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quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Férias em Pandemia


Devido à COVID-19 os últimos meses têm sido de medo, perdas e incerteza em relação ao futuro. Esta incerteza paira em muitos aspetos da nossa vida, incluindo nas férias, pois estas foram canceladas durante um longo período. 
Chegámos a Novembro e o número de contágios está mais ou menos controlado e surge assim a possibilidade de ter férias. 
Aventurar-me a sair do país está fora de questão, e então decidi passar os meus dias de férias pela região centro, a explorar sítios que ainda desconhecia.

1. Óbidos

Uma das visitas foi à vila medieval de Óbidos que transborda de história, pois em 1148 foi tomada dos mouros por D. Afonso Henriques e no século seguinte, D. Dinis ofereceu a vila como presente de casamento à sua esposa, D. Isabel. A partir de então, Óbidos passou a pertencer à Casa das Rainhas. 

Aqui passei um dia inteiro a passear sem rumo pelas suas ruelas. Visitei alguns monumentos como o castelo e algumas igrejas e também algumas lojas. A vila é pequena e encantadora e visita-se facilmente. Faz-nos viajar no tempo e faz-nos ter orgulho do nosso património. 
Neste dia, havia muito pouca gente a visitá-la, o que provavelmente se deve à pandemia.

2. Foz do Arelho e Lagoa de Óbidos

Saí de Óbidos em direção a Foz do Arelho onde fiquei alojada no INATEL , que tem uma vista privilegiada para a Lagoa de Óbidos e para a Praia de Foz do Arelho. São sem sombra de dúvida dois paraísos naturais com uma paisagem única.

Aqui passei dois dias a explorar tanto a lagoa como as praias da região.

Num dos dias viajei de carro, percorrendo toda a lagoa. A Lagoa de Óbidos é o sistema lagunar mais extenso da costa portuguesa com uma área total aproximada de 6.9Km2. É separada do Oceano Atlântico por um cordão de dunas, e mistura água doce e salgada, criando um ecossistema interessante. É também bastante apreciada por quem gosta de bird watching pela sua diversidade.
Passei por locais muito bonitos e interessantes, como a castiça aldeia piscatória do Casal da Lapinha e miradouros para a lagoa. Pelo caminho, fiz uma paragem obrigatória no Covão dos Musaranhos, para esticar as pernas e beber um refresco.
Chegada ao fim da lagoa, encontrei mais praias com uma beleza ímpar, como a Praia do Bom Sucesso e a Praia de Rei Cortiço.

No dia seguinte fiquei pela Praia da Foz do Arelho que também tem uma beleza única, resultante da confluência da lagoa com o seu mar. Mas para além deste pormenor a praia possui outro encanto que são os passadiços. Apesar de não serem muito extensos, têm uma paisagem de cortar a respiração e que vale a pena fazer.

3. Caldas da Rainha

No dia seguinte, meti-me a caminho da cidade das Caldas da Rainha, para visitar a cidade, mas em particular o Museu José Malhoa.
É um museu que queria visitar há muito e chegou a oportunidade. O museu é um belo edifício que fica no coração do parque D. Carlos I. Aqui encontra-se o maior núcleo da obra do pintor naturalista, assim como de artistas contemporâneos do pintor. Percorri o museu lentamente apreciar as obras de arte e recordo o encantamento de obras como "Retrato da Rainha D. Leonor" e "As promessas".

Vale a pena a visita pois na minha perspetiva excedeu em muito as minhas expectativas.

Aproveitei também para passear no Parque D. Carlos I, um jardim de estilo romântico, muito bonito. Atravessei o jardim e demorei-me a percorrer as alamedas, a admirar a vegetação, o lago, o coreto, e os “Pavilhões do Parque” que serviram de alojamento aos frequentadores da estância termal. Estes edifícios têm uma arquitetura única, cheia de imponência e que lamentavelmente estão ao abandono.

Logo ao lado fica o Hospital Termal Rainha D. Leonor, fundado em 1485 e considerado o hospital mais antigo do mundo. Descobri mais tarde que é possível fazer uma visita ao espaço. Terá que ficar para uma próxima visita.  

