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quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Roteiro 15 dias pelo Japão

 


O Japão é um país que fascina qualquer um, principalmente pela sua distância, quer geográfica, quer cultural. É daqueles países que estava no meu imaginário, e no topo da minha lista de locais a visitar há algum tempo. Este ano chegou a oportunidade de conhecer a Terra do Sol Nascente.

Decidimos ficar 3 semanas no Japão devido à sua distância geográfica e diversidade cultural. Depois de muitas pesquisas encontrámos um voo relativamente barato de Lisboa para Seul (Incheon) pela Korean Airlines com escala em Amsterdão.
A ideia de ir até Seoul pareceu-nos a desculpa perfeita para encaixar uma visita à Coreia também! 
Ficámos 2 dias em Seoul, na ida e na volta. Seoul é a capital e a maior cidade da Coreia do Sul. É uma cidade surpreendente! Entre as suas muitas atrações, destacam-se palácios, templos, santuários, belos parques públicos, design de ponta e centros comerciais gigantes.

Visitámos:
- Gyeongbokgung Palace
- Bukchon – a vila antiga
- Changdeokung Palace
- Myeondong
- Insadong
- Bairro de Gangnam
- Bairro de Hongdik
- Mercado Namdaeman

Seoul é também conhecida por ser um paraíso para a compra de cosméticos, adquiridos por baixos preços, com produtos de excelentíssima qualidade que em outros lugares do mundo seriam pagos a preço de ouro.

Dica: O cartão T-money é usado para pagar os transportes públicos (autocarros e metro). Compra-se e carrega-se nas lojas de conveniência, como o 7 Eleven ou no CU. Pode ser comprado com cartão bancário, mas os carregamentos só podem ser feitos com dinheiro. Atenção: não se vende nas bilheteiras do metro, tem mesmo de ser nas lojas de conveniência.

Depois de Seoul viajamos para Tokyo numa low-cost japonesa. Seguimos para o Japão numa viagem de 14 dias, com um roteiro ambicioso que nos permitiu conhecer uma parte do país, no entanto, muitos destinos ficaram de fora, pois o país é imenso e tem opções de itinerário quase infinitas.
Tivemos que fazer escolhas difíceis porque o tempo é limitado e com muita pena nossa, eliminámos Nikko, Monte Koya e Kanazawa do nosso itinerário. Gostaríamos também de ter pernoitado num Ryokan mas não houve tempo.

O nosso roteiro de viagem foi este:
Dia 1: Chegada a Seoul
Dia 2: Seoul
Dia 3: Seoul
Dia 4: Voo para Tokyo
Dia 5: Tokyo (Asakusa, Harajuku, Shibuya)
Dia 6: Tokyo (Tokyo Station, Palácio Imperial, Ginza, Tokyo Tower, Shinjuku)
Dia 7: Daytrip a Kamakura
Dia 8: Daytrip ao Monte Fuji
Dia 9: Kyoto (Kinkakuji Temple, Fushimi Inari)
Dia 10: Kyoto (Kiyomizu-Dera, Ninenzaka, Sannenzaka, Hokanji, YasakaShrine, Gion, Nishiki Market, Pontocho Street)
Dia 11: Daytrip a Nara
Dia 12: Kyoto (Arashiyama) e Ashiya
Dia 13: Ashiya, Himeji e Hiroshima
Dia 14: Hiroshima
Dia 15: Ilha de Miyajima
Dia 16: Osaka
Dia 17: Osaka e Viagem para Seoul
Dia 18: Seoul
Dia 19: Viagem de regresso

1 - Tokyo
Começamos o nosso roteiro em Tokyo, a capital do Japão. Tokyo é uma cidade gigantesca, com milhares de pessoas a cruzar ruas, a viajar de comboio e metro, a trabalhar, a comer ou a fazer compras. É uma cidade que não nos deixa parar.
Escolher o melhor lugar para se hospedar em Tokyo é algo que depende do estilo de viagem e do orçamento. Para mim, o fator mais relevante na escolha é o preço e a proximidade aos transportes. Por isso, depois de uma pesquisa exaustiva escolhemos o bairro de Ueno, que recomendo pela sua localização e tranquilidade.
Ficámos 5 dias na cidade. O 1º dia em Tokyo serve praticamente para entender como nos locomovemos na cidade e para nos situarmos. Aproveitamos o 1º dia também para comprar cartão SIM e o cartão SUICA, que é um método muito prático para pagar os transportes. pois funciona em todos os comboios, metro e autocarros, nas várias cidades do Japão.
Tokyo é uma cidade imensa e as melhores atrações são os bairros e as ruas, por isso o melhor é vaguear pelas ruas.

- Harajuku, bairro onde visitámos o Templo Meiji e a Takeshita Street - uma rua alternativa com cultura pop japonesa.
- Asakusa, o é bairro mais tradicional de Tokyo, com o templo Senso-ji, rickshaws e diversas lojinhas
- Shibuya, é um dos bairros mais famosos e movimentados de Tokyo. É um bairro com imenso comércio, edifícios com ecrãs gigantes e com publicidade e música frenética. Aqui localiza-se o maior cruzamento do mundo - o Shibuya Crossing, onde atravessam 3000 pessoas a cada vez que o semáforo abre. Aproveitámos para ir ao Starbucks café, de frente para o cruzamento e assistamos ao cruzamento mais louco do mundo!! A vista é privilegiada.
- Shinjuku, é um bairro também bastante movimentado e para ir à noite. Aqui jantámos yakitoris (pequenas espetadas de carne grelhadas na hora, tradicionalmente em fogareiros a carvão) no Piss Alley ou Omoide Yokocho que é uma rua pequena recheada de minúsculos restaurantes com um ambiente tradicional, mas que aparenta ser meio underground, uma espécie de submundo alternativo;
De seguida fomos ver o Golden-gai que é o exemplo de como uma zona decadente se torna de repente trendy, com os seus pequenos bares, nalguns dos quais cabe menos de meia-dúzia de pessoas.
- Ueno, o bairro onde ficámos alojada. Aqui existe um mercado de rua - Ameyayokocho que tem de tudo, peixe fresco, frutos do mar seco, frutas descascadas em espetos, roupas, bolsas, tudo...
- Akihabara, também conhecido como o Electric Town. Aqui encontramos prédios inteiros dedicados a anime, manga, cosplay e salões de video-jogos.
- Chiyoda, bairro onde existem muitas instituições governamentais, como a Assembleia, a residência do Primeiro Ministro, a Estação de Tokyo e o Palácio Imperial cujo acesso está interdito.
- Ginza, a zona mais elitista e cara da cidade, com avenidas amplas e lojas de marcas de luxo. É a região de Tokyo mais cosmopolita.


