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segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Férias em Lagos


Tenho sempre vontade de conhecer um pouco mais deste pequeno país onde vivo e por isso decidi fazer mais umas férias cá dentro. 
Desta vez a região escolhida foi Lagos, pois dizem que é a cidade mais pitoresca do Algarve e por isso escolhi-a para a visitar.

Todo o Algarve é muito procurado pelo turismo, no entanto, rapidamente percebi que Lagos, apesar da afluência turística, não sofreu a descaracterização que foram alvo a maioria das cidades do Algarve.

Lagos é uma cidade cheia de história, pois foi um importante ponto estratégico na altura dos descobrimentos e conserva ainda vestígios históricos de diferentes épocas.
No século XV, o Infante Dom Henrique viu nela o potencial marítimo. Central para os Descobrimentos Portugueses, esta foi a capital do Reino do Algarve donde partiram as nossas caravelas para nos dar o Mundo Novo.

Bem, o destino concentrava tudo o que eu gosto numas férias, ou seja, interesse cultural e praias para descansar.

Fiquei alojada no Aparthotel Dom Pedro Lagos, que tem uma óptima localização, mesmo em frente à Meia-Praia. 

Cada dia deu para fazer uma actividade diferente, pois para além do centro histórico existem diversas praias perto de Lagos que merecem ser visitadas.

A forma de me deslocar foi andar de transporte publico que é bastante acessível e prático, não tendo que me preocupar com o estacionamento.

1. Centro da Cidade

Vale a pena visitar o centro da cidade, ou seja, a cidade velha amuralhada, pois andar pela zona pedonal do centro histórico é muito agradável. 
As ruas estreitas ladeadas por casas típicas, fazem as delícias de qualquer visitante. 

Vale a pena visitar a Igreja Santo António, pois sem dúvida que é umas das mais bonitas do país com a sua decoração em talha dourada e os seus painéis de azulejos.

Do centro de Lagos vai-se facilmente a pé para algumas praias mais próximas da cidade. Passa-se pela Fortaleza da Ponta da Bandeira e logo avistamos as primeiras praias: a Praia da Batata e a Praia do Estudante.
2. Praia da Dona Ana

Esta praia tem vindo a ser considerada uma das mais bonitas do mundo por publicações internacionais.
É uma praia agradável, protegida por formações rochosas o que faz com que a partir das 
das 4/5 horas da tarde comece a sombra das rochas a surgir.  

3. Praia do Camilo
É também considerada uma das melhores praias em Lagos. Para lá chegar temos que descer uns degraus íngremes em madeira que nos levam à enseada arenosa da praia.
A praia é pequena mas vale pela vista de cima com as águas cristalinas. 

4. Praia de Porto de Mós

É a praia que fica mais distante da cidade mas é a minha praia preferida, pelo acesso à praia, espaço e extensão do areal.

5. Ponta da Piedade

Os penhascos da Ponta da Piedade, oferecem uma vista deslumbrante do promontório e do farol.
Vale a pena desfrutar da vista, pois é um dos cenários naturais mais bonitos da costa Algarvia.
Todo o espaço está ladeado por passadiços de madeira o que facilita a caminhada.

6. Passeio de barco às grutas

Fiz um passeio de barco pela costa entre Lagos e a Ponta da Piedade e assim o
 barco passa por todas as praias tendo-se uma vista diferente. 
No passeio vamos por entre as rochas em forma de penhasco com nomes como "Cozinha" e "Sala de Estar" por seus formatos incomuns.Valeu a pena a experiência pois tem-se uma visão diferente.

Foram sem duvida umas óptimas férias onde comprovei mais uma vez a beleza deste país, que não pára de me surpreender!

quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Um mar,
Um lugar,
Um momento,
Um amor.






terça-feira, 19 de junho de 2018

Viagem pelo Peru


A viagem ao Peru é a realização de um sonho, pois visitar Machu Pichu faz parte, já há muito, do meu imaginário. Por isso, já eram horas de o concretizar. Mas visitar apenas um sitio não faz parte dos meus planos mas sim visitar o mais possível de um país e de preferência de mochila às costas. 
E assim foi planeada a viagem ao Peru: 

