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quarta-feira, 27 de maio de 2015

De carro pela Suíça



Uma visita em família ao país dos chocolates e da Heidi...Optamos por percorrer o país de carro, dando-nos mais liberdade para parar onde nos apetecesse. As estradas estão muito bem cuidadas e sinalizadas, o que tornou a viagem bastante fácil e segura. 


Iniciámos a viagem em Genebra, onde estivemos reunidos com toda a família emigrante. 

Genebra é uma cidade bonita, organizada e cosmopolita. Aqui encontram-se várias sedes de organizações mundiais como a ONU europeia, a OMS e a Cruz Vermelha, conferindo-lhe importância diplomática.  
Possui avenidas largas e organizadas, mas o que torna a cidade encantadora é o Lago Léman com o seu famoso jacto de água. 

Saímos de Genebra e seguimos sempre pela marginal do lago até Lausanne. Uma viagem que vale a pena, pois ao longo de todo o caminho, o lago imenso acompanha-nos com paisagens magnificas de um lado e do outro vastas áreas de exuberantes vinhedos, tornando a paisagem diferente do resto da Suíça. 
A caminho de Montreux, passamos por uma pequena localidade - Vevey, conhecida pela cidade onde morou Charlie Chaplin e por ser a sede mundial da Nestlé. O centro revelou-se bastante charmoso com lojinhas e restaurantes. Mas o que salta à vista é o passeio à beira do lago. 


Seguimos para Montreux e visitámos o Castelo Chillon localizado sobre uma rocha na margem do Lago.

A dormida foi numa pequena cidade a caminho de Berna - Friburgo. 

No dia seguinte partimos para Berna, a capital da Suíça. Declarada como Património Mundial da UNESCO esta cidade tem uma zona antiga engraçada com uma atmosfera medieval.
Andámos a percorrer as ruas do centro histórico e apreciar a arquitectura dos prédios, as fontes e o famoso relógio. Não é muito grande e é possível visitá-la toda a pé numa numa tarde.


Saímos da capital e ao seguirmos para Zurique passamos por Interlaken. Aqui os cenários são impressionantes, com montanhas gigantescas banhadas por lagos imensos. Aqui e ali vimos casinhas de madeira impecavelmente conservadas e floridas. 
Nestas cadeias montanhosas gigantescas fica o Jungfrau, considerado o "Topo da Europa" (4158m). Apesar de ser final de Maio a neve no topo ainda é bastante visível, tornando o cenário idílico. 
Ao longo de todo o caminho, não conseguimos desviar os olhos da janela, embevecidos com a magnifica paisagem...

Chegámos a Zurique que é a maior cidade suíça. Ficámos alojados no Hotel Ibis, que fica nos arredores da cidade. Mas como seria de esperar, aqui os transportes públicos funcionam, por isso, apanhamos facilmente o autocarro para o centro da cidade.
Saímos numa estação central e dali percorremos a pé toda a cidade. Zurique revelou-se uma cidade jovem e dinâmica, cheio de cafés e esplanadas. 
Possui também um lago - Lago Zurique que é imenso e que se situa numa das pontas da cidade.

Seguimos direcção para sul e passámos por Lucerna, mas não visitámos a cidade. Fizemos apenas uma paragem rápida à beira do lago.

A caminho ficamos alojados no Hotel Gerig, um hotel familiar muito charmoso, localizado na montanha, já no Passo de São Gotardo a 2106m de altitude. Esta passagem liga a suíça alemã à suíça italiana. 

Por aqui a paisagem é bastante árida e fria, com muita neve, mas com paisagens indescritíveis!! De km a km era obrigatório parar para apreciar as belas paisagens. 

Seguimos para Lugano que já faz parte da suíça italiana, pois aqui a língua falada e lida nas ruas é italiano. É uma bela cidade, que também tem um lago enorme no centro, cercada de todos os lados por montanhas altíssimas!.
Visitámos o seu centro que tem lojas de marcas caríssimas!! Já a arquitectura é bem diferente da que encontrámos em Berna e em Zurique.