2 - Kamakura
Kamakura fica a 48kms de Tokyo e optamos por ir de comboio. Chegámos lá sem dificuldade e passámos o dia a visitar os templos da cidade.
Kamakura foi a capital feudal do Japão de 1185 a 1333 e isso reflete-se na quantidade de templos que existem na cidade.
Chegadas a Kamakura iniciámos a nossa visita no Tsurugaoka Shrine, um santuário em homenagem a Hachiman, o Deus da Família. É um dos templos mais importantes de Kamakura, que foi construído em 1063.
De seguida, visitámos o Kenchoji-zen Temple que é constituído por vários pavilhões e salas de meditação.
Depois do almoço, afastamo-nos um pouco do centro da cidade e fomos visitar o Great Buddha Temple, um dos templos mais visitados. O buda de Kamakura é um sobrevivente do templo Kotoku-in, que foi destruído por um tsnumani no século XV. O templo não foi reconstruído, mas o buda continua onde estava, sobre uma enorme plataforma de pedra. A figura é impressionante, com os seus 11 metros de altura (somente o de Nara é maior que este).
A cerca de 500m fica o templo Hasedera um templo muito bonito, com jardins muito cuidados e cheios de estátuas de budas em miniatura. No templo existe também um bonito terraço com vista da cidade e do mar.
Um pouco mais abaixo fomos ver o praia de Yuigahama, a praia mais popular da cidade. De seguida, voltámos para o centro da cidade e visitámos a rua Komachi e as suas lojinhas de recuerdos.


3 - Monte Fuji
É a montanha mais alta do Japão (3.776 metros) e um dos principais símbolos do país. Para os japoneses, o Fuji san (como lhe chamam) não é apenas um monte, é um local sagrado. No entanto, para vê-lo, o dia tem que estar aberto, e mesmo assim é preciso ter paciência, pois muitas vezes fica encoberto pelas nuvens várias vezes durante o dia. A esperança era estar um dia solarengo para poder contemplá-lo mas não tivemos essa sorte.
Fomos de autocarro de Tokyo para Kawaguchiko. Uma vez lá, para chegar aos sítios visitáveis tivemos que apanhar alguns comboios cujas carruagens são verdadeiras obras de arte. 
Durante a nossa passagem pelo Fuji, nunca conseguimos contemplá-lo, pois esteve todo o dia chuvoso e nebulado e o seu perfeito formato cónico esteve sempre envolto num manto de nuvens. Ficámos um pouco desanimadas, mas não querendo desistir, esperámos e esperámos mas nem um pequeno vislumbre do monte tivemos.
No entanto, valeu pela experiência!

4 - Kyoto
Kyoto foi capital do Japão e a residência do imperador de 794 a 1868. Durante este tempo, acumulou uma coleção enorme de palácios, templos e santuários, construídos para os imperadores, gueixas e monges. Como não foi bombardeada na segunda guerra, ela ainda possui a arquitetura antiga.
A cidade tem o cenário que esperamos encontrar no Japão. Um Japão mais tradicional com as Gueixas, casas de madeira de arquitetura tradicional, e muitos templos. É sem dúvida uma cidade charmosa, que encanta! Nós ficamos 4 dias em Kyoto e, seguramente, não vimos tudo o que gostaríamos.

Templos que visitamos:
- Templo Fushimi Inari - é um dos principais santuários Xintoístas de todo o Japão. Ainda assim, é mais famoso pelos seus 30 mil portais vermelhos (Toris) para trazer prosperidade aos negócios
- Kinkaku-ji Temple, o templo do pavilhão dourado. O edifício está coberto por uma folha de ouro puro.
- Kiyomizu-dera Temple - a sua arquitetura é famosa pelos seus grandes pilares de madeira, que seguram a varanda e impressiona saber que os pilares não têm nenhum prego. Este templo é fascinante.
- Yasaka Shrine - é um santuário localizado no Maruyama Park, e é um local de culto onde as pessoas pedem os seus desejos, tocando os sinos do santuário,
- Gion Corner - é um distrito tradicional localizado no coração da cidade, com edifícios de madeira e ruas pedonais. O bairro tem muitas lojas, casas de chá e restaurantes discretos, frequentadas por gueixas e maiko (aprendiz de gueixa). Aqui aproveitámos para entrar numa casa de chá e de saborear um chá japonês tradicional.
- Arashiyama - distrito um pouco afastado do centro da cidade onde visitámos o Templo Tenryu-ji, a famosa Floresta de Bambu, Templo Otagi Nenbutsu-ji e o Templo Adashino que tem uma floresta de bambu mais pequena mas com muito menos pessoas.
- Nishiki Market - mercado repleto de produtos com aspeto delicioso
- Pontcho Street - considerada a rua mais bonita de Kyoto, Pontcho é uma ruela estreita, próxima do bairro Gion, com muito carisma e uma atmosfera misteriosa. Existem inúmeros restaurantes e bares e por isso aproveitámos para jantar.


5 - Nara
Dia dedicado a visitar Nara, que fica a 45 minutos de viagem de comboio a partir de Kyoto e vale a pena visitar.
Nara foi a primeira capital do Japão, que deixou ali de herança os maiores e mais antigos templos. Os templos são maravilhosos e situam-se no parque de Nara onde para além dos templos existem imensos veados à solta pelo parque sempre atentos aos turistas, na expectativa de lhes calhar um biscoito (há-os à venda, criados especificamente para este efeito). 
Visitámos vários templos:
- Todaiji Temple - é o maior edifício construído em madeira do mundo e tem também o maior Buddha em bronze
- Nigatsu-do Hall - um pequeno templo que possui uma varanda com uma vista imperdível sobre Nara
- Kasuga Taisha Shrine - constituído por centenas de lanternas de pedra


6 - Himeji
A caminho de Hiroshima fizemos uma breve paragem em Himeji. Nesta cidade, fomos ver o Castelo de Himeji, pois é considerado o mais bonito e o maior do país. O castelo é o único atrativo da cidade, por isso decidimos que não valia a pena dormir na cidade. 
O castelo é realmente bonito pois a sua cor branca, com vários andares e telhados pretos sobrepostos uns nos outros torna-o verdadeiramente belo!
Após a visita e um almoço retemperador, apanhámos novamente o comboio-bala para Hiroshima.


7 - Hiroshima
Ficámos 2 dias na cidade. Incluir ou não Hiroshima no itinerário dependia do tempo mas desde o inicio fizemos questão de a incluir e ainda bem que o fizemos. É uma cidade moderna que transformou o seu passado triste em atrações para consciencializar as pessoas sobre os perigos da guerra. Pelo contrário, a cidade seguiu frente e tem um vibe muito boa.
No 1º dia, de manhã cedo, visitamos o Museu da Paz de Hiroshima, que retrata o lançamento da primeira bomba atómica. É uma experiência dura e emotiva, que recomendo a todos, pois foi uma das experiências mais comoventes de toda a viagem. Ver presencialmente os efeitos da devastação da bomba atómica e ouvir alguns testemunhos em vídeo de alguns sobreviventes, é muito emocionante. De seguida visitámos o Memorial da Paz e caminhamos pela cidade. O destaque é o Atomic Bomb Dome, a única estrutura sobrevivente da época e tornou-se um dos cartões-postais da cidade.
Viitámos também o Castelo de Hiroshima, tal qual como os vários outros edifícios da cidade, foi destruído na guerra e a construção atual é uma réplica.
No 2º dia visitámos a Ilha de Miyajimi, que fica perto de Hiroshima e é conhecida pelo seu torii gigante no meio do mar e pelo templo flutuante. 
Visitámos o templo Myajima Itsukushima, o templo que deu nome à ilha e que está construído sobre as águas da baía de Hiroshima. 
Visitámos também o Templo Daisho-in que fica no topo de um monte e que é super bonito.
A ilha é linda, com uma paisagem verdejante e também tem veados à solta pela ilha.
De regresso a Hiroshima, pegámos na bagagem e apanhámos novamente o Shinkansen rumo a Osaka – último destino da viagem


8 - Osaka
É uma das maiores e mais agitadas cidades do Japão. Ficámos aqui 2 dias e ficámos alojadas em Umeda, que fica perto da estação de Osaka, o que nos permitiu entrar e sair da cidade facilmente.