Dia 1 - Lima/voo para Cusco
Dia 2 - Cusco
Dia 3 - Vale Sagrado/comboio Ollantaytambo-Águas Calientes
Dia 4 - Machu Pichu/comboio Águas Calientes-Cusco
Dia 5 - Montanhas Coloridas
Dia 6 - bus para Puno/bus nocturno para Arequipa
Dia 7 - Arequipa
Dia 8 - Canhão de Colca
Dia 9 - voo para Lima
Dia 10 - Lima
Dia 11 - visita a Paracas/Huacachina
Dia 12 - Lima/Lisboa

Para nós o Peru começou em Cusco. A visita a Cusco é obrigatória, pois para além de ser a cidade base para visitar o sítio Arqueológico de Machu Picchu é também considerada a mais bela cidade do continente sul-americano.
É realmente uma cidade deslumbrante cheia de história e com um património impressionante...fiquei logo apaixonada pela cidade.
Há quem diga que não se deve começar por Cusco pela sua elevada altitude (3400m) e que se deve ir subindo gradualmente para aclimatizar o corpo. No entanto, devido à nossa falta de tempo tivemos que optar por este inicio. 
É verdade que os efeitos de altitude afectam-nos bastante e que os primeiros dias são um pouco difíceis. Logo no 1.º dia enquanto passeávamos pelas ruas começámos a sentir estes efeitos. Sente-se uma dor, tipo aperto no peito, quando respirámos e um cansaço absurdo ao caminhar micro distâncias. O coração acelera com o mínimo de esforço e por vezes sente-se uma pressão muito grande na cabeça. 
Existem algumas coisas que podemos fazer para ajudar o corpo adaptar-se mais rápido, como a folha de coca que é super conhecida no Peru, Chile e Bolívia por ser medicinal, não só para a altitude, mas também por ter efeitos analgésicos, diuréticos e auxiliar a digestão. 
E não, ela não provoca qualquer efeito alucinogeneo...ela vai fazer com que circule mais oxigénio no corpo, melhorando assim todo o seu funcionamento. 
Assim, logo pelo manhã, em praticamente todos os alojamentos, o que dão aos hóspedes ao pequeno-almoço é chá de coca. 
Visitar Cusco é deslumbrante mas fazê-lo em junho tornou-se ainda mais surpreendente pois todos os dias havia uma actividade qualquer na Plaza de Armas, o que faz parte da preparação para a festa da cidade (comemoração do solstício de inverno) no dia 24 de junho– festival religioso Inti Raymi – celebrado desde a época dos Incas. 
Para além de passear sem rumo pelas ruas de Cusco outro passeio imperdível é visitar a fortaleza de Saqsayhuaman, que fica a 3700m de altitude e que nós resolvemos fazer a pé!! A subida é bastante difícil principalmente quando ainda não estamos aclimatizados!! Mas vale pela visita, pois para além de vermos a fortaleza inca impressionante, construída com pedras gigantescas que se encaixam entre si na perfeição, aqui também existe um miradouro com uma vista maravilhosa para a cidade de Cusco!! 

De Cusco partimos para o Vale Sagrado dos Incas de taxi. O seu nome deve-se ao facto de este local ser abundante em água, e água é sinónimo de vida. Visitámos as ruínas mais famosas tais como Tambomachay, Pisaq e seu mercado (onde fizemos muitas compras!), Salinas de Maras, Moray e terminámos em Ollantaytambo. Ao longo de todo o vale as paisagens são lindíssimas, com vales verdejantes e campos de cultivo dispostos em socalcos nas encostas das imponentes montanhas. 
Em Ollantaytambo apanhámos o comboio Inca Rail (caro!!) para Águas Calientes, pequena aldeia que serve de ponto de passagem obrigatório para quem vai para Machu Pichu. 

