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domingo, 3 de maio de 2015

Gerês na Primavera

Chegaram mais umas férias e chegou a vez de visitar um dos locais mais bonitos de Portugal. Trata-se do Parque Nacional da Peneda-Gerês que foi criado em 1971 e é a área protegida mais antiga de Portugal.
Em 2010 foi classificada como uma das 7 maravilhas naturais de Portugal. Então, para quê mais motivos para planear uma escapadela a este local.

Com o intuito de conhecer esta canto singular de Portugal fiz-me à estrada e resolvi realizar algumas caminhadas pelo Parque.

O alojamento foi nas Caldas do Gerês no Hotel Baltazar, cujo negócio familiar, revelou-se muito aconchegante e genuíno.

O  1º dia de caminhada foi percorrer o Trilho da Cidade de Calcedónia. O dia não nasceu ideal para caminhar, com o céu nublado e a chuva incessante...A vontade retraiu-se um pouco mas não cedi, então de mochila e impermeável às costas lá fomos nós.
A caminhada iniciou-se em Covide, passando pela Geira, a via romana que ligava Bracara Augusta (Braga) a Asturica Augusta (Astorga). Começámos ascensão do trilho.
A subida tem um declive acentuado e o terreno revelou-se acidentado e a chuva não ajudava. Mas quando parávamos para contemplar a paisagem o que sobressaía eram as cores, o roxo e o amarelo, das urzes e da flor de carqueja. Fabuloso!!!

Chegados ao maciço granítico contornamos pela direita e fomos ter à Fenda da Calcedónia, com os seus imponentes blocos graníticos. A chuva não parava e por isso não pudemos entrara na fenda, pois seria um pouco imprudente.

Ficámos um pouco a contemplar o local mas depois seguimos a nossa caminhada. Um pouco mais à frente, encontramos uma pequena gruta onde nos abrigámos e aproveitamos para comer. Deu para retemperar as forças para prosseguir. A paisagem do caminho de regresso pelo Tonel revelou-se também extraordinário apesar da chuva intensa!
Chegámos ao fim completamente ensopados mas com a sensação de dever cumprido! Conseguimos!!

No 2º dia apesar da pequena neblina e da chuva quase imperceptível ao olhar, o dia tornou-se idílico para caminhada, com uma pitada de sol. Percorremos assim o Trilho do Vale de Teixeira.
A caminhada iniciou-se no miradouro da Pedra Bela, passando pela mata da Pedra Bela, onde o chilrear da passarada sobressaía ao longo do caminho, uma verdadeira sinfonia natural. É impressionante a diversidade de habitats deste lugar!
Passámos pela Cascata do Arado, que imponentemente debitava as suas águas. De seguida, empinámos escadas acima em direcção ao Curral da Giesteira, mais um paraíso bucólico no meio da agrura granítica que caracteriza esta zona da Serra do Gerês.
Pouco mais à frente estávamos no Vale de Teixeira e no Curral de Teixeira que foi o local eleito para o repasto do dia.
Quando reiniciámos a caminhada deparamo-nos com meia-dúzia de Garranos selvagens que descansavam e pouco se importaram com a nossa presença.

Atravessámos o rio com alguma dificuldade pois o caudal era grande mas lá conseguimos e começámos a subir. Do promontório granítico a vista sobre o vale é indescritível!! Ao olharmos para o Vale de Teixeira vê-se uma das paisagens mais singulares da Serra, com o rio no fundo do vale, onde é possível constatar que tudo está harmoniosamente encaixado.

Prosseguimos em direcção ao Curral da Lomba do Vidoeiro, zona pejada de mariolas que outrora servia de orientação e depois em direcção ao Curral da Carvalha das Éguas.
Terminámos na Pedra Bela e aproveitámos e fomos espreitar o miradouro e comprovar que a paisagem é mesmo bela!!

No 3º dia a chuva era tanta que acabámos por desistir da caminhada e fizemos um pouco de turismo de carro.
Visitámos a Portela do Homem, a Mata de Albergaria, a estrada da Geira, a Barragem de Vilarinho das Furnas, as Cascatas de Tahiti que estava com numa fúria demoníaca!

Terminámos na Aldeia Ermida a almoçar na Casa do Pasto.

Foram 3 dias de esforço mas valeram bem a pena pelo prazer das paisagens. É um local que merece todo o nosso respeito pelas suas características. É um santuário da Natureza em Portugal e um local único no nosso país. Um local a preservar tanto pelo seu valor natural como pelo respeito para todos aqueles que um dia procuraram lá ganhar a sua vida e certificar o seu futuro.

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