Visitámos:
- Castelo de Osaka
- Namba Yasaka Shrine - templo com uma arquitetura curiosa em forma de dragão.
- Dotonbori - bairro famoso por suas luzes néon, lojas, restaurantes e entretenimento. É um verdadeiro marco da cidade e tornou-se num dos cartões postais mais famosos de Osaka.
- Templo Shitennoji - templo reconhecido como o mais antigo templo budista do Japão. Foi fundado em 593 pelo príncipe Shotoku, que promoveu a introdução do budismo no país.
- Umeda Sky Building - arranha-céus com uma arquitetura surreal.


O Japão tem muito para oferecer! É um país que conjuga cerimónias ancestrais e a calma dos santuários com a agitação e a modernidade das grandes cidades.

Cada cidade tem uma personalidade única, oferecendo desde templos antigos e jardins zen até a agitação dos mercados de rua e a culinária local deliciosa.

As palavras de ordem no Japão são: organização e educação! Tudo por lá funciona absurdamente perfeito! É cheio de rituais e regras. Existem informações por todo lado, as ruas são super limpas, e existem sanitas super equipados por todo lado, com o assento quentinho e um controle com mil botões.
É um país extremamente seguro. Vimos crianças pequenas da escola primaria a voltar da escola, sozinhas de metrô.
Os japoneses são educados, mas não são os mais simpáticos da Ásia, são um pouco fechados mas por vezes conseguimos roubar um sorriso deles.

Dicas:
- Entre cidades viajámos de comboio-bala, porque este meio de transporte nos podia levar, de uma forma veloz, pontual e económica a todos os locais que queríamos visitar no país. Não comprámos o JR pass porque não nos compensava. Quando viajámos de comboio-bala compramos unreserved seats que são bilhetes um pouco mais baratos e que não têm lugar marcado nem horário, ou seja, podemos entrar no comboio que nos dá mais jeito!
- As lojas de conveniência como o 7Eleven, Lawson´s ou o Family Mart encontram-se por todo o lado no Japão e são ótimos locais para tomar uma refeição económica. Há sempre comida pronta, dá para a aquecer e muitas delas têm mesas e cadeiras para comer. 
- Só conseguimos levantar dinheiro nos ATM's do 7Eleven. Foi o único sítio onde davam os nossos cartões Revolut.
- Os japoneses falam pouco inglês. Ás vezes é difícil comunicar nos restaurantes por isso aconselho a escolher restaurantes que têm fotos dos pratos no menu, pois ajuda a escolher o prato e depois basta apontar para o que se quer comer.
- Ficámos várias vezes alojadas no APA Hotel que é uma cadeia de hotéis com ótima relação preço/qualidade e habitualmente estão muito bem localizados nas cidades.


quinta-feira, 20 de junho de 2024

UNEXPLORED ALBÂNIA



Fazia já algum tempo que queria visitar a Albânia, mas foi sempre ficando para trás nas minhas viagens até que este ano decidi que era desta.
Não é a minha primeira vez nos Balcãs, pois já estive na Croácia, Montenegro e Bósnia, países que gostei muito de visitar e certamente que a Albânia não iria ficar atrás. E não ficou!!

O tempo obrigou-nos a fazer escolhas e excluímos o norte da Albânia do nosso roteiro, com muito pena.
Estivemos 9 dias a visitar o país e para aproveitar ao máximo alugámos um carro. A ideia era nunca estar muito tempo no mesmo lugar e saltitar de uma cidade para outra para tirar o máximo partido da cultura, das tradições, da gastronomia, das gentes, das paisagens, sem horas marcadas ou preocupações.

A viagem começou e terminou na capital Tirana. Foram 9 dias a explorar ao máximo tudo o que o país nos tinha para oferecer.

1 - TIRANA
Cidade pequena mas que me surpreendeu pela positiva, pois é uma cidade interessante com uma vibe bem agradável.
Tem algumas atrações que visitámos:
- Skenderberg Square – uma grande praça onde existem alguns museus como o museu nacional de historia, o museu nacional de ópera e ballet, existe também o monumento Skenderberg - um dos maiores heróis nacionais, que ajudou a libertar esta região do controlo do Império Otomano.
- Et’hem bey mosque - localizada na praça Skendenberg esta mesquita pequenina é surpreendente pois os detalhes do interior são de deixar qualquer um admirado.
- Pirâmide - é um edifício em forma de pirâmide que antigamente era um museu sob o legado comunista e agora é um centro de investigação para jovens. É possível subir ao topo e admirar as vistas sobre a cidade.
- Castelo de Tirana - ainda só restam as muralhas do castelo e transformaram o interior numa espécie de mercadinho a céu aberto, onde para além de algumas lojas, encontramos vários restaurantes e cafés. Todo este comércio tem muito bom aspeto.
- Pazaar i Ri - considerado o novo bazar de Tirana, é um espaço ao ar livre com restaurantes, bares e um mercado onde são vendidos vários tipos de produtos.
- Dajti Express - é um teleférico localizado ligeiramente fora do centro de Tirana e oferece umas vistas incríveis sobre a cidade. A viagem demora cerca de 15-20 minutos e leva-nos até a um miradouro na montanha Dajti. O passeio de teleférico vale a pena.
- Bunk'art 1 e 2 - o país possui 168.000 bunkers, que foram construídos durante a ditadura e 2 deles são agora museus e localizam-se na capital. Apesar de ser um sitio que queríamos muito visitar não conseguimos, pela falta de tempo.
Aqui ficámos alojadas 2 noites no Marion 
Hotel que recomendamos pela sua localização e pelo staff, que foi excecional. 
No dia seguinte, seguimos para o interior do país.

2 - BERAT
Berat é Património Mundial da UNESCO e é conhecida por ser a cidade das mil janelas e de facto compreende-se porquê. A vila é atravessada por um rio e de um lado e do outro existem casinhas construídas numa colina com imensas janelas, um legado Otomano. É um verdadeiro cartão-postal. É sem dúvida uma vila bastante charmosa e rústica.
Subimos até ao castelo de carro e visitámos o interior do castelo, que ainda é bastante grande. Aqui ainda moram pessoas e existem igrejas, uma mesquita, um museu e algumas lojas e restaurantes.

Seguimos para o sul do país, quase perto da fronteira com a Grécia.