Quanto a Machu Pichu, palavras para quê?? É a cidade perdida- cidade construída no topo de uma montanha a 2400m de altitude, no vale do rio Urubamba. É uma das 7 maravilhas do mundo.
Existem 2 turnos de visita, nós óptamos pelo da manhã. 4h45 da manhã e a fila do bus para Machu Pichu é interminável!!!...mas depois até acaba por andar rápido. Subimos a montanha ainda de noite cerrada, mas quando entrámos na cidade inca já se vislumbravam os primeiros raios solares a surgirem sobre a cidade, tornando a paisagem deslumbrante e inesquecível. Ainda bem que escolhemos este horário, pois deu para ver a cidade ainda tranquila e vazia por haver poucos turistas. 
Não há palavras para descrever o que sentimos quando nos aproximamos da cidade. Todo o cenário envolvente das montanhas e da vegetação amazónica tornam a sua localização especial. No silêncio e na tranquilidade jaz a cidade perdida que se encontra muito bem conservada. 
A construção desta cidade é intrigante, pois para além da sua inacessibilidade, trata-se de uma verdadeira obra de engenharia com a estrutura de terraços que travam o deslizamento de terras. Andar por entre as ruínas, nos templos com as pedras milimetricamente colocadas é uma experiência única. 

Para além da visita às ruínas da cidade, pode-se também visitar uma das 2 montanhas: Huayna Picchu (localizada no fundo da cidadela e comummente vista em imagens atrás das ruínas), e Montanha Machu Picchu (no lado oposto de Huayna Picchu). O meu bilhete incluía a entrada na Montanha Machu Pichu. 
O cenário no topo da montanha é maravilhoso, mas fazer este trilho foi muito difícil pois exige muito esforço. O trilho tem muitas escadas em pedra e é muito a subir. Demorei cerca de 2h atingir o topo, mas valeu pelo desafio e pela paisagem.

No final de contas, Machu Picchu é sem dúvida um lugar incrível, com uma beleza única e com uma energia especial.
O caminho de volta a Águas Calientes decidimos fazê-lo a pé o que também não foi muito fácil. Foi sempre a descer por uma escadaria entre a vegetação e que também demorou o seu tempo.

Aproveitamos ainda a estadia em Cusco para visitarmos mais um local inesquecível - a Montanha Colorida ou Montanha Arco-Íris, ou mais internacionalmente falando, Rainbow Mountain
Para lá chegar comprámos a viagem numa agência de turismo, que incluía irmos num grupo com transporte, guia, pequeno-almoço e almoço. A viagem até lá demorou cerca de 3h, por estradas estreitas e sinuosas, desprovidas de qualquer sinalização e asfalto!! Mas as paisagens são magnificas, de montanhas com neve e vales cultivados.
O pequeno-almoço e almoço foram na casa de uma aldeia, que serve de base aos caminheiros do grupo. 
Quanto ao passeio, este foi bem diferente de tudo o que fizemos até agora, pois envolveu uma caminhada difícil a uma altitude elevada. Foram 11km em 3h, com um desnível de 500m, em altitudes acima dos 4500m. Foi um verdadeiro desafio!! Cada vez que dávamos 2 passos parecia que ficávamos sem fôlego. Beber muita água ajuda aguentar melhor. Para além da altitude, também tínhamos que enfrentar o frio que se sentia. A caminhada parecia não ter fim...mas eu estava determinada a terminá-la!! E consegui, cheguei aos 5100m!! Foi o meu maior desafio até agora pois nenhum outro local me provocou tanta dificuldade. Mas valeu a pena pois a beleza do local é indescritível. Chegar ao fim e ver as cores na montanha é sem duvida um privilégio e uma oportunidade única. Chegada ao fim, também ganhei uma valente dor de cabeça e uma sensação de enjoo, mas nada que um paracetamol não resolvesse!!

De Cusco fomos para Puno numa viagem de autocarro de cerca de 6h, no Cruz del Sur. A cidade de Puno não é uma cidade muito bonita e interessante mas serve de ponto de partida para visitar o Lago Titicaca e as suas ilhas. Assim sendo, fizemos uma viagem de barco no lago até a ilha de Uros. O lago é muito grande e está a 3800m acima do nível do mar, tornando-se o lago mais alto do mundo. 60% do seu espaço pertence ao Peru e os restantes 40% à Bolívia.
Uros é uma ilha flutuante construída com juncos e raiz de tortora amarrados e sobrepostos em camadas que podem totalizar três metros de espessura e que exigem muita manutenção. Pisar a ilha é uma sensação estranha, pois parece que estamos a pisar esponja. Existem várias ilhas destas onde vivem famílias de forma muito simples e que sobrevivem à custa do turismo.