4. Praia de Magoito

Segui ainda para sul, para a região de Sintra, para visitar a bonita Praia do Magoito, que fica perto da vila de Magoito. É um lugar onde enormes arribas erguem-se imponentes direcionando o nosso olhar ao longo da costa até ao Cabo da Roca. Possui um extenso areal e o mar é bastante agitado. Vale a pena a visita pela paisagem. Aqui fiquei alojada pelo airbnb numa casa perto da praia.

A incerteza e a insegurança são dois termos que nos perseguem e provavelmente nos perseguirão nos próximos tempos. Estas foram umas férias calmas e tranquilas, muito diferentes das minha férias habituais, mas ao qual terei que me habituar. Posso afirmar que foram umas férias seguras, longe de aglomerados e de cidades com grandes dimensões populacionais. Em todo o lado é nos exigido cuidados de segurança que temos que cumprir sempre para que consigamos vencer esta pandemia. Portugal é sempre um destino de excelência pela sua história e paisagens.


domingo, 6 de setembro de 2020

Passadiços das Fragas de São Simão


Uma vez que os passadiços estão na moda decidimos fazer um passeio em família e visitar os novos passadiços das Fragas de São Simão, no concelho de Figueiró dos Vinhos. Assim, aproveita-se para passear ao ar livre e exercitar o corpo, enquanto admirámos a paisagem, uma vez que ultimamente as nossas vidas e liberdade tem sofrido bastante por causa do Coronavírus. 


À chegada ficamos um pouco indecisos onde deixar o carro, pois existem 3 locais para estacionar. Acabamos por deixar os carros no parque de estacionamento que fica a meio e que tem acesso direto à Praia Fluvial das Fragas de São Simão.

Daí subimos a escadaria de madeira até ao miradouro panorâmico de onde a vista é deslumbrante. De lá vêem-se as imponentes cristas quártzicas que se destacam na paisagem. A vista é maravilhosa e vale o esforço de subir. Para cima custa um bocadinho, sobretudo se houver muito calor, pois o troço não tem qualquer tipo de sombras. De seguida voltamos a descer até à praia fluvial que se fez muito bem. O percurso tem aproximadamente 1 km.

Lá em baixo, pelo meio das fragas, passa a Ribeira de Alge, dando origem à praia fluvial de são simão.  
A praia fluvial estende-se por uma grande área entre inúmeras árvores, tornando-a muito refrescante. Ai conseguimos encontrar um sitio idílico para o nosso pic-nic, onde passamos o resto da tarde. Nos intervalos entre comer e beber, íamos à água, que apesar de fria é tão límpida, que se vislumbram as mais pequenas pedras.  

Mais tarde fui fazer o outro troço do Passadiço das Fragas de São Simão que liga a praia fluvial à aldeia do Casal de São Simão. O percurso pedestre tem igualmente 1 km de extensão e sobe pelo bosque acima até à aldeia de xisto.
O caminho é um misto de passadiço e pequenas escadas em madeira com terra batida e não um passadiço contínuo. É bastante agradável. 

Chegados à aldeia, vimos as casinhas arranjadas e enfileiradas que a torna muito charmosa. É uma aldeia pequena que se visita rapidamente. Terminada a visita regressámos pelo mesmo caminho até a praia fluvial.

Foi sem dúvida um belo dia de passeio passado com a família na natureza e que deu para recarregar baterias para esta nova vaga que aí vem. Digamos que foi uma lufada de ar fresco, literalmente! Mas sempre com os cuidados devidos, especialmente pelo uso da máscara. Recomendo vivamente a visita, mesmo em tempos de COVID-19.

segunda-feira, 22 de junho de 2020

Viagem pela Estrada Nacional 2


Tal como prometido, chegaram as férias e chegou a hora de explorar melhor o nosso país. Fazê-lo em tempos de COVID-19 foi sem duvida uma experiência diferente pois tem que se respeitar sempre as medidas de segurança, no entanto, o desejo de voltar a algo que se assemelhe à normalidade é muito grande.

Nestas férias decidi percorrer de carro a Estrada Nacional 2. O entusiasmo era grande pois a estrada, dizem os entendidos, é mítica. Dizem que é 3ª maior estrada nacional do mundo!! Ela conta com 739 km e atravessa Portugal de norte a sul pelo seu maravilhoso interior, desde Chaves a Faro.