3 - PERMET
No caminho para Permet, fizemos uma paragem na cidade de Tepelene, que não valeu muito a pena. Seguimos para Permet que inicialmente não constava do nosso roteiro mas que foi acrescentado por sugestão de um conhecido albanês e ainda bem porque valeu muito a pena. Aí ficamos a conhecer o rio Vjosa, e a sua história pois este é considerado o último rio selvagem da Europa.
A cidade de Permet é pequena mas vale a pena conhecer pela sua localização, pois situa-se numa colina banhada pelo rio Vjosa e rodeada por umas montanhas belissimas e gigantescas.
Aqui conhecemos os banhos termais de Benja e aproveitamos para nadar na água naturalmente aquecida.

Partimos de Permet em direção a Gjirokaster.

4 - GJIROKASTER
Cidade histórica classificada como Património Mundial da Humanidade pela UNESCO. Gjirokastër é uma cidade pequena e um dos exemplos raros de uma cidade Otomana. É particularmente conhecida pelo seu Bazar Antigo do tempo do Império Otomano. Aqui encontramos casinhas tipicas, várias lojas de souvenirs, restaurantes, bares e cafés. Uma atmosfera muito agradável.

De Gjirokaster fomos visitar o "Blue Eye” que está a 36km de Gjirokaster. É um parque natural com uma nascente de água de cor azul intensa, um fenómeno natural impressionante.
É preciso pagar para entrar no parque (1€) e o percurso demora cerca de 20 min para chegar à zona com água. O percurso é alcatroado com poucas sombras e tem algumas subidas e descidas, que com o calor pode tornar-se insuportável!!

No dia seguinte, viajamos para a costa, atravessando as montanhas e entramos na chamada “Riviera Albanesa”, uma linha de costa, com cerca de 130 Km, que vai desde as praias de Ksamil até à cidade de Vlorë.

5 - KSAMIL
Em Ksamil fomos logo visitar o Butrint National Park, um parque arqueológico que faz parte da lista de Património Mundial da Unesco. Habitada desde os tempos pré-históricos, a cidade de Buthrotum terá sido, segundo a mitologia clássica, fundada por exilados em fuga depois da queda de Troia.
A visita a esta cidade antiga é uma viagem através dos tempos da história, testemunhando as civilizações Helénica, Romana, Bizantina, Veneziana e Otomana.
A visita é bastante agradável e organizada, onde é possível ver as ruínas de mais de uma dúzia de edificações.

Depois da visita cultural estava na hora de finalmente experimentar as águas azulinhas da Riviera Albanesa. Escolher uma praia nesta zona é difícil pois a lista é infindável, mas depois de alguma pesquisa, escolhemos a Praia Pulbardha. A praia é relativamente pequena e está toda concessionada. Alugámos 2 espreguiçadeiras e 1 guarda-sol junto à água pelo valor de 1000 LEK (10€).

Seguimos para Sarande, mas pelo caminho fizemos um desvio para o Castelo Lëkurësi. Daqui a vista sobre Ksamil, a ilha de Corfu e Sarande é incrível. No castelo existe um restaurante/bar que estava cheio de gente. Por sorte encontramos uma mesa onde ficámos a beber um refresco e assistimos ao pôr do sol. Que momento mágico!!!

6 - SARANDE
Saranda é considerada a capital da Riviera Albanesa. É uma cidade bastante grande e cosmopolita, com uma marginal moderna, à beira mar. No entanto, a cidade pode tornar-se um pouco claustrofóbica pela intensidade de edifícios, uns em cima dos outros.
Os hotéis são imensos e por isso a escolha pode tornar-se difícil. Seguimos o conselho de A Ticket to Take Off e ficámos 2 noites no Hotel Portanova, que fica na ponta sul da cidade com acesso a uma praia “privada” e direito a 2 espreguiçadeiras e um guarda-sol, o que compensa!

Aqui aproveitamos para descansar e fazer praia. Num dos dias, por indicação de um conhecido fizemos passeio de barco. O passeio de barco foi muito agradável, fizemos algumas paragens em praias desertas e mergulhamos em alto mar. Foi um dia incrível e divertido.

Nos dias seguintes, iniciámos a nossa viagem pela Riviera Albanesa, encontrando ao longo da estrada dezenas de praias de água azul turquesa, onde fomos parando e pequenas aldeias que fazem recuar no tempo.

7 - DHERMI
Dhermi é uma dessas aldeias, uma aldeia típica localizada num ponto alto e com vistas espetaculares para o mar. Aqui ficámos 2 noites.
Num dos dias visitámos a Gjipe Beach, uma das praias mais populares da região. Esta praia é apenas acessível de barco, de 4×4 ou por uma longa caminhada de 20-30min com um piso irregular, que foi o que fizemos. Mas valeu a pena, pois era um verdadeiro paraíso. O motivo para esta praia ser tão popular é a paisagem de fundo que tem um canhão montanhoso que é possível explorar a pé. É realmente impressionante.

O dia seguinte foi passado entre mergulhos na Drymades Beach que é mais uma praia de pedrinhas e mar azul turquesa. Esta foi uma das nossas preferidas. A praia é bastante extensa, fácil de estacionar e muito agradável.

Durante a tarde tivemos que regressar a Tirana e por isso metemo-nos pela estrada até Vlore, passando no Llogara Pass, que é a estrada que está integrada no Parque Nacional de Llogara e que serpenteia as Montanhas Ceraunian ao longo da Riviera Albanesa. Há uma parte da estrada que é um verdadeiro zig-zag mas as vistas são deslumbrantes. A viagem até Vlore ainda é grande. Em Vlore fizemos uma pequena paragem à beira de uma praia para apreciar a paisagem que é bastante bonita e depois seguimos para Tirana.


DICAS:
- ter sempre dinheiro, pois não são aceites pagamentos com cartão em praticamente lado nenhum (100LEK=1€)
- os levantamentos nas caixas de multibanco cobram taxas altíssimas mesmo com cartão Revolut
- a maioria das praias têm pedrinhas, por isso, são aconselhados sapatos de água para não magoar os pés


Albânia é um país seguro com belezas naturais incríveis e com um povo muito simpático. É um país que oferece a perfeita simbiose entre cultura, natureza e praia. As praias são simples e rústicas que apesar de serem concessionadas ainda continuam praias simples. A comida é muito saborosa. É uma junção de comida grega e italiana. Os albaneses são um povo muito simpático e muito acolhedor.

É sem dúvida um país com imenso potencial e que ainda não foi entregue ao turismo em massa, mas já não falta muito tempo!

sábado, 4 de maio de 2024

Viagem de carro por Ávila e Segóvia

Aproveitei o feriado 1 de Maio para fazer uma escapadinha de carro por Castela e Leão, de forma a visitar as cidades espanholas de Ávila e Segóvia.

De Coimbra a Ávila são cerca de 425km. Saímos de Coimbra de manhãzinha e chegámos a Avila por volta das 16h30, com paragens pelo meio.

Ávila é conhecida como a cidade-berço de Santa Teresa e a sede da Grande Inquisição, declarada Património Mundial da UNESCO.

Um dos destaques da cidade é a sua muralha medieval, pois é umas das muralhas medievais mais bem preservadas da Europa, cuja planta mantém-se inalterada e intacta, tendo sido palco de várias batalhas entre mouros e cristãos. E quando se chega a Ávila, realmente ninguém lhe fica indiferente pela sua magnitude.