Passamos apenas um dia em Puno e no final do dia viajámos no autocarro nocturno para Arequipa
Arequipa é a segunda cidade mais populosa do Peru, localizada a 2300m de altitude. É uma cidade colonial cheia de charme, onde a Plaza de Armas marca o ponto onde tudo acontece. Aproveitamos a nossa estadia aqui para descansar um pouco, pois vale a pena perder algum tempo a explorar a cidade a pé. 
A cidade está rodeada de vulcões, que são possíveis de ver de qualquer ponto, alguns já extintos, outros ainda bem activos, e que tornam a paisagem interessante.

Para além de visitar a cidade aproveitamos também para fazer um tour de 1 dia pelo Canhão de Colca.
Dizem que o Canhão de Colca é o canhão mais profundo do Mundo, no entanto, existem outros que alegam o mesmo, tal como o Grand Canyon nos EUA. Qual o maior, não sei, mas sei que o canhão de Colca é realmente profundo. Por exemplo na Cruz do Condor, onde assistimos ao voo magistral de alguns condores, o canhão tem 1000m de profundidade. É por isso que o Condor dos Andes escolhe este local para nidificar. 
Neste dia vimos paisagens deslumbrantes. Com os picos da Cordilheira dos Andes sempre presentes, fizemos a estrada que liga Arequipa a Chivay, que está quase a 5000m acima do nivel do mar e cujas paisagens são, literalmente, de cortar a respiração!
Aqui o llama, a alpaca e o vicuña são os animais de porte que dominam a região. 
Devido à variação de paisagens e de altitude neste dia apanhámos tanto um sol escaldante como um frio gelado. Vivemos na realidade uma variedade de sensações. E sendo ou não o canhão mais profundo do mundo, o Colca merece, claramente uma visita!

De Arequipa voámos para a capital - Lima, para poupar algum tempo. 
Lima é uma capital como outra qualquer. Tem 8 milhões de habitantes com um trânsito caótico!!!! Nunca vi nada igual e eu já viajei pela Índia e Ásia!!
É também conhecida por ser uma cidade pouco segura, por isso optámos por ficar alojadas em Miraflores. É um bairro à beira-mar conhecido pela sua relativa segurança e ambiente de classe média, com centros comerciais, parques, passeios marítimos e restaurantes. Trata-se de uma zona de conforto mas se me perguntarem qual bairro prefiro escolho Barranco, que é outro bairro um pouco mais afastado mas com alguma história e com um ambiente mais descontraído e artístico. 
De Miraflores para o centro histórico íamos de "Metropolitano" cujo nome pode enganar pois trata-se de um sistema de autocarros, bastante organizado e rápido, que percorre toda a cidade. Em cerca de 20 a 30 minutos chega-se ao centro histórico, isto quando não há trânsito!!
No centro histórico de Lima, andamos bastante a pé a passear pelas ruas, visitámos o mosteiro de São Francisco e as catacumbas, bem como a Catedral que fica na grandiosa praça central, onde Francisco Pizarro fundou a cidade no século XVI - Plaza de Armas.  
Visitámos também o mercado de Lima e o bairro chinês que possui um ambiente sui generis. A certa altura achávamos que estávamos mesmo na Ásia!!!
Aproveitamos também um dos dias em Lima para fazermos um tour a Paracas, às Ilhas Ballestras e a Huacachina. 
A Reserva Nacional de Paracas corresponde a uma área protegida de águas marinhas e de deserto. Compreende uma serie de ilhas e uma área do deserto mais árido do Peru. 
Em Paracas, apanhamos um barco que nos levou até às Ilhas Ballestas. Estas ilhas possuem um ambiente marinho muito rico em plâncton, e atrai muitas aves. Por isso a população de aves é enorme. No entanto, além das aves (cerca de 200 espécies) também vivem na ilha outros animais como pinguins de Humbolt e lobos marinhos.
Ao longo do passeio, não é possível sair do barco e andar pelas ilhas pois o objectivo é reduzir ao máximo a interferência do Homem com a rotina dos animais assim como o seu habitat natural. Por isso andamos todo o tempo de barco em redor das ilhas e foi surpreendente ver os leões-marinhos, pinguins, pelicanos entre outros animais no seu estado selvagem. É literalmente um episódio do National Geographic ao vivo e a cores.