Parti então de Leiria em direção a Chaves, o quilómetro zero da estrada. Pelo caminho fiz uma paragem em Amarante para uma visita relâmpago, que valeu a pena, pois a cidade transpira charme.

Comecei em Chaves e percorri a estrada em 7 dias, a um ritmo lento, onde pude apreciar as paisagens, as aldeias e as vilas. Foi sem duvida uma oportunidade para visitar o interior do País e descobrir Portugal numa nova perspetiva.

Passei por vários distritos, serras e rios, o que por si revela a sua variedade.
Ao longo da rota fiz alguns desvios para visitar lugares que me foram sugeridos com algum interesse cultural ou paisagens inesquecíveis.
Quanto aos alojamentos, as ofertas são variadas, desde hotéis a alojamentos Airbnb. Sendo esta época particularmente especial, todos em que fiquei apresentaram regras de higiene e segurança o que me tranquilizou.

Roteiro:

1º dia
Chaves - Vidago - Pedras Salgadas - Vila Pouca de Aguiar - Lagoa do Alvão - Vila Real - Santa Maria de Penaguião - Miradouro São Leonardo da Galafura - Peso da Régua

Em Chaves visitei a cidade a pé, pelas suas ruas estreitas, revelando-se uma cidade pequena mas encantadora. Visitei o Castelo e subi a Torre de Menagem onde visitei o Museu Militar. Atravessei a Ponte de Trajano, a milenar ponte romana sobre o rio Tâmega e apreciei as vistas sobre o rio.
De seguida, iniciei a rota pela Estrada Nacional 2 rumo a Vidago, a localidade onde se encontra o histórico Vidago-Palace Hotel que, para minha tristeza, se encontrava fechado. Próxima paragem foi o Parque Termal de Pedras Salgadas, que também se encontrava fechado, no entanto, deu para andar pelo parque que é muito agradável.
Em Vila Pouca de Aguiar, fiz uma visita ao Castelo, que fica um pouco afastado da localidade e que também se encontrava fechado. Aí fiz um desvio para visitar a Lagoa do Alvão, que apresenta passadiços em volta da Lagoa, sendo um passeio bastante aprazível. Segui para Vila Real mas não parei e ao ir para Santa Maria de Penaguião fiz um desvio para o Miradouro São Leonardo de Galafura, que fica a 640m de altura. As vistas sobre o Douro Vinhateiro são soberbas e por isso vale a pena o desvio.
Terminei o dia em Peso da Régua, com um passeio pela ecopista ribeirinha onde dá para apreciar o rio Douro de perto. Aqui fiquei alojada no Hotel Columbano.

2º dia
Peso da Régua - Lamego - Serra de Montemuro - Castro Daire - Viseu - Tondela - Caldas de Sangemil

No segundo dia pela EN2 continuei pelas sinuosas estradas do Douro Vinhateiro que me levaram até Lamego. Aí visitei a Sé Catedral e os seus claustros e de seguida subi a escadaria infindável do Santuário de Nossa Senhora dos Remédios. Segui em rumo a Castro Daire, mas pelo caminho fiz um desvio para visitar a Serra de Montemuro, cuja estrada até lá tem paisagens super cénicas. Passei ao lado de Castro Daire e de Viseu, perdendo muitas vezes a vista aos marcos da EN2 tornando-se confuso. Segui até Tondela e fiz um desvio até às Caldas de Sangemil, onde pernoitei no Hotel Beira Dão, situado no Vale do Rio Dão, justamente na praia fluvial de Caldas de Sangemil. Um local muito agradável e tranquilo, onde deu para terminar o dia apreciar o rio Dão.

3º dia
Caldas de Sandgemil - Santa Comba Dão - Barragem da Aguieira - Penacova - Góis - Pedrógão Grande

Parti em direção a Tondela, passando de seguida ao lado de Santa Comba Dão. Aqui o troço até Penacova torna-se novamente confuso, devido à IP3 e perdemos por momentos a EN2 de vista. Passei pela Albufeira da Barragem da Aguieira e pela Livraria do Mondego. Segui para a zona que me é bastante familiar, pela proximidade a casa, ou seja, de Penacova a Góis. Na vila de Góis, visitei o monumento mais emblemático - a Ponte Real - junto à Praia Fluvial da Peneda, que se encontrava interdita a banhos por causa do COVID. De Góis a EN2 segue em direção a Pedrogão Grande e pelo caminho fiz um pequeno desvio para visitar algumas Aldeias do Xisto da Serra da Lousã - Aigra Nova e Aigra Velha. A estrada até Pedrógão Grande é bastante agradável com vistas espetaculares da Serra da Lousã. Já em Pedrogão Grande passei na bonita Albufeira da Barragem de Cabril e aí pernoitei no Hotel da Montanha com uma vista fabulosa para esta albufeira.