O centro histórico de Ávila é pequeno, no entanto, alberga uma grande diversidade de monumentos e atrações históricas, incluindo igrejas, conventos e palácios.

Fomos sem grandes planos e andámos a calcorrear as ruas empedradas descontraidamente e acabámos por ficar encantadas com a cidade.

Ficámos alojadas 2 noites no Hotel las Leyendas, que apesar de estar situado extramuros, está muito bem localizado pois está praticamente encostado à muralha.

No dia seguinte fomos conhecer Segóvia, mais uma cidade considerada Património da Humanidade pela UNESCO.

Começamos o nosso roteiro junto ao Aqueduto de Segóvia, um dos monumentos romanos melhor preservados na Península Ibérica. O Aqueduto é uma obra-prima da engenharia romana que se estende e destaca majestosamente na cidade.



De seguida, perdemo-nos pelas ruas da cidade medieval e descobrimos a Catedral de Segóvia, uma majestosa construção gótica, também digna de destaque. Pagámos bilhete para entrar e visitar o seu interior que se revelou igualmente bela e riquíssima.



Por último, visitámos o Alcázar de Segóvia que é outro destaque notável. É um castelo com uma imponente estrutura, construído sobre um penhasco rochoso erguendo-se acima da cidade. 
O Alcácer de Segóvia foi inicialmente usado como fortaleza e palácio real. Mas, após a instalação da Corte em Madrid, perdeu a sua condição de residência real e foi transformado em prisão estatal. Este antigo palácio real, que remonta ao século XII, parece um palácio de conto de fadas. O seu estado de conservação é impressionante e a visita ao seu interior permite a entrada em esplendorosos salões, salas e torres com maravilhosas vistas panorâmicas sobre a cidade. É, muito provavelmente, a atração mais espetacular de Segóvia – e a sua visita é, para mim, imprescindível.



Resumidamente, visitar estas 2 cidades é fazer uma viagem no tempo pela Espanha medieval. São sem dúvida 2 cidades encantadoras, notórias pela sua história e arquitetura medieval, que valem a pena conhecer.  

terça-feira, 16 de abril de 2024

À Descoberta de Marrocos



Conhecer Marrocos é inevitável pela proximidade e pela sua diversidade cultural. Ainda não tinha surgido a oportunidade de fazê-lo mas desta vez não me escapou. O país passou por um sismo há cerca de seis meses e que causou muitas mortes e muitos estragos, no entanto, decidi que estava na hora de ir conhecê-lo. 
 
Desta vez, viajei num registo diferente, pois viajei sozinha mas juntei-me a um grupo de desconhecidos numa viagem organizada pelo João Leitão, cujo roteiro e o preço proposto me agradou. 
A verdade é que esta opção é cada vez mais frequente, pois o mundo moderno oferece mil possibilidades para que as pessoas não deixem de viajar por falta de companhia.

Assim, comprei os meus voos e segui as indicações do grupo. É uma forma diferente de viajar da que estou habituada, pois a organização não está dependente de mim. Diria que tem prós e contras, pois perdemos a nossa autonomia mas ganhámos noutros aspetos.

Foi uma semana a percorrer vários pontos do país que foi sempre surpreendendo-me. A chegada e a partida foi de Marraquexe.

Dia 1: Marraquexe
Dia 2: Marraquexe
Dia 3: Marraquexe, Atlas, Ait Benhaddou, Ouarzazate
Dia 4: Ouarzazate, Dunas de Erg Chebbi
Dia 5: Dunas de Erg Chebbi, Gorges do Todra, Ouarzazate
Dia 6: Ouarzazate, Estudios de Cinema Atlas, Marraquexe
Dia 7: Marraquexe


Marraquexe
Cheguei ao aeroporto de Marraquexe e tive transfer para a cidade, que me levou para o Riad Luzia, o meu alojamento em Marraquexe. Os riades são as casas marroquinas tradicionais, caracterizadas por um pátio interno para o qual se abrem as portas e janelas das várias divisões da casa. Ficar num riade é sem dúvida uma experiência mais personalizada e cultural.

Marraquexe é uma cidade obrigatória para se visitar, pois é moderna e cheia de vida. Tudo se concentra dentro da Medina, ou seja, a cidade muralhada, com vários locais de interesse para visitar.

Visitei o Palácio Bahia e a Madrassa Ben Youssef com um guia o que foi muito útil, pois aprende-se sempre muito mais.

Depois dos sítios visitados o ideal é deixar-nos levar e vaguear pelos souks e pela Praça Jemaa el-Fnaa.

Andar pelos souks no inicio poderá parecer um pouco intimidativo, ainda para mais sozinha, pois é um emaranhado de corredores labirínticos, vielas e becos, cheios de vendedores a tentar vender alguma coisa. No entanto, fi-lo várias vezes sozinha e claro que fui abordada, mas correu sempre muito tranquilamente, pois se não queria algo, dizia que não e seguia em frente, sem qualquer problema.

Outro ponto principal da cidade é a Praça Jemaa el-Fnaa onde tudo acontece. Durante o dia é uma zona de vendedores de fruta e de frutos secos, com encantadores de serpente, domadores de macacos, tatuadoras de hena… tudo acontece. Vale a pena ficar na praça até ao anoitecer, pois esta transforma-se num restaurante a céu aberto. Eu aproveitei para beber um chá de menta e assistir ao pôr do sol no Cafe Glacier.

Nas imediações da praça fica a Mesquita Koutobia com o seu minarete que também vale a pena ver mas só por fora pois não podemos entrar.

No regresso a Marraquexe tive ainda a oportunidade de fazer mais umas visitas e escolhi os túmulos saadianos, onde estão os mausoléus do sultão e sua família, com uma decoração elaborada e materiais luxuosos.

No dia seguinte, iniciámos a viagem pelo país com o nosso guia "Hicham", que ao longo da viagem foi nos falando do seu país e da sua cultura, tanto árabe como berbere. 

O primeiro destino, logo a seguir a Marraquexe, foi cruzar a Cordilheira do Atlas por um caminho bastante sinuoso e por vezes estreito, mas que vale a pena pelas vistas magnificas das imponentes montanhas, cujos cumes ainda tinham neve.

A viagem de Marraquexe até Ouzazarte é uma viagem longa mas espetacular. Percorremos vales e montanhas, oásis de palmeiras, figueiras e amendoeiras e perdemos a conta ao número de “kasbah” (casas fortaleza) que vimos.

Pelo caminho parámos em Ait Benhaddou, uma “cidade fortificada” impressionante pela sua arquitetura tradicional, com as suas casas construídas em adobe e por isso considerada Património da Humanidade pela UNESCO. Foi um local importante na rota das antigas caravanas entre o Sahara e Marraquexe. Hoje em dia tornou-se mundialmente conhecido devido à série Guerra dos Tronos, que aqui foi filmada.


Ouarzazate
Chegámos a Ouarzazate de noite. Esta cidade é conhecida por ser a porta para o deserto e por isso ficámos aqui alojados no Riad Dar Rita.