De seguida, fomos para Huacachina que é uma espécie de oásis no deserto. É uma pequena povoação com uma lagoa no meio rodeada de palmeiras e dunas de areia. Esta povoação vive essencialmente em função dos turistas. 
Uma das atracções deste local são os passeios de buggy por isso resolvemos fazer uma viagem o que foi deveras emocionante!! Percorremos alguns quilómetros a cortar dunas e a descer algumas bastante íngremes. A certa altura paramos, e o guia dá-nos uma prancha de madeira e diz-nos que estará à espera mais abaixo. Está na altura de experimentar … SANDBOARD!!! De cabeça para baixo e deitada na prancha desci a 1ª duna que não me pareceu nada difícil. Por isso resolvi descer as restantes que iam aumentando à medida que íamos avançando…E com a adrenalina no máximo desci todas as dunas. Foi uma verdadeira emoção!!
O dia terminou a vermos o pôr-do-sol e com o cenário do oásis de fundo. Foi sem duvida um dia fantástico. Regressámos a Lima e terminou assim a nossa viagem pelo Peru. 

O Peru foi um dos países que mais me surpreendeu até hoje e onde vivi algumas das minhas maiores aventuras em viagem. É um país imenso. Terra das mil e uma paisagens, aqui encontrei de tudo um pouco: praia, deserto, montanha, selva, neve…para além de uma cultura e gastronomia riquíssima. 
É, sem dúvida, um daqueles destinos que ficará na memória para sempre. 

sexta-feira, 13 de abril de 2018

Rota das Aldeias Históricas

Mapa distrito Guarda




Escondidas na região da Beira Interior, existem algumas aldeias históricas estrategicamente alinhadas ao longo da fronteira com Espanha, onde se travaram batalhas entre castelhanos e portugueses.
Curiosa em relação a estas aldeias e suas histórias decidi ir à aventura e percorrer, durante 4 dias, algumas estradas e caminhos pouco explorados com o objectivo de descobrir as Aldeias Históricas de Portugal.
Iniciei a viagem na cidade da Guarda.

1. Guarda

Cidade mais alta de Portugal e conhecida como a cidade dos 5 "F's" (Forte, Farta, Fria, Fiel e Formosa). Cidade com história e que acolhe uma dualidade tanto cultural como religiosa, entre católicos e judeus. É obrigatório visitar a imponente Catedral e passear pelas ruelas do centro histórico. 
Fiquei alojada na Guesthouse da Sé, situada bem no coração do centro histórico da cidade da Guarda, a dois passos da Sé. Trata-se de uma casa carismática com quartos decorados de forma tradicional.

2. Castelo Mendo

Aldeia no cimo do monte, rodeada por muralhas medievais construídas há vários séculos e que hoje protegem as ruínas de um castelo e escondem casas simples e ruas estreitas. Apesar de penosamente deserta, ou talvez por isso, é uma das aldeias históricas mais genuínas de Portugal. As muralhas tinham 8 torres que foram destruídas no grande terramoto de 1755, mas mantêm as 5 portas: porta da aldeia, da guarda, do sol, da traição e porta D.Sancho.
Durante a visita, vimos as ruínas da igreja de Santa Maria do Castelo, a Igreja de São Vicente do século XIII, o pelourinho e as casas com séculos de história.


3. Almeida

Almeida é uma pequena vila situada perto da fronteira entre Portugal e Espanha. É uma das mais fortificadas de Portugal. A sua muralha imponente em forma de estrela, foi estratégica na defesa da fronteira, ao longo dos séculos.
A vila não é grande, com uma população de cerca de 1300 pessoas, mas merece bem uma visita! No seu interior existem vários edifícios de natureza militar, e outros com uma arquitetura civil inegável.
Fiquei alojada na Casa Morgado que fica situado a pouco mais de 200 metros da aldeia histórica de Almeida e que oferece quartos simples mas extremamente cómodos.