4º dia
Pedrogão Grande - Pedrogão Pequeno - Sertã - Dornes - Centro Geodésico - Vila de Rei - Abrantes

Primeira visita do dia foi em Pedrogão Pequeno, à sua Ponte Filipina sobre o rio Zêzere, onde tive que fazer uma pequena caminhada para a conhecer, mas valeu a pena.
Segui para a Sertã, uma vila pacata, onde fiz uma paragem no seu jardim, junto ao rio e visitei também a sua Ponte Filipina. Aqui a estrada segue para sul, mas eu fiz um desvio até Dornes, a aldeia templária, que há muito tempo queria conhecer. Chegada à aldeia, constatei que esta é muito pequena, mas com muito charme. Visitei a praia fluvial, e a sua conhecida Igreja, mas não entrei por estar a decorrer a missa. O que há a realçar nesta pequena aldeia é a sua tranquilidade.
Despedi-me de Dornes e segui o caminho de volta até a EN2 rumo ao Centro Geodésico de Portugal, que assinala, com pompa e circunstância, o Centro de Portugal. Daqui as vistas são longínquas e conseguimos avistar a Serra da Estrela. Segui a EN2 e passei ao lado de Vila de Rei até Abrantes, onde terminei o dia. Aqui visitei a parte antiga da cidade a pé. O ponto alto da visita foi o passeio pelo jardim do castelo e as vistas sobre o rio Tejo. Nesta cidade arrendei uma casa muito agradável no centro histórico - A Casa da Barca.

5º dia
Abrantes - Ponte de Sor - Galveias - Avis - Parque Ecológico do Gameiro - Montargil

Abrantes visitada é hora de atravessar o rio Tejo e seguir em direção a Ponte de Sor. Aqui a paisagem muda drasticamente e começam as extensas planícies alentejanas. Depois desta cidade fiz um desvio da EN2 e segui até as Galveias. Pequena aldeia alentejana que é muito querida à minha mãe e por isso fiz questão de a visitar. Seguiu-se a vila de Avis, onde fiz uma visita ao seu castelo, que se encontra praticamente em ruínas. Uma pena!!
Ao longo da estrada torna-se bastante apetecível fazer uma paragem para um pic-nic nas planícies, no entanto, a realidade é que essa ideia poderá tornar-se bastante desagradável pela quantidade de mosquitos!!
Próxima paragem foi o Parque Ecológico do Gameiro, um sitio bem agradável com uma praia fluvial, onde fiz uma paragem para descansar e tomar um refresco. A estadia desta vez foi em Montargil, no Monte da Granja Nova, uma herdade com vários alojamentos, bastante agradável para terminar o dia.

6º dia
Montargil - Barragem de Montargil - Mora - Brotas - Ciborro - Montemor-o-Novo - Santiago do Escoural - Anta de São Brissos - Alcáçovas - Torrão - Ferreira do Alentejo

Fui conhecer a albufeira da Barragem de Montargil que fica paralela à EN2. De seguida passei por Mora, Brotas, Ciborro, parando apenas em Montemor-o-Novo. Nesta cidade aproveitei para visitar o Castelo de Montemor, que a julgar pelo que resta, deveria ser um castelo bastante imponente.
Aproveitei e almocei pela cidade. De Montemor-o-Novo avancei em direção a Santiago do Escoural e aí fiz um desvio para a Anta de São Brissos. Trata-se de uma anta primitiva que foi transformada em capela, mas que se encontrava fechada.
Regressei à EN2, em direção a Alcáçovas onde queria visitar o Paço dos Henriques, mas que também se encontrava fechado.
Segui para Torrão e terminei o dia em Ferreira do Alentejo. Aproveitei para jantar nesta vila e pernoitei no Monte Chalaça.