Ao sair de Lugano, fizemos um pequeno desvio para Locarno e visitámos uma ponta do Lago Maggiore do lado suíço. 


Continuámos viagem e cruzámos a fronteira Suiça-Itália para cortar caminho. 


Passámos por Sion e Martigny. Estas cidades situam-se num vale bastante ensolarado e por isso são conhecidas pela sua produção agrícola, nomeadamente de vinho e fruta. A paisagem aqui é também fabulosa, pois avista-se o Mont Blanc, tornando tudo muito pequenino!! 


Aí ficámos alojados numa pequena localidade chamada Orsières, numa casa de bed&breakfast, perto do Passo de Sao Bernardo. Este passo situa-se a 2469m de altitude, perto da fronteira França-Itália. Esta região é também conhecida pelo cão São Bernardo pois foi aqui que foram criados pelos monges, inicialmente como cães de guarda e, em seguida, como cães de busca em caso de avalanches.
Regressámos a Genebra, sempre pela marginal do Lago Léman e obrigatoriamente cruzámos a fronteira Suíça-França até Genebra. 


A Suíça é sem duvida um dos países mais belos da Europa. E p
ercorrer este país de carro é um deslumbre, pois por todo lado vimos paisagens magnificas, de tirar a respiração!

A água dos lagos – entre o azul e o verde, misturado com o verde e o branco das montanhas, é sensacional!!! A Natureza invade todos os nossos sentidos, pois tudo é naturalmente encantador!!

Do tempo que lá estive, a Suíça pareceu-me ser um excelente sitio para viver…o
s transportes públicos funcionam, as pessoas são educadas, tem locais bonitos para visitar…Não há grandes monumentos para ver mas vive-se um espírito de quase aldeia nas cidades e isso torna-se interessante. 

No entanto, a Suiça é um dos países mais ricos do mundo, e por isso um dos mais caros. 

O alojamento e a alimentação poderão tornar-se muito caros. Quem não quer gastar muito dinheiro, pode optar por dormir em hotéis mais baratos como a cadeia Ibis. Outra opção é comer nos supermercados, pois os preços são mais amigáveis.

É sem duvida um país a voltar!!

sábado, 16 de maio de 2015

Momento Cultural


No âmbito das comemorações do Dia Internacional dos Museus, a entrada na Casa Museu Bissaya Barreto é gratuita e por isso resolvi aproveitar para visitá-la. 



Esta casa foi outrora a residência do Prof. Doutor Bissaya Barreto, ilustre Médico-Cirurgião, Professor da Faculdade de Medicina de Coimbra e responsável pela criação de uma grande obra social no centro do país.

Na Casa-Museu podemos apreciar a própria beleza arquitectónica exterior do edifício, tipicamente português de D. João V, assim como a beleza das salas interiores.

Dentro da casa encontramos varias peças reunidas por Bissaya Barreto ao longo de 50 anos. Existem colecções de azulejos portugueses, porcelanas da Companhia das Índias e pintura contemporânea portuguesa. Assinam obras do naturalismo português pintores tão reputados como José Malhôa, Fausto Gonçalves, Souza Pinto, Fausto Sampaio, Simão de Veiga, João Reis, entre outros. 




No exterior o jardim afigura-se como um pequeno refugio com um espaço cénico, ornamentado por várias esculturas e os muros forrados com azulejo.














domingo, 3 de maio de 2015

Gerês na Primavera

Chegaram mais umas férias e chegou a vez de visitar um dos locais mais bonitos de Portugal. Trata-se do Parque Nacional da Peneda-Gerês que foi criado em 1971 e é a área protegida mais antiga de Portugal.
Em 2010 foi classificada como uma das 7 maravilhas naturais de Portugal. Então, para quê mais motivos para planear uma escapadela a este local.

Com o intuito de conhecer esta canto singular de Portugal fiz-me à estrada e resolvi realizar algumas caminhadas pelo Parque.