4. Castelo Rodrigo

A pequena aldeia, situada no topo de uma colina, deve o seu nome ao conde Rodrigo Gonzalez de Girón. É uma das aldeias mais bem recuperadas, e ainda conserva em ruínas o enorme palácio no alto do monte.
O palácio é amplo e de lá tem-se uma vista magnífica para toda a região. Daqui vê-se bem Figueira de Castelo Rodrigo e, do lado oposto, o miradouro da Serra da Marofa.
A muralha que circunda a povoação tem partes que estão em ruínas mas que são bem perceptíveis quando se vê a aldeia à distância. A quase totalidade do casario está em bom estado e algumas das fachadas têm inscrições ou elementos decorativos como janelas manuelinas.

Ali perto, existe o Parque Arqueológico do Vale Côa (Património da Humanidade), com as figuras paleolíticas, que é essencial em qualquer roteiro turístico.

5. Castelo Melhor

Castelo Melhor é uma aldeia do concelho de Vila Nova de Foz Côa com pouco mais de 200 habitantes. Empoleirado no cimo do monte permanece uma muralha e um castelo em ruínas. De lá dizem que se avista uma paisagem fantástica com pombais, oliveiras e amendoeiras. Não consegui ir ver a paisagem pois, na proximidade da aldeia encontram-se os importantes sítios de arte rupestre do Vale do Côa - Núcleo Arqueológico da Penascosa. Então, decidi como tal, enveredar nesta experiência. Habitualmente, é necessário inscrição prévia para ir visitar as gravuras mas como era apenas mais 1 pessoa arranjou-se facilmente um lugar.
A viagem faz-se de jipe a todo o terreno até ao local das gravuras, e lá são explicados todos os pormenores interpretativos das gravuras pré-históricas, junto ao rio Côa. São cerca de 2 horas no local a ver e ouvir as explicações. Toda a paisagem até lá é fantástica assim como o sitio onde estão as gravuras. Vale mesmo a pena.
Após a visita às gravuras fui até Vila Nova de Foz Côa onde fiquei alojada no Hotel Vale do Côa. Visitei a cidade mas esta encontrava-se deserta. No dia seguinte visitei o Museu do Côa para compelmentar a informação que tinha recebido aquando a visita às gravuras. O Museu tem um vasto espólio proveniente de escavações realizadas, onde é possível observar pontas de lanças, partes de ferramentas e material feito de pedra que se conservou até aos nossos dias e possui ainda na parte exterior, vistas magníficas para o Vale do Côa. 

6. Marialva

Marialva pertence ao Concelho de Mêda, Distrito da Guarda e situa-se no topo de um penedo granítico, em posição dominante sobre a vila e a planície cortada pela antiga estrada romana. O castelo dominante, no alto de um íngreme penhasco e com a configuração oval das muralhas que circundam a vila, é o monumento mais importante do conjunto urbano. No entanto, não pude visitá-lo porque o posto de turismo encontrava-se fechado e era necessário pagar bilhete para visitar o castelo. Apesar de não se ver ninguém a passear nas ruas, estas estavam bastante movimentadas por carros que se dirigiam ao alojamento Casas de Côro. Talvez uma próxima vez quando for rica!! Hehe...


7. Linhares da Beira

Aldeia medieval do séc. XII, muito bem conservada, com uma diversidade arquitectónica invejável face a outras aldeias.
É o seu castelo que nos chama primeiro a atenção, ao longe, ainda antes de se chegar à aldeia. Visto de perto, somos surpreendidos pelo facto de assentar sobre um enorme penedo.
Deambular pelas suas ruas é visitar o passado e descobrir o que de mais genuíno temos no Nosso Portugal.
Ali no alto do Castelo, avista-se uma paisagem fantástica!


Estas aldeias são na sua maioria terras perdidas no tempo, quase desertas, com uma população maioritariamente idosa que nos recebe com olhares curiosos, à espera de um bom dia ou boa tarde. Possuem Castelos, pelourinhos, muralhas, igrejas e solares que são elementos comuns a quase todas elas. E acima de tudo estão inseridas em regiões de paisagens deslumbrantes.
Podem-se considerar uns verdadeiros museus a céu aberto carregados de história. Conservam as velhas tradições de Portugal e revelam evidências das consecutivas conquistas territoriais à medida que se foi formando o país que hoje conhecemos.
Vale a pena conhecer este rico património histórico que caracteriza tão bem o nosso país.