7º dia
Ferreira do Alentejo - Ervidel - Aljustrel - Castro Daire - Almodôvar - Ameixial - São Brás de Alportel - Estoi - Faro

Logo pela manha, após o pequeno-almoço fui surpreendida com uma experiencia rural, que consistiu em fazer uma visita à quinta dos animais do monte. Segui depois pela EN2 para fazer o último troço da estrada. Passei por Ervidel e Aljustrel, sem parar. A paragem foi na vila de Castro Verde, onde visitei a imponente Basílica Real da Nossa Senhora da Conceição e o Museu da Lucerna, que se encontrava fechado.
Retomei a EN2 em direção a Almodôvar e entretanto inicio a viagem vertiginosa pela Serra do Caldeirão. Passo pelo Ameixial e São Brás de Alportel, entrando assim no Algarve, em curva contra-curva, mas com uma paisagem magnifica da serra.
Já no Algarve, faço uma paragem em Estoi, para visitar as ruínas de Milreu e o charmoso Palácio de Estoi que para minha tristeza se encontravam fechados!!
Chegada a Faro, o último destino da rota, fui à rotunda onde fica o último marco da Estrada Nacional 2 que marca o km 738.
Terminei assim a estrada mítica e aproveitei para ficar aqui uns dias a descansar da viagem.
Foi sem duvida uma viagem inesquecível, pois é uma estrada surpreendente, com uma variedade de paisagens impressionante, onde ainda é possível visualizar o Portugal genuíno com um património riquíssimo, conferindo-lhe a sua identidade única, muitas vezes esquecida e ostracizada.

No entanto, por vezes senti algumas dificuldades, pois a sinalização da estrada está longe de ser a melhor. Ao longo do percurso vamos encontrando os famosos marcos de EN2, mas existem secções em que a estrada e os marcos desaparecem. Por isso aconselho fazer a estrada com GPS.

Viajar em tempos de pandemia foi uma experiência diferente pois a máscara e o desinfetante gel fizeram sempre parte da minha indumentária, mas em todos os locais onde estive houve sempre segurança sem aglomerados de pessoas.

quarta-feira, 15 de abril de 2020

COVID-19 - Viver em tempos de pandemia

Covid-19, a impressão digital do novo coronavírus

Já lá vai mais de um mês que o mundo ficou abalado com o surgimento de um vírus letal e altamente contagioso entre os humanos e que todos desconhecem, chamado Coronavirus ou COVID-19.

De repente, o nosso mundo transformou-se e parece que estamos a viver um filme de ficção cientifica. O inconcebível está de facto a acontecer e não sabemos como nem quando vai terminar.

É decretado o Estado de Emergência e é exigido a todos o isolamento social e a quarentena.

Tudo fechado, escolas, lojas, centros comerciais, empresas, tudo excepto hospitais e supermercados.

A cidade está vazia. Poucos carros a circular. Poucas pessoas na rua...Mas nem tudo é mau neste cenário apocalíptico, ouvem-se aqui e ali os passarinhos a cantar e os níveis de poluição pelo mundo inteiro baixaram.

O trabalho para mim mantém-se, pois nós profissionais de saúde temos a obrigação de aliviar os efeitos do vírus no Homem, no meu caso nas crianças. O dia-a-dia no trabalho revela-se assustador pois trabalhamos de frente a frente com um inimigo invisível. Mas esse medo torna-se o nosso maior aliado nesta luta, impedindo-nos de baixar a guarda.
Os dias de folga, esses são passados em casa, em isolamento. Por vezes é necessário ir à rua, o que é um alívio, mas igualmente assustador, e o ir à rua resume-se em ir às compras.

A parte difícil de tudo isto é o afastamento da nossa querida família. O que mais quero é matar as saudades e abraçar/beijar a minha família.

Também sinto falta dos amigos e dos momentos de convívio.
Ansiosa para voltar à normalidade, o mais provável é que esse regresso à “normalidade”, se é que isso existe, há de ser gradual, meio-a-medo, com reservas e cautelas.

São momentos de crise como este que, pessoalmente, me levam a ser confrontada com uma concepção existencialista da vida. E questiono-me:
Será que podemos tirar alguma conclusão disto tudo? Será que depois desta pandemia vale a pena repensarmos nalguns hábitos nossos?