Passámos 2 vezes pela cidade. A 1ª vez foi apenas para dormir, antes da nossa entrada no deserto.
Na segunda passagem aproveitamos para conhecer um pouco da cidade e fomos admirar de longe o edifício histórico da cidade, o Kasbah Taourirt.


Vale do Draa
A caminho do deserto passamos por locais fascinantes como o vale do Draa com fascinantes desfiladeiros. Fizemos uma paragem no miradouro do Canyon de Tizi-n-Tinififft onde a vista é esplêndida.
Depois do Canyon a estrada passa pela pequena cidade de Agdz, onde encontramos locais a fazerem uma festa pelo fim do Ramadão e claro que nos juntámos a eles.
De seguida, continuamos a viagem e à tarde fizemos outra paragem na cidade de Rissani que fomos conhecer e que mais uma vez estava em festa pelo fim do Ramadão.

Dunas de Erg Chebbi
Já quase ao fim do dia chegámos ao Deserto do Saara marroquino, bem perto da fronteira com a Argélia. Assim que chegámos, cada um subiu um camelo, que se encontravam todos amarrados uns aos outros em fila, puxados por um berbere. 

Percorremos as dunas ao pôr-do-sol o que foi uma experiência maravilhosa. Estas dunas são maravilhosas. Já andar de camelo é um pouco desconfortável pois é muito alto e balança muito enquanto sobe e desce as dunas, mas vale a pena a experiência.
Começou a anoitecer e a festa começou. Tivemos direito a jantar e a música berbere. Foi uma bela noite de convívio com um céu completamente estrelado, algo único e difícil de encontrar noutro lugar do planeta.
Ficámos a pernoitar num acampamento, onde dormimos em tendas, devidamente adaptadas e com muito conforto.
O dia seguinte começou cedo, pois acordamos as 5 da manhã para assistir ao nascer do sol. Aqui 
reina o silêncio com dunas alaranjadas gigantescas, a perder de vista por todos os lados, tornando a paisagem incrível e o momento mágico. Foi mais uma experiência surpreendente e fascinante.

Gorges do Todra
No dia seguinte, no regresso a Ouarzazate, passámos por Tinghir, conhecida pelo seu magnífico palmeiral e pelo famoso desfiladeiro das Gargantas do Todra.
Nas Gargantas do Todra, fizemos uma pequena caminhada ao longo do rio Todra e apreciámos a imponência e beleza do desfiladeiro. Foi um local muito agradável e surpreendente.


Estúdios de Cinema Atlas
Ao sair de Ouarzazate passámos pelos Estúdios de Cinema Atlas que fomos visitar. Tivemos direito a um guia que nos apresentou os vários cenários, onde já foram rodados inúmeros filmes, entre os quais “Um chá no deserto”, “Lawrence da Arábia”, “Babel”, “Asterix e Obelix: missão Cleópatra” e o “Gladiador”.


Depois de um longo dia de viagem, regressámos a Marraquexe já de noite e aproveitamos para irmos conviver e ver o pôr-do-sol num rooftop. Jantámos todos juntos no restaurante Dar Essalam, com direito a espetáculo e dança marroquina, o que também foi uma experiência inesquecível.

Resumindo, foram uma férias diferentes e bastante agradáveis. Conhecer Marrocos foi um encanto, pois é um país com uma rica história e cultura. Percorremos muito quilómetros de van e as viagens foram muito longas mas as paisagens ao longo do caminho foram fantásticas, permitindo-nos ter uma visão mais autêntica do país. Surpreendeu-me pela positiva, pois é um país relativamente moderno e limpo, com estradas transitáveis e muito fácil de comunicar, pois quase todos falam espanhol.

Não é a primeira vez que viajo a um país árabe e muçulmano, no entanto, foi a primeira vez que viajei durante o período do Ramadão o que se revelou uma experiência de viagem diferente e interessante. Diria que a viagem não sofreu grandes alterações por este motivo, mas notei algumas alterações nos horários, nomeadamente dos restaurantes, pois havia uma hora especifica que os restaurantes não serviam refeições e as lojas fechavam mais cedo, deixando as ruas à noite mais vazias.
Experienciei também o fim do Ramadão o que se traduziu numa festa gigante e aí sim notei o grande impacto que este período tem na vida dos muçulmanos.

Em relação à comida, também foi uma bela experiência, pois aqui o couscous é rei, sendo a tajine e a pastilla outros dos pratos típicos do país que não podia deixar de provar.

Em relação ao terramoto de Setembro de 2022, este deixou alguns vestígios mas nada que assombrasse a nossa visita, pois a reconstrução do país segue o seu andamento natural.

segunda-feira, 18 de março de 2024

Dois dias em Guimarães



Nada melhor que uma escapadinha a Guimarães - a cidade berço da nacionalidade portuguesa.
Aproveitei a companhia da amiga Adriana para ir conhecer esta cidade considerada Património Mundial pela UNESCO.

Foram 2 dias a explorar esta bela cidade. Tudo começou no Largo do Toural, onde está a Torre da Alfândega com o famoso letreiro “Aqui nasceu Portugal”. Daí embrenhei-me pelas ruelas estreitas da cidade e conheci os seus monumentos medievais, o seu centro histórico com as suas praças e igrejas. É sem dúvida uma das cidades mais charmosas e aconchegantes de Portugal.

Subi a colina sagrada e visitei o Castelo, apenas por fora pois encontrava-se em obras de restauro, o Paço dos Duques de Bragança, onde passei a maior parte do tempo e a Igreja de São Miguel do Castelo.

Para mim, visitar o Paço dos Duques foi o momento alto da viagem, pois há muito tempo que queria visitar este sitio. A arquitetura robusta do paço com as suas janelas e as numerosas chaminés tornam-no único em Portugal. Adorei visitar os seus belos salões com os seus tetos de madeira e a capela com uma estrutura em madeira deslumbrante. Fiquei rendida!!

No 2º dia aproveitei para visitar o Centro Internacional de José Guimarães e a Casa da Memória.

O edifício do CIAJG por si só já é interessante pois trata-se de um edifício moderno inspirado em Le Corbusier e Mies van der Rohe. O seu interior conserva um acervo de três coleções que José de Guimarães reuniu ao longo dos anos: Arte Africana, Arte Pré-Colombiana e Arte Antiga Chinesa. Existem também obras do próprio artista, como de outros artistas contemporâneos em estilos variados, como popular, religioso e arqueológico. Foi uma visita interessante!

A Casa da Memória transformou uma fábrica desativada num lugar de memórias da cidade. Neste museu expõe-se a cultura, o território e a história de Guimarães. Gostei particularmente deste espaço, pois teve a ajuda dos moradores para construir a coleção e aqui ficámos a conhecer um pouco de tudo a que a Guimarães diz respeito.

Foi sem dúvida uma bela escapadinha ao berço de Portugal. 

domingo, 8 de outubro de 2023

Singapura, Indonésia e Malásia


A vontade de voltar ao sudoeste asiático era grande e desta vez surgiu a oportunidade de conhecer o maior arquipélago do mundo. A Indonésia era o grande destino destas férias e para lá chegar aproveitamos para fazer algumas paragens pelo meio.