O alojamento foi nas Caldas do Gerês no Hotel Baltazar, cujo negócio familiar, revelou-se muito aconchegante e genuíno.

O  1º dia de caminhada foi percorrer o Trilho da Cidade de Calcedónia. O dia não nasceu ideal para caminhar, com o céu nublado e a chuva incessante...A vontade retraiu-se um pouco mas não cedi, então de mochila e impermeável às costas lá fomos nós.
A caminhada iniciou-se em Covide, passando pela Geira, a via romana que ligava Bracara Augusta (Braga) a Asturica Augusta (Astorga). Começámos ascensão do trilho.
A subida tem um declive acentuado e o terreno revelou-se acidentado e a chuva não ajudava. Mas quando parávamos para contemplar a paisagem o que sobressaía eram as cores, o roxo e o amarelo, das urzes e da flor de carqueja. Fabuloso!!!

Chegados ao maciço granítico contornamos pela direita e fomos ter à Fenda da Calcedónia, com os seus imponentes blocos graníticos. A chuva não parava e por isso não pudemos entrara na fenda, pois seria um pouco imprudente.

Ficámos um pouco a contemplar o local mas depois seguimos a nossa caminhada. Um pouco mais à frente, encontramos uma pequena gruta onde nos abrigámos e aproveitamos para comer. Deu para retemperar as forças para prosseguir. A paisagem do caminho de regresso pelo Tonel revelou-se também extraordinário apesar da chuva intensa!
Chegámos ao fim completamente ensopados mas com a sensação de dever cumprido! Conseguimos!!

No 2º dia apesar da pequena neblina e da chuva quase imperceptível ao olhar, o dia tornou-se idílico para caminhada, com uma pitada de sol. Percorremos assim o Trilho do Vale de Teixeira.
A caminhada iniciou-se no miradouro da Pedra Bela, passando pela mata da Pedra Bela, onde o chilrear da passarada sobressaía ao longo do caminho, uma verdadeira sinfonia natural. É impressionante a diversidade de habitats deste lugar!
Passámos pela Cascata do Arado, que imponentemente debitava as suas águas. De seguida, empinámos escadas acima em direcção ao Curral da Giesteira, mais um paraíso bucólico no meio da agrura granítica que caracteriza esta zona da Serra do Gerês.
Pouco mais à frente estávamos no Vale de Teixeira e no Curral de Teixeira que foi o local eleito para o repasto do dia.
Quando reiniciámos a caminhada deparamo-nos com meia-dúzia de Garranos selvagens que descansavam e pouco se importaram com a nossa presença.

Atravessámos o rio com alguma dificuldade pois o caudal era grande mas lá conseguimos e começámos a subir. Do promontório granítico a vista sobre o vale é indescritível!! Ao olharmos para o Vale de Teixeira vê-se uma das paisagens mais singulares da Serra, com o rio no fundo do vale, onde é possível constatar que tudo está harmoniosamente encaixado.

Prosseguimos em direcção ao Curral da Lomba do Vidoeiro, zona pejada de mariolas que outrora servia de orientação e depois em direcção ao Curral da Carvalha das Éguas.
Terminámos na Pedra Bela e aproveitámos e fomos espreitar o miradouro e comprovar que a paisagem é mesmo bela!!

No 3º dia a chuva era tanta que acabámos por desistir da caminhada e fizemos um pouco de turismo de carro.
Visitámos a Portela do Homem, a Mata de Albergaria, a estrada da Geira, a Barragem de Vilarinho das Furnas, as Cascatas de Tahiti que estava com numa fúria demoníaca!

Terminámos na Aldeia Ermida a almoçar na Casa do Pasto.

Foram 3 dias de esforço mas valeram bem a pena pelo prazer das paisagens. É um local que merece todo o nosso respeito pelas suas características. É um santuário da Natureza em Portugal e um local único no nosso país. Um local a preservar tanto pelo seu valor natural como pelo respeito para todos aqueles que um dia procuraram lá ganhar a sua vida e certificar o seu futuro.