Durante este tempo reflecti e vou propor-me a um desafio: quando tudo isto passar, quando acalmar a pandemia e pudermos regressar à nossa vida mais ou menos normal, vou apostar em conhecer melhor o nosso país e incentivar a economia local.

segunda-feira, 16 de março de 2020

Ski em Megève

Fazer ski para mim já é algo inquestionável, pois trata-se de uma paixão. Sempre que surge a oportunidade de fazer férias na neve para esquiar, agarro-a sempre!

Nos últimos anos tenho ido para Andorra, mas este ano surgiu a oportunidade de ir mais além, ou seja, para os Alpes Franceses. É claro que nem pestanejei.

A COVID-19 a surgir na Europa e lá fomos nós para França. Fomos para a estância de Saint-Gervais-les-Bains em França, perto de Megève que é uma pequena vila francesa que fica a cerca 34km de Chamonix e 70km de Genève, por isso compensa-nos voar por Genève. 
Lá alugámos um carro e fomos para França, com malas e bagagens.

Megève é uma vila encantadora, típica de um charme alpino, com um centro medieval muito bem preservado, uma bonita igreja e pequenas ruelas onde passam a toda a hora trenós puxados por cavalos. Não faltam lojas de roupa, joalharia, antiguidades e recordações, que contribuem para a aura chique da estância.
Fomos em Março, mas toda a vila estava iluminada com luzes de natal o que a torna ainda mais encantadora.

Nós ficámos na estância vizinha - Saint-Gervais-les-Bains onde as pistas são fabulosas e com paisagens deslumbrantes que têm como pano de fundo o Mont Blanc. 
Na estância ficámos num apartamento - o Chalet Gabriel - uma típica casa em madeira mesmo à entrada das pistas de ski. Um verdadeiro luxo!!
As pistas são arborizadas, cheias de pinheiros e a sua neve é fabulosa e incomparável às de Andorra em termos de qualidade e quantidade. É sem dúvida um ambiente natural de tirar o fôlego. E para além disso, têm muito menos gente e mais tranquilidade. 

Os dias foram passados entre esquiar as inúmeras pistas e a fazer pausas para beber chocolate quente. Que vida!!
Foram sem dúvida umas férias na neve maravilhosas e inesquecíveis. Nem mesmo a COVID-19 as estragou, no entanto, no regresso a casa deparamo-nos com a gravidade da situação nacional e internacional, o que nos valeu uma quarentena de 10 dias em casa...Oops...


sábado, 8 de fevereiro de 2020

À conquista do Trevim


O ano mal começou e nada melhor que ir fazer uma caminhada na natureza para começar bem o ano. Aproveitei e fui com um grupo de caminhada descobrir mais um pouco da Serra da Lousã. 

A caminhada começou na aldeia do Coentral Grande que fica na vertente sul da serra. 

O dia estava chuvoso e cinzento e assim se manteve até o fim, o que condicionou muito pudermos vislumbrar as paisagens.

A primeira parte da caminhada foram 5 km´s praticamente em subida constante o que fisicamente foi um pouco exigente.

Passamos pelos Poços de Neve e a capela de Santo António da Neve, onde reza a história que aqui se condicionava neve para levar para a capital para que os nossos reis e sua corte pudessem saborear gelados no verão.

A subida continuou assim como a chuva até que chegamos ao ponto mais elevado da Serra da Lousã com 1204 metros. Dominado pelas antenas de radio-telecomunicações, em dias de céu limpo a vista daqui deve ser maravilhosa mas não hoje. 

Na fase descendente passamos pelo baloiço da Lousã, mundialmente conhecido nas redes sociais. Pena o nevoeiro mas ainda deu para vislumbrar um pouco do vale!!

Continuamos a descida e a certa altura entramos num mundo encantado de bosques de Faias, Castanheiros e Carvalhos. Foi a parte mais bonita da caminhada. Aqui pudemos apreciar a vegetação luxuriante da serra.

Já perto do fim entrarmos na zona da Ribeira do Coentral Grande que nos levou ao ponto de partida.

Foram 6 horas a caminhar e foi sem duvida uma caminhada desafiante pelos desníveis acentuados de subida mas valeu muito e pena apesar do tempo de chuva.