouco de turismo de carro.
Visitámos a Portela do Homem, a Mata de Albergaria, a estrada da Geira, a Barragem de Vilarinho das Furnas, as Cascatas de Tahiti que estava com numa fúria demoníaca!

Terminámos na Aldeia Ermida a almoçar na Casa do Pasto.

Foram 3 dias de esforço mas valeram bem a pena pelo prazer das paisagens. É um local que merece todo o nosso respeito pelas suas características. É um santuário da Natureza em Portugal e um local único no nosso país. Um local a preservar tanto pelo seu valor natural como pelo respeito para todos aqueles que um dia procuraram lá ganhar a sua vida e certificar o seu futuro.