Singapura foi a nossa porta de entrada e de saída da Ásia e foi surpreendente! Assim que se aterra no país ficámos logo surpreendidas, pois o aeroporto é fantástico. 
Ao chegar temos que preencher um formulário online através do QR code que é facultado em vários pontos no aeroporto e que temos que mostrar na alfandega. A partir daí estamos prontas para explorar o país e ser surpreendidas...não fosse o calor intenso e sufocante!!

A rede de transportes é fantástica e muito fácil de utilizar. Basta passar o contactless do cartão MB e lá vamos nós. Nós usamos tanto o metro como os autocarros que são excelentes.

Singapura é uma cidade-estado moderna, vibrante, limpa, organizada mas cara para dormir. Nós estivemos duas vezes na cidade (na ida e na vinda) e em ambas as vezes recorremos à cadeia de hotéis Ibis budget, pois foi o melhor que encontramos tendo em conta a relação preço/qualidade.

A organização e estrutura do País é admirável, mas provavelmente pelas regras bastante rígidas que tem.

O must do é caminhar pelas ruas e explorar cada canto, como Chinatown, Arab Quarter, Clarke Quay, Financial District e Marina Bay onde fica o hotel Marina Bay Sands conhecido pela sua infinity pool e pelas vistas fantásticas sobre a cidade.
Mas algo essencial é assistir ao espetáculo das Super Trees no Gardens By The Bay, que acontece todas as noites às 20h00, 21h30 e 23h00, com duração de 15 minutos.

De Singapura voámos para a Indonésia, o grande destino destas férias. O roteiro que definimos foi para 11 dias na Indonésia, era bastante exigente e ambicioso. 

Voámos diretamente para Yogyakarta, a 2ª cidade da ilha de Java e a cidade base para conhecer os preciosos templos que tanto queríamos conhecer e que estão ao seu redor - O Templo Budista Borobudur e o Templo Prambanan.

Descobrimos que o trânsito na Indonésia é uma loucura, cheio de motos e carros. Conduzir lá não é uma tarefa fácil. E para não fazê-lo a alternativa é contratar tours ou contratar um Grab (igual ao Uber) que te leve aos sítios.
Desta forma, consideramos que a melhor maneira de visitar os templos era ir num tour, por ser muito mais fácil e cómodo. Compramos o tour na nossa guest house, que saiu bastante cedo e que durou um dia inteiro. Foi duro acordar de madrugada, mas foi o melhor que fizemos! O tour foi ótimo e o tempo foi ideal para visitar tudo com calma.
Ambos este templos estão incluídos na lista de Património Mundial da UNESCO na Indonésia. Prambanan e Borobudur são muito diferentes entre si, não só pela vocação religiosa que os fez surgir, mas também pela forma arquitetónica como essa vocação se expressa.
Borobudur, é o maior monumento budista de toda a Ásia e Prambanan é o maior templo hindu da ilha de Java. São dois templos que vale muito a pena conhecer.

Outro ponto de interesse na Ilha de Java é o Monte Bromo que é um dos vulcões mais visitados na Indonésia, pela sua paisagem lunar.
Para lá chegarmos de forma independente sabíamos que ia ser difícil pois a probabilidade de sermos alvo de um esquema qualquer era grande, mas decidimos tentar fazê-lo na mesma.
Em Yogyakarta apanhamos um comboio para Probolinggo, onde ficamos alojadas e na nossa guesthouse contratamos um tour. Fomos de madrugada numa mini-van até Cemoro Lawang e de lá levaram-nos para assistir ao nascer do sol no vulcão. O nascer do sol foi um flop, pois o nevoeiro era tanto que não nos deixou ver nada. Mas o resto da tour foi incrível pois de seguida, subimos à cratera do vulcão a pé o que foi absolutamente indescritível!! Um verdadeiro sonho!!
Uma dica importante é levar roupa mais quente pois lá em cima a temperatura baixa drasticamente!

O nosso tempo na Ilha de Java estava a terminar e tivemos que seguir para outra ilha. Apesar de haver mais opções, optamos ir para Bali de autocarro que demorou 12h!!!

Chegadas a Bali, o autocarro levou-nos até Denpassar e lá arranjamos um Grab para nos levar para Ubud.
Ubud fica no centro de Bali, não tem praia e está cercado por arrozais. É a capital cultural da ilha. As pessoas aqui vivem com intensidade os seus costumes e a sua religiosidade. Bali é uma ilha hindu no meio da maior população muçulmana do mundo! Mas o hinduísmo praticado aqui é diferente do hindu da Índia, aqui a vaca não é sagrada, assim como não há o sistema de castas.

O fluxo de turismo é imenso e achámos que existem demasiados turistas, tornando a ilha bastante ocidentalizado. Por um lado é bom mas por outro lado considero que perdeu um pouco a sua originalidade.

Os transportes públicos em Bali são praticamente inexistentes. Existem basicamente três opções para explorar os principais pontos de interesse da ilha: alugar mota, alugar um carro com motorista, ou recorrer a tours para fazer os passeios.

Como a nossa experiência em andar de mota é nula, a opção foi contratar motoristas para nos levar aos sítios.
Foi assim que fizemos para visitar os campos de arroz de Tegallalang e os vários templos hindus. Visitámos:
- Terraços de arroz de Tegallalang, considerado Património Mundial da UNESCO por ainda utilizarem o tradicional sistema de irrigação balinês.

- Pura Tirta Empul, mais conhecido pelo nome de Templo da Água, por ficar localizado junto a uma nascente sagrada e onde são realizados rituais de purificação, nos quais também podemos participar.

- Candi Gunung Kawi (Património Mundial da UNESCO), um dos maiores e mais antigos complexos de templos do Bali, onde encontramos impressionantes santuários esculpidos nas rochas.

- Templo Goa Gajah, também conhecido pelo nome de Caverna do Elefante, devido à caverna que se encontra no recinto do templo e em cujo interior se encontra a estátua do deus hindu Ganesh.

- Cascata Tegenungan é uma das cascatas mais majestosas de Bali. Infelizmente, foi transformada num autêntico parque de diversões onde não faltam baloiços, miradouros, uma ponte com fundo de vidro e até mesmo um bar/club com uma piscina infinita, tudo fabricado para o Instagram. A beleza da cascata continua lá, mas é preciso abstrair-se do ruído e das multidões.

Todos estes templos e atrações são a pagar e nos templos exigem que homens e mulheres vistam o sarong (uma saia típica) para poder entrar nos templos.

O resto do tempo foi a explorar o centro de Ubud, o mercado e os arredores acessíveis a pé.

De Ubud fomos para Amed de carro com motorista. Amed foi uma surpresa muito agradável. Não tinha grande expetativa mas acabou por se revelar uma vila muito tranquila onde passamos 2 dias bastante descontraídos.
Aproveitámos os dias para descansar e fazer praia. As praias são vulcânicas com vista para o vulcão.
Fomos visitar o Pura Lempuyang Luhur, o templo onde se tira a famosa fotografia em reflexo com o imponente Mount Agung como pano de fundo. Não vá é à espera de ver um lago no templo, pois a famosa fotografia não passa de um ilusório jogo de espelhos criado pelos locais. Escusado será dizer que a fila para tirar a icónica fotografia é colossal!

Bali é sem dúvida uma ilha magnifica e que merece ser visitada de Sul ao Norte e sem pressa. No entanto, tempo era algo que tínhamos bem contado. Ao todo passámos 5 dias em Bali mas com vontade de ficar por muito mais tempo.

De Bali seguimos para as ilhas Gili de barco pois estes são os únicos transportes que funcionam, quer seja para as Ilhas Nusa quer para as Ilhas Gili. Compramos o bilhete de barco+transporte de ida e volta, no hotel em Amed. O preço é muito variável mas mais vale assim do que estar a negociar no dia em Padang Bai que é simplesmente um circo!!

Passamos 2 dias na Ilha Gili Air a relaxar. É sem duvida uma ilha tranquila, perfeita para descansar pois não há veículos motorizados, apenas carroças e bicicletas. As praias são de areia fina com águas quentes e azul-turquesa.

Regressamos a Bali de barco. Em Padang Bai fomos de mini-van para o aeroporto, que estava incluído no bilhete de barco. 

Estando na Indonésia e em direção a Singapura, não podíamos deixar de ir ver como é a Malásia e por isso decidimos voar até Kuala Lumpur, a capital da Malásia.

Kuala Lumpur é uma cidade grande, com prédios altos, um pouco confusa, com muita gente, muitas culturas (hindu, muçulmana, cristã), mas com algum lixo e alguma pobreza...mas a comida é simplesmente maravilhosa, fruto desta mistura de culturas.

Ficámos alojadas na zona de Bukit Bintang, que é um bairro cheio de shoppings e de centros comerciais, bem como de bares e restaurantes. É uma zona bastante animada e muito bem servida de transportes públicos o que facilita a deslocação pela cidade.

Aproveitamos para visitar as Batu Caves, pois é um ponto obrigatório. Localizada na periferia da cidade chega-se lá facilmente de metro. 
Trata-se de um conjunto de cavernas cuja entrada é gratuita e que tem uma entrada imponente pela presença da imensa estátua dourada de Murugan, um deus hindu. Para aceder às cavernas, temos que subir os 272 degraus coloridos do templo. Pela escadaria existem centenas de macacos, que estão lá à procura de comida (e a tentar roubar comida ao turista desatento!). O lugar é bonito, mas infelizmente estava muito sujo.

Visitámos as Petronas Towers que são o ponto turístico mais famoso de toda a Malásia, por outrora ser o edifício mais alto do mundo. São milhares de visitantes que se aglomeram aos pés das torres, noite e dia, para tirar uma foto, pois têm sem dúvida uma construção bonita e imponente. Na base das torres funciona um shopping enorme - o Suria KLCC.

O tempo para visitar a cidade foi curto, pois só estivemos 1 dia e ficou muita coisa por ver. Deixamos a Malásia com vontade de voltar e de visitar melhor a sua capital assim como o resto do país, pois dizem que as praias e as suas ilhas são magnificas.

De Kuala Lumpur apanhamos um autocarro para Singapura que demorou cerca de 5 horas. Tivemos que passar a fronteira terrestre onde tivemos um contratempo na alfandega, nomeadamente no preenchimento do formulário online e quase que ficávamos a pé pois o autocarro onde íamos deixou-nos sem qualquer aviso, mas depois de algum pânico conseguimos desenrascar-nos e por sorte chegámos ao centro de Singapura.

Foram umas férias inesquecíveis, cheias de aventuras, onde vimos uma grande variedade de paisagens, de ambientes e uma grande riqueza cultural.
Foi uma viagem planeada para visitar os três destinos, mas foi na Indonésia, onde passamos a maior parte do tempo. 
É sempre impossível ver tudo, pois o tempo é escasso e ficou muita coisa para visitar, mas apesar de tudo visitamos praias paradisíacas, vulcões e templos magníficos. As pessoas foram muito simpáticas, hospitaleiras e sempre de sorriso no rosto.

Qualquer um destes destinos é sem dúvida um sítio para regressar. 

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Um Paraíso chamado "Ilhas das Berlengas"


As ilhas das Berlengas são umas das paisagens mais maravilhosas e singulares de Portugal e por isso é obrigatório fazer uma viagem até lá. Considerada reserva natural foi também declarada Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO.

Berlengas é o nome do arquipélago que é constituído por três ilhas, a maior das quais se chama Berlenga. Esta ilha é a única habitada e que se pode visitar. 
Pode-se chegar ao arquipélago de forma independente ou num tour. Eu optei por ir num tour com a Wildest e deste forma já fui com tudo tratado, pois de modo a preservar os ecossistemas da ilha, existe um limite de 350 visitantes por dia (de Maio a Setembro) e desde 2022 que se passou a pagar uma taxa turística.

Chegámos a Peniche à hora de almoço. Almoçámos e de seguida apanhámos o barco no porto, por volta das 14:30. Fomos com a empresa Feeling Berlenga. A viagem de barco demorou cerca de 40 minutos e tivemos sorte pois quase não havia agitação marítima e por isso a viagem fez-se muito bem.

Assim que chegámos à ilha da Berlenga Grande a 1ª coisa que se avista é a pequena praia com a sua água azul-esverdeada transparente. Muito convidativo e o 1º passo foi dar um mergulho. Ao contrário do que parece a água é bastante fria.

De seguida, fizemos um passeio de lancha com fundo de vidro para visitar grutas e outras formações geológicas à volta da ilha.

Atracámos no Forte de São João Baptista e fomos visitá-lo que tem o custo de 1€. O forte tem uma localização geográfica fabulosa, com umas vistas incríveis. O forte funciona atualmente como um hostel um pouco singular pois as antigas celas são os quartos. Dá vontade de vir uma próxima vez e ficar aqui alojado.

De seguida, iniciámos o trilho pedestre de cerca 3km que circunda a maior parte da ilha. O inicio do trilho é a subir por uma escadaria um pouco ingreme mas à medida que subimos as vistas sobre o forte são maravilhosas. No ponto mais elevado encontramos o Farol do Duque de Bragança, que remonta a 1841. Continuámos o trilho onde vamos vendo imensas gaivotas e as suas crias. O trilho é muito fácil, sendo que a parte mais difícil é a subida da escadaria.

Existem várias regras que devem ser respeitadas de forma a preservar este ecossistema:
  • Circular apenas nos trilhos e respeitar a sinalização,
  • Ao circular pela ilha não atirar pedras para o mar,
  • Colocar o lixo nos locais apropriados ou levá-lo de volta consigo,
  • Não apanhar plantas nem amostras geológicas,
  • Manter-se à distância dos animais e não os alimentar.
Terminamos o trilho no Bairro dos Pescadores, onde existe 1 café e por isso aproveitamos para beber um refresco enquanto admirámos as paisagens.

Regressámos a Peniche e mais uma vez a viagem de barco foi super tranquila e muito animada. 

O arquipélago das Berlengas é sem dúvida um verdadeiro paraíso em Portugal e diferente de tudo o que existe no nosso país. Aqui encontramos uma Natureza em estado puro com paisagens incríveis e uma cor da água simplesmente irresistível.